Perguntas Pessoais

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— Vamos?

— Pra onde você me trouxe exatamente Sr. Sharman? — Apontando para a placa a esquerda me aproximo mais da janela do carro identificando a palavra Vancouver destacada em branco na placa a frente.

Espera! O que?!

— Este é seu modo de “respirar”?

— Não, este é meu modo de negociar. — Ele passa o dedo em seu lábio superior repuxando o canto de sua boca numa avaliação com o olhar. O carro estaciona. Tirando o cinto de segurança pronta para abrir a porta, Daniel a tranca impedindo meu ato e viro meu olhar para ele, confusa. — Ainda não pode sair, precisa me entregar uma coisa.

— O que? Mas...

— A calcinha, Lyra. Esta noite sua calcinha me pertence. — Arregalo meus olhos. Não surpresa, mas completamente curiosa com seu comando. — Terei que tira-la pessoalmente?

— Talvez? — As palavras num murmuro escapam de minha boca, rapidamente me silencio e seus lábios me atacam com ferocidade me silenciando por completo. Seus lábios macios e quentes me provocam aquele calor intensivo, suas mãos me impedem de toca-lo sendo seguradas com força em meu colo.

— Lembre-se que foi você quem pediu por isso. — Sem assimilar direito meu vestido é levantado e num puxão é rasgado do lado esquerdo.

— Daniel!

— Termine de tira-la. — O tom autoritário se volta contra mim impaciente. Tiro entregando a peça rasgada, a porta é destravada e finalmente sou liberada para poder sair. Saindo do automóvel Daniel joga a calcinha na lixeira em frente ao restaurante e o encaro inconformada.

Nunca mais compro calcinha de brechó.

O local é descontraído, menos formal do que Daniel obviamente estava acostumado a ir diariamente. Quase não havia pessoas, a maioria se tratava de estudantes no máximo quatro casais preenchiam o estabelecimento e o resto garotas universitárias. Escolhendo a mesa do canto afastada das outras pessoas Sharman puxa a cadeira para me sentar. Sua presença logo de inicio atraiu principalmente a atenção das garotas sentadas em volta de uma mesa, não negarei o fato de que aquilo me incomodou, mas eu não as culpo.

O porte físico e a forte presença de poder atrai sempre os olhares por onde Daniel passa, seus olhos inflamam soberania e cada gesto seu qualquer pessoa se sente intimidada por sua arrogância.

— No que pensa? — Desviando minha atenção das garotas que cochichavam nos ouvidos uma das outras passo a observar o homem em minha frente.

— No quanto você me deixa confusa e desconfortável. — Admito sem rodeios e um sorriso de deboche ele solta negando levemente com a cabeça, achando graça. — Pelo menos eu sei que eu o divirto.

— Porque exatamente, a deixo confusa? — Deixando o cardápio de lado sua testa se franze levemente, prossegue ele provocativo sem nenhum vestígio de humor.

— Por que... — Num gesto, Daniel pede para o garçom nos dar licença e me fita com seus olhos Azuis.

— Continue.

— Na sua casa, você mal fala comigo. Basicamente me evita e em certas ocasiões, é muito grosseiro, e então de repente consegue ser todo cavalheiro. Diz que me quer, mas não entendo o porquê. Olhe ao seu redor, mulheres caem ao seu pé em questão de 5 segundos. Você consegue ser duas pessoas todo o tempo, eu não sei definir quando está sendo gentil ou esnobe. Fala sério, estou sem calcinha num restaurante. Eu nunca fiz estes tipos de coisa. — Finalmente pauso tomando folego. — Tudo ao seu lado é novo, como uma primeira vez. — Termino de falar me afundando no estofado da cadeira.

Desejos IndomáveisWhere stories live. Discover now