Assassinos Não Choram

Capítulo 4 - A Vingança é Minha

11 de Novembro de 1968

O mundo vive em plena Guerra Fria. O Brasil vive em plena Ditadura Militar, a juventude se torna protagonista em luta dos direitos humanos, prontos para não fazerem apenas uma revolução política, mas como uma revolução cultural. Estudantes de diversos países como Espanha, Itália, Alemanha, Inglaterra, França ocupavam universidades, atacavam embaixadas americanas, fazem séries de protestos. Em 4 de Abril desse ano Martin Luther King, importante líder negro na luta contra o preconceito nos EUA, é assassinado.

Se passaram dezoito anos após a assassinato de Carolina. Os membros da família Morando levam suas vidas como haviam planejado naquela época, alguns foram surpreendidos pelo rumo que tiveram suas vidas.

—Eu fui criada por meu pai, um assassino profissional, que nunca foi incriminado por nenhum crime que cometeu - Diz Caroline enquanto lê o jornal de noticias referentes a época da morte de Carolina "É arquivado as investigações referentes a morte de Carolina, após não ser encontrada nenhuma prova de seu assassinato, segundo peritos o incêndio foi causado por falta de fiscalização da mansão"

—Cresci sobre os cuidados de meu pai e da Aline. Passei anos adquirindo conhecimentos e habilidades para proteger meu pai de qualquer ameaça que pode surgir a ele.

Caroline voltou a cidade de Marion, ela consegue alugar uma pequena casa na cidade. - Ultima vez que estive aqui, eu ainda brincava com Breno, ele ainda tinha uma mãe, agora sei que não podemos mais brincar. Minha vantagem que pude analisar todas as pessoas que irei me relacionar, de certo modo, estou alguns passos a frente dele.

O telefone toca, uma voz diz -Hoje terá evento na empresa da família deles, você precisa estar presente lá, para os conhecer pessoalmente, já consegui seu convite, há uma mala no seu quarto com algumas coisas que irá precisar usar, assim como o nome que usará no evento. Nada pode dar errado.

Ela não responde nada, apenas ouve o que precisa saber, após finaliza a ligação, sobe até seu quarto para ver a mala, ela abre, na mala tem algumas roupas, documentos falsos e armas. Ela começa a se preparar para o evento.
Eliane e Diego se tornaram um casal muito poderoso e influente na cidade de Marion, sócios da empresa POCCO em parceria com Nilton. O filho do casal agora já havia completado 18 anos e ingressava no curso de medicina, por pressão dos pais. Ricardo cresceu com todos os mimos e privilégios possíveis, é um rapaz alto de cabelos pretos e olhos claros, tivera herdado a beleza de seus pais, o que fazia dele desejado por todos. Passava boa parte do seu tempo em companhia com seu primo Marcelo, eles sempre mantiveram uma ótima relação e compartilham dos mesmos.

—Filho, você já está se preparando para o evento de hoje? - Pergunta Eliane enquanto tomava seu café. Eliane apenas pensava na sua imagem e de sua família, não tivera conquistado um reinado atoa.

—Sim, mãe, estava falando com o Marcelo por telefone, ele irá com nós, pois, a relação dele com Tio Nilton está cada vez pior. Fala o rapaz enquanto senta na mesa próximo de sua mãe.

—Tudo bem, esperamos que seu pai não atrase pelo menos, ele não voltou para casa essa noite, me ligou de madrugada dizendo que estava resolvendo as ultimas questões para hoje.

Nilton conseguiu o que tanto queria, se tornou em um empresário muito bem-sucedido, é um dos sócios da Empresa POCCO, seu egocentrismo sempre se manteve presente consigo, Seus funcionários o detestam, ele se casou com sua secretária Paola, dez anos mais jovem que ele. Ela é uma mulher de pele e cabelos marrom de aparência muito bem cuidada. Natalia sumiu misteriosamente e foi dada como morta. Marcelo é formado em direito, trabalha como assessor jurídico na empresa do seu pai é sócio, mantêm a esperança de encontrar a sua mãe ainda viva. Culpa seu pai pelo sumiço dela, o que resultou numa péssima relação com seu Nilton e sua madrasta, carrega consigo seus traumas de infância. Se tornou em um rapaz deprimido e solitário, encontra na companhia de Ricardo empatia e felicidade. Marcelo percebe a pressão psicológica que seu primo sofre de seus pais, que projetam nele a imagem deles.