É só o começo.

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FELIZ ANO NOVOOOO!!🎉🎉

Espero que gostem do capítulo...


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Peguei meu celular e liguei pra tia Selma avisando que já tinha chegado em SP, ela ficou feliz e disse que me esperaria no apê da Day. Pedi um uber e fui até lá, meu coração batendo cada vez mais rápido no meu peito. Chegando lá, subi até o andar que ela morava, meus passos eram lentos e cautelosos, quando parei em frente a porta, fiquei cerca de cinco minutos parada e criando coragem pra tocar a campainha. Quando apertei o botão, ouvi a voz abafada da tia Selma gritando um “já vai”. Um minuto depois a porta foi aberta e minha visão foi preenchida pela imagem de uma morena linda, ela estava com os cabelos desarrumados e com uma carinha de sono adorável, mas uma aparência bem diferente da Day que eu conhecia. Estava mais magra e com olheiras bem visíveis. Ela me olhava assustada e como se não estivesse acreditando que eu estava mesmo ali, eu respirei fundo e abri um sorriso nervoso. Ela continuava lá parada sem reação.

- Não vai me convidar pra entrar?


Point Of View DAY

Acordei de súbito, outro pesadelo, outra vez sonhando a mesma coisa. Passei a mão pelo rosto e senti o suor, levantei e fui ao banheiro lavar o rosto. Sai em direção a sala e sentei no sofá, percebi minha mãe na cozinha, parecia estar cozinhando algo, e pelo cheiro, era algo bom, continuei sentada no sofá olhando a tela preta da TV desligada, eu não queria ver nada, meus pensamentos estavam longe.

Acordei de meus pensamentos com o som da campainha tocando, franzi os cenhos me perguntando quem poderia ser, Dona Selma deve ter pedido algo! Escutei sua voz da cozinha gritando um “já vai”, ela ia tirando o avental que usava, quando me notou sentada no sofá.

- Day, você pode abrir pra mim?

- Okay. – Falei indo abrir a porta, assim que abri a porta, meu coração saltou, senti minhas pernas tremendo, não poderia ser! Ela não estava ali, não mesmo! Carol me olhava esperando uma reação minha. Não sei quanto tempo fiquei parada olhando pra ela, só me dei conta de que precisava fazer algo quando ela deu um sorriso lindo e disse:
- Não vai me convidar pra entrar? – Assenti e dei um passo para o lado dando espaço pra que ela entrasse em casa.

Quando ela entrou, fechei a porta e me virei, meu coração batia feito louco, eu não sabia o que fazer, ela estava parada no meio da sala me olhando. Eu olhei pra ela e ficamos um tempo apenas nessa troca intensa de olhares.

- Carol, que bom que já chegou filha! Eu estava preparando um lanche.

- Oi tia Selma, cheguei sim e aposto que esse seu lanche está ótimo. – Carol falou enquanto elas se abraçavam calorosamente. Observei aquela interação sem entender.

- Você sabia que ela viria? Porque não disse nada? – perguntei com raiva e meu tom de voz aumentando. Carol e ela me olhavam assustadas.

- Calma ai esquentadinha, eu que pedi a sua mãe que não falasse nada, eu queria fazer uma surpresa, mas parece que você não gostou muito, não é? Eu posso ir embora se você quiser...- Carol disse de maneira defensiva.

- Não, você não precisa ir embora, eu só... Eu só queria ter me preparado antes. – Eu disse envergonhada. - Me desculpa mãe...

- Tudo bem, querida... Eu vou voltar para a cozinha e terminar de fazer os lanches, quando eu acabar chamo vocês. – Ela disse e foi para a cozinha.
Eu ainda estava meio sem saber o que fazer ou como agir, ter a Carol assim tão perto me deixava em um estado de nervosismo constante. Sentir o perfume doce que emanava dela me fez perceber o quanto que estava com saudade daquela ruivinha. Senti os seus olhares em minha direção e a olhei também, ela sorriu, o que me fez dar um sorrisinho de lado e olhar pro chão envergonhada.

