[4]. Ele é ciumento

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Eu posso garantir que fiquei um bom tempo tentando absorver tudo o que aconteceu naquele dia em que Jimin, podemos dizer, supostamente me largou.

Podemos começar a série de desgraças alheias com: eu fui demitido do meu emprego, isso, você não está lendo errado, eu fui demitido porque meu chefe alegou que os problemas pessoais são deixados de lado a partir do momento em que se entra na cafeteria; não que ele esteja errado ou coisa do tipo, eu concordo com essa ideia, trabalho é uma vida, a sua vida fora dele é outra completamente diferente. Minha bicicleta foi roubada. O meu lindo meio de transporte foi roubado, e eu era obrigado a acordar mais cedo para TENTAR pegar um metrô parcialmente cheio. E, para piorar tudo de forma absurda, eu sentia falta de Jimin e isso dificultava as coisas para o meu lado. Aquele imbecil era como uma válvula de escape para meu estresse, eu sinto falta daquele cretino entrando em minha casa quando bem entendia, para fazer palhaçadas ou ver um filme comigo enquanto me obrigava a fazer pipoca.

Podemos anotar na lista de merdas da minha vida meu penhasco por Park Jimin? Não, retirando o que disse, eu não tenho uma queda ou sequer penhasco por Park Jimin; se ele desaparecesse, eu não daria falta. Se bem que isso é bem irônico, não? Eu estou reclamando por estar sentindo falta dele.

A faculdade tem sido um pé no meu saco, e, olha, eu tenho um puta saco, vocês não têm noção, mas, falando namoralzinha, odeio minha vida. Eu consegui me foder tanto em menos de uma semana que parece irreal; quando pensava na hipótese de que não tinha como tudo aquilo piorar, a vida me provava completamente o contrário. Eu enviei meu currículo para todos os estabelecimentos possíveis e temia muito que não fosse aceito em nenhum, e é importante ressaltar, eu enviei currículo até como assistente na cantina da escola em que Jimin trabalha; seria bom ser escolhido lá, muito bom.

Revirando mais uma vez na cama, tampei minha cara com o travesseiro. Precisava tirar Jimin da cabeça, já era tarde e, por mais que eu não tivesse que acordar cedo no dia seguinte, uma boa noite de sono sempre faz bem a todos, dos mais pobres aos mais ricos.

Mas é claro, minha mente prefere pensar em como Jimin fica lindo sorrindo, como seus olhos se tornam pequenos risquinhos completamente adoráveis, como seu dente levemente torto combina tanto com ele, ou então como a forma que ele joga os cabelos me deixa tão aéreo. Minha mente me pregava peças; quando eu achava que estava tudo uma beleza, ela me vinha com a imagem de meu crush à mente.

Vamos lá, se em pleno século vinte e um você não sabe o que significa crush, eu vou explicar da minha maneira, ou seja, da forma que EU vejo essa palavra. Basicamente, eu não quero ficar escutando aquele mimimi do caralho, porque eu acho que significa isso e se você discorda, pau no seu cu - é bom, eu recomendo. Okay, vamos começar minha explicação. Crush, na minha concepção, tem três definições: 1) pessoa que quer pegar; 2) paixãozinha barata; 3) e o caso do crush supremo, que seria aquela pessoa que você gosta muito.

Sim, Jimin é meu crush supremo.

Mais uma vez, revirei-me na cama, dessa vez trazendo o cobertor para cima de minha cabeça enquanto xingava alguns palavrões em baixo som. Eu não devia estar dando falta de Jimin, sinceramente, ele desistiu de nós, não tinha nada para render ali e eu estava sofrendo por nada. Park Jimin nunca volta atrás em uma decisão, então eu simplesmente não tinha motivo para permanecer assim.

Levando em conta que eu estou perdendo um homem como Park Jimin, e isso é como ganhar na loteria e não ir buscar o prêmio, eu podia me considerar um homem perdido na vida, agora eu podia virar titia, ter cinquenta gatos em casa e viver com um vibrador, posso viver de punheta também, mas, sinceramente, uma vida sem sexo não deve ter graça alguma.

- Aish, Jimin é um imbecil. - Xinguei alto, me sentando na cama e alcançando o celular no criado-mudo que se posicionava ao lado da cama. Eram exatamente três horas e vinte e sete minutos da madrugada, e eu estava acordado; na hora do demônio, eu estava acordado; acordado. Certo, eu tinha que estar dormindo, o que diabos estou fazendo? Me levantei e caminhei pelo quarto com aquilo que as pessoas chamam de coração na garganta, eu podia jurar que meu coração sairia pela boca a cada segundo que se passava, e essa não era uma das melhores sensações do mundo, digo, nem a melhor é, na verdade, uma sensação boa seria, por exemplo: ter Jimin aqui ao meu lado, me protegendo.

10 motivos para odiar Park Jimin | jjk + pjmOnde as histórias ganham vida. Descobre agora