Pensamentos Indefinidos

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Não respondo. Apenas o abraço forte fechando meus olhos inalando seu perfume amadeirado. Fazendo menção de levantar seguro forte sua camisa impedindo sua ação.

— Fica quieto. — O repreendo ajeitando a cabeça em seu peito.

— O escolheu. — Não era uma pergunta, é uma afirmação. Não teve deslize em sua voz. Se relaxando novamente na cama ouço seu riso baixo, os braços pousam a minha volta me convidando pra um aconchego mais caloroso.

— Sim.

— Ah... Que decepção. — Abro meus olhos encarando o colar de cruz em seu pescoço. — Achei que você tinha bom gosto. — Ele caçoa, mas posso sentir seus músculos se tornando tensos.

— Cole...

— Vamos ficar assim por enquanto, provavelmente a partir de amanhã não poderemos mais ficar assim. — Havia certa magoa em sua voz ou talvez raiva.

— Não deixa esquisito.

— O que? — Levanto a cabeça o encarando.

— Nossa amizade. Sei que a pratica não envolve sentimentos recíprocos dependendo do caso e esse é um deles como vocês deixaram claro, mas... A nossa amizade existe e ela é muito importante pra mim, não quero perder.

— Então foi por isso que o escolheu? — Nego me sentando na cama.

— O escolhi porque Daniel me dá coragem de querer saber mais, ele de certa forma me compreende neste ponto. — Sorrio de lado voltando minha atenção a Cole. — Se eu te escolhesse, sei que não sou capaz de obedece-lo. Não consigo ser totalmente fiel a você neste caso.

— Eu sei. — Ele admite me olhando. — Mas já que estamos sendo sinceros. — Se ajeitando na cama ele se senta de frente para mim. Pegando meu queixo nossos rostos são aproximados, nossas bocas a centímetros de distancia e num desvio rápido seu hálito quente sinto perto da orelha. — Não vou desistir.

O que...?

Beijando o canto de minha boca Cole se levanta me deixando sozinha em devaneio. Ao fechar a porta reflito o que ele quis dizer com aquilo. Pegando o contrato de dentro da gaveta no criado-mudo, verifico as horas no despertador. 

Será que Daniel voltou da empresa?

Levanto-me da cama levando o contrato junto, caminhando pelo corredor, seu escritório estava vazio e seu quarto sem barulho. Desço as escadas ouvindo notas de piano sendo tocadas sutilmente. Apenas sua presença ali. Sozinho no banco e seus dedos tocando na sinfonia lenta e sombria.

— Me desculpa. — Ele diz e os teclados se cessam e sua atenção se volta a mim. — Não era pra ela aparecer aqui. — Me sento ao seu lado deixando o contrato em cima do piano. — Isso não vai mais acontecer. — Olhando para o meu lado direito do meu rosto ele acaricia e por um momento, prendo minha respiração.

Ele está se culpando?

— Como soube que a pedófila estava aqui? — Sorrindo de lado Sharman para com o toque me encarando.

— Assim que Elena apareceu na portaria, Gail me avisou. — Assenti teclando em uma nota qualquer.

— Isto é seu. — Eu aponto para o teclado. Pegando o contrato, Daniel para diretamente na ultima folha. Encarando como se estivesse em dúvida.

— Sprouse já sabe? — Concordo apenas assentindo voltando minha atenção a ele. — Que péssimo dia para me contar, Senhorita Blanche. — Sua mão agarra minha cintura com força me puxando em sua direção. Com sua pequena atitude inesperada já consigo sentir minha intimidade pulsar. — Justo quando não posso comemorar... Te fodendo? — A garganta se torna seca com suas palavras e a vontade de ter seu desejo realizado, também era a minha naquele exato minuto. — Menina má. — Sua boca selvagem invade a minha, apreciando o ato solto um gemido involuntariamente. Segurando meu quadril mais forte sou colocada em cima do piano e uma nota alta se soa pela sala.

Desejos IndomáveisWhere stories live. Discover now