Chá, biscoitos e Natal

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Manhã de Natal, próspero não acham? Melhor ainda quando se está sozinha. Triste, certo? Mas é ai que vocês erram. Antes deixa eu me apresentar a vocês, me chamo Anika Goldberg Rolssen, tenho 25, belíssimos, anos e atualmente trabalho num pub no centro de Genevieve Town, uma cidade pacata e rústica, com pessoas simpáticas e doces, onde padarias e docerias oferecem um ceia de natal para desabrigados e gente triste como eu.

Mas vamos voltar ao princípio, o motivo pelo qual me encontro sozinha no natal desse ano, sim, porque nos anteriores eu estava com minha família, é que a seis meses eu estava namorando um maluco chamado, Darius, e já imaginam né, rolo vai, rolo vem, no final, olha quem está grávida. Isso mesmo, eu, então com medo de ser a ovelha negra da família e ser desprezada por meus pais, porque se tem gente escrota, são eles, eu optei por roubar uma boa quantia no cofre e vim morar aqui. Não é tão ruim, mas tudo muda quanto a palavra bebê aparece na sua vida e foi isso que aconteceu. Eu sempre uma moça levada, amava sair para as festas e beber até o dia raiar ou ir até a casa de campo e da festas de arromba, mas ai ele apareceu, me mostrou seu mundo e foi embora, no entanto na minha cabeça ele valia a pena, errei drasticamente, eu sei. Mas a bênção foi nascer rica e gente rica é cruel, então meus pais me ensinaram a ser assim, até ter o sangue frio. E é isso que venho fazendo a dois meses, vivendo por mim e pra mim, parece egoísta, mas na minha cabeça faz certo sentido, isso só muda quando alguém me para e pergunta: "Está de quantos meses?" ou "Que linda, vai ser uma criança cheia de vida.". Mesmo sem nem ver essa criança e acreditar que viver em tais condições seja, de certa forma, ruim, eu a amo com toda minha vida.

Assim que entro no meu café preferido, Anne, a atendente, logo aponta a mesa vazia no canto do salão, perto da grande janela. Me ponho a andar e quando chego a mesa, me sento. Logo mais Anne surge.

- Olá, mamãe do ano! Vai querer o de sempre? – diz, já anotando o meu pedido de sempre.

- sim, obrigada. E você como vai? – pergunto, me organizando e pondo a bolsa em cima da mesa e retirando o computador.

- Bem. No melhor, é Natal, como não ficar bem em natal! – diz já se retirando.

Ligo o computador a minha frente e abro os arquivos. Desde que chegue aqui, nessa cidade aconchegante e gostosa, venho dando mais atenção ao meu livro. Larguei faculdade e uma vida na minha antiga cidade, e como hobbie tinha escrever, mas meus pais não permitiam que eu desse devida atenção a isso, sempre acharam que era algo sem futuro. Agora com tempo e um bom aconchego, inspirações vem e vão.

Começo a digitar e ouço o sino tocar, minha atenção se volta a porta. Um moço viril entra por ela, cabelos curtose loiros, barba por fazer e vestido com uma roupa preta, o mesmo vai até o caixa e fala com Annie, antes de virar para o meu lado e me encarar.

Não sei quanto tempo passei encarando aqueles olhos claros, mas me perdi o suficiente para não perceber quando senta na minha mesa.

- Oi! – fala com um sorriso meio torto.

Tinha uma voz suave.

- Oi, qual seu nome? – pergunto curiosa.

- Bob. Bob Luding. Prazer... – estende a mão.

-Anika. – aperto.

Por um breve momento me senti em um dejavu. Sua presença não tinha uma aura ruim, mesmo sendo alguém que acabei de conhecer, ele era doce e me fazia crer que podia acreditar em você.

- Me desculpe sentar assim, posso?

- Claro. Fique a vontade. O que você faz Bob? Posso de chamar assim?

- Sim. Eu trabalho com o exército .

Não percebi quando minha amiga depositou uma xícara de chá fumegante e pãezinhos de canela sobre a mesa, a conversa fluía como água límpida. Era tão delicioso. Numa tarde de Natal, falamos sobre nossas famílias, vidas, tão normalmente, sentido o espírito de Natal nos cobrir de coisas boas. Beberiquei o chá quente, permitindo me esquentar com o líquido de cor âmbar. O ouvi contar suas missões no Afeganistão e Síria, sobre o quão era triste e agonizante vê pessoas e mais pessoas morrer. Tinha tristeza e compreensão em seu olhar, quando lhe contei da minha gravidez e sobre minha família. Rimos e choramos, tudo num dia frio, numa mesa, comendo panquecas e pãezinhos, doces e guloseimas próprias desta data tão espacial.

Ao cair da noite o café já estava meio vazio, a ceia já tinha sido levada ao centro da cidade e a essa altura já tinha sido oferecida as pessoas.

Nos levantamos e ele fez questão de pagar a conta, me ofereci, mas sua desculpa foi que eu era a mulher de sua vida. Ri, pois mesmo incrédula de tudo, meu coração se remexia quentinho no peito.

Ao sairmos para fora, Bob se pois em minha frente. Retirou os cabelos escuros caídos sobre meu rosto e apreciou meu rosto. O ar faltou, os batidos ficaram descompassado, suspirei apaixonada por aquele que tanto...

Antes mesmo que eu pudesse dizer algo, sob o visco pendurado no alto da porta, me beijo apaixonadamente. Sua língua me presenteando e vasculhando toda minha boca, suas mãos conhecendo minha nuca. Me entreguei de corpo e alma a aquele ser que eu havia me apixonado.

Me afastei para vê rosto e me surpreendi com o que senti. A magia do Natal havia chegado a Genevieve Town.

- Feliz Natal, Bob.

- Feliz Natal, minha amada Anika.


Autora: M. Beatriz >>> segue lá: hwangbeatriz

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