Cego pelo vício (Romance Gay)

•4•

Acordo no dia seguinte totalmente acabado, não tinha aula então poderia ficar a manhã inteira deitado, perto de meio dia eu me levanto e vou tomar um banho morno, fecho os meus olhos e deixo a agua cair até que eu me sinta relaxado, quando dá uma hora derek vem me buscar.

- E ai, pronto? – pergunta ele animado e dando pulinhos.

- Pronto desde ontem – digo rindo da sua animação.

- Já almoçou? To morrendo de fome, que tal a gente comer primeiro? – pergunta ele.

- Pode ser – digo e então começamos a andar, como o lugar era dentro do campus nós fomos andando.

Conversamos sobre coisas aleatorias, passamos um almoço incrivel, mesmo por termos acabado de nós conhecer praticamente, logo depois fomos para o local de revelação, entramos em uma sala totalmente escura.

- Vou te mostrar como revelar um filme fotográfico negativo, ok? – pergunta ele e eu murmuro um sim – Revelar filme fotográfico é um processo delicado e preciso, o local deve ser completamente escuro, qualquer fonte de luz indesejada pode acabar com todo o seu trabalho! – começa ele a explicar.

Ele me mostrou passo a passo e eu achei tudo incrivel, só fazendo a minha vontade de cursar fotografia aumentar.

- Assim que todos esses passos tenham sido realizados o filme pode ser desenrolado do espiral, utilizar um rodo delicado ou os dedos com luva para retirar o excesso de água. Nos laboratórios deixamos o filme secar na estufa com temperatura em torno dos 40°c – termina de explicar.

- Uau, que legal – digo totalmente facinado – eu poderia fazer isso em casa né?

- Claro, com os instrumentos certos – diz ele – vem cá, vou te mostrar como desenrrolar o rolo – diz ele me puxando pelo braço e me colocando de frente para a mesa, ele fica atrás de mim e pega a minha mão começando a fazer os movimentos – é assim que desenrrola.

- É... o-obrigado por me ensinar – digo sentindo a sua respiração no meu pescoço, minha perna balança pelo arrepio que subiu pela coluna.

- De nada – responde ele saindo de trás de mim e soltando meus braços – vamos, antes de sair tampe os olhos – diz ele saindo da sala e dando um risadinha.

- Por... Uou – não consigo terminar a pergunta quando a claridade bate nos meus olhos, tampo eles imediatamente – ai meus olhos! – digo sendo dramatico e voltando a enchergar aos poucos.

- Eu avisei – diz ele gargalhando – vem cá – ele toca as minhas palpebras com os polegares e massageia.

- Obrigado – digo timido – foi um dia incrivel, serio.

- Digo o mesmo – diz ele sorrindo fofamente – preciso ir agora, mas nos vemos depois? – pergunta ele.

- Claro – então ele chega mais perto e me deixa um beijo na buchecha e murmura um "tchau jason".

Volto pro dormitorio flutuando, com a mente longe, esse dia foi um dos melhores desde que cheguei na faculdade, talvez da vida inteira, irei me lembrar pra sempre, a minha primeira experiencia de verdade com a fotografia, e claro, do derek, a forma fofa e delicada que ele me tratou e explicou tudo, foi uma forma carinhosa que ninguem nunca me tratou, nem mesmo o david, e nesse momento eu percebo que não falei com ele o dia inteiro, mas ignoro isso e continuo indo em direção ao dormitorio, então meu celular toca.

- Olá querido, é a mamãe – diz ela pela primeira vez em um mês.

- Eu sei mãe, como vai?

- Vou bem, me diga querido, virá pra casa esse final de semana não é? – pergunta ela ignorando em perguntar se eu estava bem.

- Não sei, porque? – pergunto confuso.

- Irá ter o jantar do seu pai, te avisei a dois meses atrás, todos os medicos do hospital virao e todos os medicos renomados da cidade – diz ela com uma certa luxuria na voz, eu entao reviro os olhos entendendo o motivo por estar me ligando, era meu pai querendo me exibir.

- Claro mãe, irei sim – digo dando ponto final ao assunto.

- Ok, te espero então – diz ela desligando logo em seguida, olho a data no celular e vejo que infelizmente a festa é amanhã.

Finalmente chego no dormitorio e me jogo no sofá e fico olhando pro teto, começo a me coçar e a me sentir agitado, não conseguia achar uma posição no sofá, entao levantei e fui pra cozinha, depois fui pro quarto e logo depois pra sacada, não conseguindo ficar parado eu volto pra sala, começo a suar e me sentir cada vez mais agitado, decido ligar pro david.

- ... Grave seu recado – telefone dele estava desligado, então mando uma mensagem.

David, me liga.
Enviada a 16:40 +55329...

Então deu cinco horas, seis, sete, oito, e nada de ele me ligar, eu precisava do pó mas ele não estava ali, como eu iria fazer? Apenas me deitei na cama e me enrrolei na coberta e fiquei balançando de um lado pro outro até dormir, foi dificil mas eu consegui, infelizmente eu já estava viciado.