Capítulo 4

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Ainda meio atordoado com meus pensamentos sobre o que tinha acontecido na noite passada, decido aceitar o pedido de Taehyung para irmos ao parque, achei que seria bom ter alguma distração, já que, em alguma hora ou momento, Jimin estaria tão perto de mim quanto eu pensava.
Estaria marcado para irmos às 16h, e eu já estava me arrumando para encontra-lo. Quando abro uma de minhas gavetas, acabo encontrando um retrato antigo meu e de Jimin, de algumas semanas antes de tudo aquilo acontecer, antes de eu ter que me adaptar a viver sem seu amor, meu coração se apertou. Quando vou olhar atrás da foto, havia algo que eu provavelmente não tinha percebido antes, ou teria sido colocado ali depois. Com uma letra claramente impressa, leio atentamente aquela pequena frase:

"Apenas vá até o sótão de sua antiga casa"

Por um momento, achei que aquilo era piada, não havia a menor possibilidade de eu conseguir ir no sótão de lá, já se fazia dois anos desde que saí e não haveria como voltar, além que, eu não iria cair em um papo de quem eu nem sei quem é. Poucos minutos depois, recebo uma mensagem em meu celular que dizia exatamente a mesma coisa, pensei em chamar a polícia, em denunciar, mas toda vez que eu recebia alguma mensagem sempre era bloqueado e o número nunca mais aparecia, como se tivesse sumido do mapa e da minha visão. Ouço Taehyung me chamando pelo lado de fora do apartamento, havia deixado claro para o porteiro que ele poderia subir assim que chegasse, o que me fez apressar pois eu ainda não estava pronto.
Ao abrir a porta, me deparo com aquele garoto alto, e de fortes cabelos vermelhos, não posso negar que ele era uma pessoa muito bonita.

- Olá, você está incrível - ele diz

- Obrigada, você também está

Taehyung me acompanha até o carro dele e em seguida partimos. A todo instante eu estava pensando no que teria no sótão, e quem me mandou aquilo. Tae não era muito de papo, talvez estivesse guardando todos os assuntos para quando estivéssemos no parque, então preferi não interromper o silêncio. Por enquanto.

- CUIDADO! - dou um grito que faz Taehyung até apertar a buzina se assustando

- O que aconteceu?! - ele diz assustado

- Nada... Eu... Pensei ter visto uma coisa

Ele me olha com um olhar desconfiado, mas não pergunta nada e seguimos nosso caminho. Eu tinha cada vez mais certeza de que estava ficando doido, mas eu tinha certeza de que havia visto Jimin na frente daquele carro, não era possível, o que estava acontecendo comigo? De uma hora para outra Taehyung entra na minha vida, começo a receber bilhetes, mensagens e ver coisas aonde não tem, Jimin iria estar na cidade e todos esses eventos estavam começando a acontecer. Cada dia que passava eu tinha mais medo de ficar sozinho, do que poderia ser a próxima coisa a acontecer.
Sem que eu perceba, Taehyung bate na janela do carro me fazendo notar que já havíamos chego ao parque. Desço e vou em direção a ele, começamos a andar ainda em um silêncio absoluto, até ele quebrar isso.

- Então, você já namorou?

- Ahn... Já. Há uns anos atrás, mas não deu muito certo - digo tentando não tocar muito no assunto

- Ah sim, ela era complicada? - ele pergunta

- Era ele, e sim, digamos que ele tinha um comportamento diferente, ele acabou terminando comigo e indo embora, sofri bastante mas agora eu estou bem... eu acho - respondo

- E qual era o nome dele?

- Era Park, Park Jimin - digo tentando parecer normal

Por um instante, a feição em seu rosto mudou, ele parecia estar surpreso e ao mesmo tempo como se tivesse conseguido aquilo que queria tanto saber, confesso que fiquei assustado ao ver a expressão em seu rosto, mas mesmo assim, não comentei nada. Continuamos andando pelo parque e percebi que o assunto morreu logo depois que foi tocado no nome de Jimin.

- Escuta, nós podemos ir? Eu acabei de receber uma mensagem e as coisas não estão muito bem em casa

- Eu pensava que você morava sozinho - respondo desconfiado

- Eu moro é que... Meus pais acabaram de chegar de viagem e aconteceu problemas

Não digo nada, apenas balanço a cabeça e voltamos para o carro. Ele me deixa em casa e sem nem olhar para mim vai embora. Mesmo estranhando aquele comportamento no parque, prefiro acreditar que era mesmo um problema familiar que havia acontecido. Chegando em meu apartamento, percebo que o porta retrato estava na minha cama e o mesmo bilhete no chão, eu não sabia o que aconteceria se eu fosse no destino que o bilhete falara, mas eu não iria saber se não arriscasse.
Peguei um spray de pimenta que eu sempre levava, e fui. Como era um pouco longe de meu apartamento, acabei pedindo um táxi e em poucos minutos já estava lá.
Quando cheguei fiquei de boca aberta já que, a casa estava aparentemente toda abandonada, se tivesse alguém morando aí com certeza não sabia cuidar de uma casa. Após de várias tentativas chamando alguém pelo lado de fora, fui obrigado a entrar cautelosamente no "jardim" que ali havia, bati na porta várias e várias vezes e tive a conclusão que estava realmente vazia. Ao entrar, vejo que não havia móveis lá dentro, apenas poeira, muita poeira. Dou uma olhada para ter certeza de que não havia realmente alguém ali, e vou em direção ao sótão, que foi citado no bilhete. Ele estava aberto, mas não havia como eu subir já que estava sem escada, mas, por sorte - ou não - vejo uma única cadeira no meio daquele vazio de cômodos, pensei que aquilo poderia ser armado, quem deixaria uma única cadeira no meio de uma casa vazia?
Posiciono a cadeira de uma forma que eu conseguisse pular nela depois para sair e entro no sótão, ao observar, dou risada de mim mesmo pela minha burrice e inocência, não havia nada ali, com certeza era alguém brincando com a minha cara mas, quem conseguiu colocar aquilo na minha gaveta? Por um passo de sair do sótão, percebo que no meio de vários - nada - havia um papel, mesmo sem esperanças achando que tinha perdido totalmente a viagem, ao ver o que era, me fez cair no chão e desabar em lágrimas.

After You - Jikook Where stories live. Discover now