Portas Frustrantes

6.7K 427 37
                                    

Meus sentidos se paralisam. Era impossível mover um só de meus nervos. Odiava o fato de Sharman em 24 horas ter me intimidado tanto a ponto de me calar com um simples gesto impertinente. O jeito que o dono do olhar azul me deixava, perdida e completamente atrapalhada. Meu olhar se fixa em sua boca, sem me conter em desviar minha atenção.

— Onde está Sprouse? — Perguntou ele.

— Disse que iria reencontrar uns velhos amigos que tem pela região. — Numa tentativa inútil de encontrar uma postura melhor fico ereta.

— Veio sozinha? — Oh, ele não gostou de minha resposta. O grave de sua voz o entregara sem rodeios.

— Sim, não foi tão difícil com a ajuda do GPS. — Levanto minha cabeça colocando uma mecha de meu cabelo para trás.

— Não a quero andando sozinha por essas ruas, ainda mais com sua idade. É perigoso. — Eu obviamente poderia ter ficado fula da vida por sua inconveniência. Ele está me chamando de criança?! Porém, a única coisa que consigo fazer é rir diante da situação.

— Com essa idade? — Ri negando com a cabeça. — Acho que sou capacitada para cuidar de mim mesma, senhor. — Não escondo a ironia usada naturalmente.

— A partir de amanhã peça para que Taylor a busque ou a leve para onde desejar ir. — Não havia traço de humor. Estava zangado. Era fácil perceber, pois a linha ríspida de seus lábios deixara claro que minha resposta foi inconveniente á sua perspicácia.

— Costuma ser assim com sua namorada? — Disparo de uma vez incomodada por seu controle absoluto.

— Não tenho namorada.

— Não?

— Parece surpresa. — Por um instante, uma diversão contagiou a voz dele.

Óbvio que estava surpresa! Como um homem daquele porte arrogante, prepotente, porém lindo e galanteador possa estar só? É quase que impossível! As mulheres com certeza babam ao vê-lo passar! E quem não babaria? Lindo, rico, dono de um patamar gigantesco...

Ah, não.

— Você é gay? — Pergunto chocada. Sua expressão se fecha, como se estivesse avaliando sua resposta percebe que acabara de cometer um erro. Puxando a gravata de cima do piano observo enrolar o pedaço de pano em sua mão habilmente. Apertando com força em volta da mão esquerda às veias saltitam de seu dorso dando para ver claramente seus nervos. Parecia estar se controlando, para o que eu não sabia certamente, mas o pensamento me fez ruborizar outra vez.

Droga!

— Não, eu não sou gay. — Alto e claro puramente rude, assim foi sua resposta, e provavelmente com razão. Encolho diante de minha vergonha, mas por algum motivo sua resposta me deixara mais aliviada.

— Lyra? — Graças a Deus! Levanto-me imediatamente vendo Cole nada contente se aproximando com uma sacola na mão. — Seu celular está quebrado?

— O que?

— Valerie me ligou e disse que tentou falar com você, mas...

— Caralho! — Ignoro a repreensão do xingamento dos dois homens em minha frente saindo correndo para meu quarto, encontrando o celular em cima da cama. Porém, não havia ligação de minha mãe. Nenhuma. Confusa, ouço a porta se fechar e Cole cruzar seus braços, olhando-me furioso. — Não tem ligação nenhuma.

— O que estava fazendo sozinha com ele? — Arregalo meus olhos me sentindo no meio de um conflito interno entre tirar satisfação ou apenas responder sua pergunta. Primeira opção.

Desejos IndomáveisDonde viven las historias. Descúbrelo ahora