Capítulo 8 II

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"Some people want it all
But I don't want nothing at all If it ain't you baby
If I ain't got you baby
Some people want diamond rings
Some just want everything
But everything means nothing
If I ain't got you... 🎵💖"

Rafaela mandou uns beijos pros pais que estavam sentados no sofá da sala e foi tirar o carro da garagem, ela estava feliz, feliz porque depois da conversa que teve com a irma tinha certeza que todos os caminhos levariam ela a dizer sim, dizer que queria é que iria sim, casar com o André. Foi dirigindo mais rápido que o normal, aproveitou que as avenidas estavam vagas, não tinha muito trânsito. Quando o sinal ficou vermelho ela mudou a música que tocava pra uma da Alicia Keys que ela amava, aumentou e foi cantando a plenos pulmões. Já estava chegando perto do apartamento do André. Cada vez que ficava mais próxima sentia as batidas do seu coração bater tão forte, a música foi interrompida pelo celular que começou a tocar, ela meteu a mão no negócio pra tirar o celular do cabo, quando voltou, foi tudo muito rápido... e ela não viu, apenas ouviu.

13 horas da tarde, em um dos cruzamentos mais perigosos do Rio de Janeiro, ocorre uma colisão, um caminha bate em um Duster.

A quilômetros dali, Renata sentia uma pontada diferente no coração e uma dor na barriga diferente de todas as outras que Liz e Luna tinham proporcionado a ela. Era sufocante.

- André?

- Oi Natinha.

- A Rafaela já chegou aí aí?

- E a Rafaela ia vir pra cá? Aqui ela não chegou não.

- Como assim, André?

- Ué, ela não veio pra cá não.

- André faz horas que ela saiu dai pra vir pra cá. Para de palhaçada.

- Tô falando sério com você. — Quer que eu ligue pra ela?

- Não, eu vou atras dela.

Puta que pariu Rafaela, não faz isso comigo.

- Mãe, ela não tá no André.

- Faz quanto tempo mais ou menos que ela saiu?

- Já tem um tempinho.

- Pera aí, que vou ligar pra ir uma viatura localizar o carro dela. — meu pai falou e pegou o telefone, ele passou algum tempo falando no telefone e desligou aparentemente nervoso. — Fica com a Renata aí, não sai daí.

- Pai, pelo amor de Deus. Me fala o que foi?

- Como assim fica aqui?! O que tá acontecendo?

- Só fiquem aqui, fica com ela. Eu volto já.

Meu pai subiu, rápido. Depois desceu colocando a carteira no bolso e saiu de casa apressado, eu já tava mais nervosa ainda, se é que era possível, pois eu não sabia que conseguia ficar tão nervosa.

- O que será que aconteceu? — olhei pra minha mãe.

- Não sei amor, — ela falou me puxando pra um abraço. — tenta ficar calma.

As horas passavam e nada do meu pai da notícias, o Felipe chegou na casa dos meus pais dizendo que tinha que vir me pegar, pegou eu e minha mãe.
- Se você não me levar agora, pra qualquer canto que esteja acontecendo algo. Ou se você não me contar agora o que tá acontecendo, eu juro Felipe, eu não vou te perdoar.

- Olha, você tem que ficar calma agora, ok? — ele dizia mas ele não me passava tranquilidade nenhuma. — Por favor, pensa nelas. — ele continuou dirigindo e eu sabia que aquele não era o caminho de casa. — A gente tá indo pro hospital agora, aconteceu uma colisão e a Rafaela bateu o carro, seu pai já tá no hospital, vai ficar tudo bem. Só fica calma.

Quando ele terminou de falar nada mais parecia ter sentido na minha cabeça, nada. Eu só pensava na minha irmã, no quanto eu a amava e no quanto tudo tinha que ficar bem. Mas lá no fundo do meu coração eu sabia que tinha algo de errado, algo de muito errado.

- Fala mano — André disse atendendo a ligação do Felipe.

- André tu tá a onde cara?

- Tô em casa porra, tu saiu daqui agora.

- Cara... aconteceu uma merda.

- De qual foi?

- Mano, vou te mandar a localização do hospital que eu to. Vem pra cá agora.

- Porra, Felipe. O que foi? Namoral, tu só faz merda mesmo.

- Fala nada não, só vem, dirige com cuidado.

- Beleza, eu tô indo. Fica suave, to chegando.

André calçou o chinelo, pegou a carteira com os documentos dele e foi até o hospital. Assim que chegou no hospital pegou o celular pra mandar mensagem pro Felipe, mas antes, o irmão já estava o esperando na porta do hospital.

- Tá zoando? — ele disse, o Felipe coçou a cabeça e o olhou. — Que cara é essa?

- Cara, bateram no carro da Rafa, faz horas que ela tá na sala de cirurgia, mas...

- Não to entendendo o que tu tá falando?

- Mano, calma, calma. Bora entrar, a Rafa tá no hospital, André. Pelo que o pai delas me disse, eu não sei se ela sai viva.

O André olhava pro Felipe buscando uma negação que não veio. Ele precisava de forças mas não tinha força alguma nem pra se manter em pé. Tava sendo difícil... difícil respirar. Felipe lhe deu um abraço de irmão, tentando passar confiança, apesar de não ter. Os dois entraram no hospital e foram às pressas até onde a família da Rafa tava, quando ele chegou la e viu a Renata, não se aguentou e começou a chorar como um bebê, Renata chorava também e lhe deu um abraço, um abraço que durou por bastante tempo. Ficaram ali nervosos, naquela sala de espera, sedentos por uma resposta que os deixassem aliviados.

- Parentes de Rafaela Faria. — disse o médico. Talvez, desse pra ouvir as batidas do coração da Renata de tão forte que tava.

- Aqui. — O pai delas disse se levantando, ficando de frente ao médico. — Cadê minha filha? A gente já pode ir ver ela.

- Olha senhor, o senhor precisa ser bastante forte agora.

- Não, não, não... — Renata já gemia de dor na possibilidade da notícia. Foi abraçada fortemente pelo Felipe.

- A Rafaela sofreu um traumatismo craniano e uma veia do seu coração ficou bastante debilitada, tentamos ao máximo, mas quando ela chegou ao hospital o quadro dela já era irreversível. Infelizmente, sua filha faleceu.

No meio de toda a confusão de sentimentos ali, o grito de AAA, da Renata ecoava... junto dele, caíam as lágrimas do André, de uma forma tão desesperada, que chegava a ser preocupante.

- Por favor me diz que é mentira. — ela dizia enquanto dava alguns socos nos peitos do Felipe. — POR FAVOR ME FALA A VERDADE, NÃO DEIXA ELA IR EMBORA, TRAZ ELA DE VOLTA! — dessa vez ela falava pro médico, era desesperador.

Rafaela Faria. 21 anos.
Horário do óbito: 14:45.

Vai namorar comigo sim! IIWhere stories live. Discover now