- Sabe, desde que cheguei, estou me perguntando quando que eu vou ganhar um abraço... – Eu olhei novamente pra ela e sorri abrindo os braços para que ela viesse ao meu encontro, assim que percebeu meus movimentos, se jogou contra eles rodeando meu pescoço com seus braços e me apertando naquele abraço, meu coração batia feliz, enfiei meu rosto em seu pescoço aspirando aquele cheiro maravilhoso que eu sentia tanta falta. – Eu senti tanto a sua falta... Fiquei esse tempo todo me perguntando o que tinha acontecido e onde você estava... – Ela disse suspirando alto e me apertando ainda mais.

- Eu não queria te envolver em meus problemas, por isso não te procurei e nem atendi suas ligações... Me desculpe por isso.

- Tudo bem, o que importa é que eu estou aqui agora, e não há nada que possa fazer eu ir embora, eu vou ficar aqui o tempo que for necessário, eu sei que você terminou com a Dani e não vou te perguntar o motivo, quero me conte somente quando estiver confortável com isso.

Assenti e nos soltamos do abraço, no mesmo momento minha mãe apareceu na porta para nos chamar para o tão esperado lanche. Fomos para a cozinha e nos sentamos na mesa que estava recheada de comida, minha mãe sempre foi muito exagerada, ela fazia tudo aquilo mesmo sabendo que não comeríamos nem metade. Nosso lanche foi regando de conversas e gargalhadas da parte das duas, eu comia calada observando a conversa das duas. Eu me sentia feliz, como muito tempo não acontecia, Carol era capaz de me trazer felicidade apenas estando no mesmo ambiente, seu sorriso iluminava tudo e todos ao seu redor e isso foi o que sempre me chamou atenção. Tê-la assim tão perto me fazia querer ela pra mim, eu a queria muito, só não sabia o que fazer para ela ser minha assim como eu já era toda dela.
Terminamos e ajudamos minha mãe com a limpeza da cozinha, Carol me contava o que tinha acontecido em sua vida nos últimos meses.

- Renan finalmente conseguiu um emprego na área em que se formou, ele tá tão feliz, fazendo vários planos e pensando em abrir o próprio negócio, mas isso é para o futuro. – disse enquanto secava as louças. – O Rafael continua dando aulas, mas não está mais nas escolas públicas, ele conseguiu, por meio de uma amiga, um emprego numa escola particular, ele ta feliz com isso, está ganhando bem mais e noivou com a Michele, você sabe... Aquela menina que vivia correndo atrás dele e que não sabíamos se estavam juntos ou não. – Ela disse rindo e balançando a cabeça em forma negativa.

- Ta brincado!! O Rafael vai casar com ela? Meu Deus.... Eu sempre soube que eles iriam acabar juntos de verdade, mas achava a ia demorar um pouco mais. – Eu falei rindo e surpresa com a notícia. – Mas e você, contou sobre seus irmãos mas não disse nada sobre o que aconteceu com você esse tempo... – suspirou e olhou para os pés, vi que tinha algo de errado e olhei pra ela tentando entender.

- Eu não compus mais, já tem um tempo em que tento fazer isso, já tentei de tudo mas já não tenho inspiração pra nada, e nem ânimo para tocar. – era evidente que ela estava sofrendo com isso.

- Olha, eu estou na mesma situação, desde que terminei com Dani, não tenho mais ânimo para nada, não consigo cantar, tocar e nem compor... Quem sabe a gente não consegue fazer isso juntas? Eu não quero mais ficar assim, não quero acabar com o que eu estava construindo, eu quero seguir minha vida e realizar meu sonho, eu só não sei como fazer isso, Carol... – eu disse desesperadamente, ela me olhou e me abraçou apertado.

- Ei, calma, eu estou aqui agora e vou te ajudar, nós vamos nos ajudar.. Não precisa ter medo, você é capaz, nós somos capazes e vamos conseguir, vai ficar tudo bem.. – a abracei mais forte e ali eu soube que eu faria de tudo, que mesmo sendo difícil, eu iria passar por aquilo e que não estaria sozinha, minha ruiva estaria do meu lado, aquilo me fez sorrir, um sorriso de felicidade. Era apenas o começo...

Clichê (Dayrol)Where stories live. Discover now