Capítulo Trinta e Seis

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Por mais emocionante e divertido que tivesse sido este tempo ao lado de Davi, havia chegado ao fim, infelizmente. Então com minhas malas prontas, e de café tomado me direcionei até o hall de entrada ao lado de meu namorado. 

Sim, é completamente estranho para mim referir-me à ele desta maneira, porém é um estranho bom. 

Sorri quando o elevador se abriu no subsolo, e caminhamos em direção ao carro. Ao contrário das outras vezes não liguei o rádio, estava um pouco desapontada por estar indo embora, acho que Davi parece sentir isso, pois pega minha mão enquanto dirige, acariciando-a. 

-Nós vamos nos falar todos os dias, e da próxima vez eu vou para lá. -Diz. 

-Eu sei, apenas não queria ir embora. -Respondo sorrindo. 

-Eu sei Julia, e não queria que fosse, mas relacionamentos à distância não são fáceis. 

-Os que não são á distância não são, imagina os que são... 

Seguimos o restante do trajeto em silêncio, cada um idealizando como seria daqui para frente. Não seria fácil, isso era notório, porém apenas de saber que estamos dispostos a tentar, e isso me alegra. 

Quando chegamos ao aeroporto Davi procurou por uma vaga no estacionamento, ele iria me acompanhar até o embarque. O carro desacelerou, e senti meu coração se apertar por um instante.

Solto meu cinto, e estou preste a descer do carro quando sinto mão de Davi em meu braço, viro-me e o fito. 

Seu olhar percorre toda a extensão de meu rosto. 

Não sei dizer quando exatamente nos aproximamos, contudo estamos extremamente próximos agora, e consigo sentir sua respiração contra meus lábios. Ele se aproxima ainda mais, unindo nossos lábios. 

Sua boca está quente, sinto uma de suas mãos envolver parte de meu maxilar e pescoço, puxando-me ainda mais para si. A outra mão está em minha cintura, acomodo-me ainda mais no banco do passageiro, enlaço seu pescoço. 

Sinto o arrepio ao sentir sua mão em minha cintura, sua barba em atrito com minha pele, tenho quase certeza que minha pele estará vermelha quando nos desvincularmos, mas isso não me importa, não agora. 

Seus dedos misturam-se ao meu cabelo que parece um pouco mais bagunçado que o normal. 

Sinto o ar me faltar por um instante, e creio que o mesmo está da mesma maneira, pois aos poucos sinto-o desvincular-se de mim. Ainda de olhos fechados apenas aprecio a sensação pós beijo que meu corpo reconhece. 

Lentamente abro-os. O homem á minha frente fitá-me de forma intensa, e apaixonada. 

-Espero se lembrar disso no tempo em que ficarmos separados. -Diz. 

-Eu vou. -É a única coisa que consigo responder, ainda estou um pouco entorpecida. 

Descemos do carro, e por mais que me questione se estou apta para caminhar, não há como esperar. Preciso pegar meu vôo. 

Davi retira minha mala do carro, tento pegá-la para a levar, porém o mesmo me interrompe. 

-Não, deixe que eu levo. -Diz entrelaçando nossas mãos. 

Apenas sorrio. 

Agradeço mentalmente por não ter passado nenhum batom ou maquiagem pela manhã, pois caso o contrário estaria tudo borrado agora. 

A medida que adentramos ao aeroporto e nos aproximamos do local onde será feito o check-in aperto a mão do ruivo ao meu lado, tentando memorizar a sensação de tê-lo ao meu lado. Tão única. 

Não há muita fila, logo a recepcionista nos chama e despacho minha mala. Após tudo feito retomamos em direção ao embarque. Agora caminhamos mais devagar, não quero chegar logo, pois sei que quando avistar o portão de embarque teremos de nos separar, e nunca imaginei que seria tão difícil, ou que me apegaria tanto á ele. 

Seria mais fácil se ele morasse no sul, sem dúvidas. Contudo teríamos nos conhecido se ele morasse no mesmo estado que eu? Provavelmente não. 

Nossos passos cessam ao chegarmos em nosso destino. 

Viro-me um tanto desgostada. 

Seus braços envolvem minha cintura em um abraço e o enlaço o pescoço, acabo por ficar nas pontas dos pés pelo fato dele ser mais alto que eu. Apenas aprecio a sensação de estar em seus braços, nos míseros instantes que ainda me restam. 

-Quando pousar me manda uma mensagem. -Sussurra em meu ouvido. 

-Eu vou. 

Sinto-o me apertar contra si. 

-Vou sentir sua falta. -Digo. 

-E eu ainda mais. 

Ele se afasta um pouco, fita-me como se desejasse gravar cada caracteristica de meu rosto, sorrio. 

Beijo-o. 

Após variados selinhos nos desvinculamos, por livre, espontânea pressão da voz robotizada anunciando a última chamada de meu vôo. 

-Não esquece de mandar notícias. -Diz enquanto coloca uma mecha de meu cabelo atrás da orelha.

-Mandarei. Vou sentir saudades. 

-Eu também. Mas daqui a pouco estou indo pra lá, passa rápido do que pensa, você vai ver. -Diz com seu sotaque carregado que tanto amo. 

-Eu sei. Tenho que ir. -Dou-lhe mais um breve beijo e começo a caminhar em direção ao corredor de embarque.

Antes de entrar viro-me e dou um tchau em um aceno. Após, adentro deixando para trás o ruivo que tem se tornado tão importante em tão pouco tempo. 
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E aí meus amores?

Ah despedidas são tão tristes!!!

Espero que tenham gostado do capítulo!! Não se esqueçam de comentar e deixar o like ❤️

Amo vocês ❤️

Seu OlharWhere stories live. Discover now