Capítulo 1

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ALEXSANDRO

Cheguei em casa exausto, o corpo todo doendo, pelas 3 horas dirigindo por Paris. Já era madrugada, minha esposa com certeza já estaria dormindo, chateada comigo, como sempre. Não sei quando tudo começou a desmoronar, mas eu a estou perdendo. E não faço ideia do que vou fazer, se isso realmente acontecer ...
Meu corpo clama por um toque, por um carinho ... "Porra nenhuma, aquela morena gostosa e aquele russo desgraçado, fodendo a viagem inteira, me deu ideias, que se eu colocar em prática vou terminar de sepultar meu casamento".
Seguindo pro banheiro da suite, já descalço, tiro a camisa pela cabeça. Paro um minuto, pra apreciar minha belíssima esposa em sua camisola recatada. A quase um ano eu não a vejo numa roupa mais ousada, houve um tempo em que eu a encontraria completamente nua, pro meu deleite. Mas agora, quando fazemos sexo ela mal me deixa tirar seu soutien.

Meu pau lateja por ela. Me livro da calça e acaricio meu mastro dolorido e carente, um desejo visceral de fazer com que ela volte a ser a mulher fogosa e responsiva, pela qual eu me apaixonei. Masturbo meu pau devagar, observando o corpo sensual e voluptuoso que nenhuma quantidade de tecido consegue esconder.
Ela acorda por um segundo. Me olha com confusão, em seguida com indiferença. Avalia meu corpo e para o olhar no meu pau, que está duro há horas. Seus olhos se fixam por uns segundos, as bochechas coram lindamente e ela inconscientemente aperta as coxas. Contudo, suas palavras desmentem qualquer sinal de desejo que ela sinta por mim.

SELENA

Acordei atordoada. Notei seus olhos na penumbra. Olhos castanhos, embotados de luxúria. Eles me falavam de desejo, saudade e de escuridão. Fujo do seu olhar penetrante, e sem conseguir me conter, viajo com os olhos por aquele corpo forte e esguio. O abdômen definido, os pelos que começam no umbigo e seguem até o membro majestoso de pé, fazem meus dedos coçarem e minha boca salivar por um gosto. Aperto as coxas pra aliviar um pouco minha fome por ele, e digo ríspida, me esforçando pra quebrar o encanto do momento.

__ Poxa Alexsandro, porque não vai tomar banho no outro banheiro? Sabe que tenho um sono leve, e que preciso levantar bem cedo. - sua mandíbula trava com força e os olhos fuzilam, mas não me responde. Me cubro com o lençol e dou as costas pra ele.

Escuto a porta bater suavemente e tento inutilmente voltar a dormir. E me perco nas lembranças de como eu existia antes dele.
Perdi minha mãe aos dezoito anos. Nunca conheci o meu pai. Nunca soube sequer o nome dele. E nunca senti falta, na medida do possível, minha mãe nunca me deixou faltar nada. Desde amor, até condições materiais. Sempre tivemos uma boa casa, bons convênios médicos e boas escolas. Faltando um mês pro meu aniversário de 19 anos, recebi na universidade onde eu cursava faculdade de fisioterapia, a notícia de que minha mãe havia falecido em decorrência de uma parada cardíaca. Perdi o chão, me desesperei com a perda e a constatação do quanto eu estava sozinha.
Mexendo nas coisas dela, descobri ao todo 36 contas bancárias, em grandes bancos no mundo todo, sendo que 2 delas na Suiça. Numa pesquisa rápida, juntando o montante em cada uma das contas, eu avaliei tudo em um quarto de milhão de libras. Fiquei muito intrigada com isso, mas por muito pouco tempo.
Um advogado me procurou, alguns dias depois do funeral, e me informou sobre o dinheiro nas contas. Me entregou as escrituras de 4 bons apartamentos, sem incluir o que nós morávamos em Londres. Eu fiquei pasma, com tantas informações. Eu era uma órfã, com 5 apartamentos espalhados pela Europa. E com 250 mil libras na minha conta bancária!
O tempo passou, eu me formei. Me envolvi com alguns homens, mas apesar de querer muito um relacionamento sério, eu não conseguia me envolver seriamente. Foi em uma viagem de férias à Itália que tudo mudou.

No pior momento da minha vida, quando eu já tinha desistido de tudo. Eis que ele surgiu! Meu Amor Escuro e inclemente. Protetor e decidido, um homem lindo e seguro de si, sexy como o inferno, incansavelmente gostoso. Um amante insaciável, um marido dedicado, trabalhador. " Santa ingenuidade". Por cinco anos eu me achei suficiente para ele. Por cinco anos eu fui uma igual, na cama e fora dela.
Seu rosnado de prazer me arranca das lembranças de quando eu era feliz, e ingênua. Quando não enxergava que eu era apenas um recipiente muito maior do que os que ele estava acostumado.
Me levanto, cega pelas lágrimas, abro o closet e separo algumas peças de roupa. Estou terminando de fechar a mala quando sua voz calma soa as minhas costas:

__ O que está fazendo Selena? -- não me viro, não quero que ele veja minhas lágrimas. Não mais.

__ Acabou, Alexsandro. Eu não posso mais permanecer na mesma casa que você, no mesmo quarto, dividir o mesmo ar.

__ Selena, olha nos meus olhos e cospe tudo que você acabou de dizer. Não vou levar em consideração algo que você diz, enquanto a única coisa que meus olhos vêem é esse seu rabo gostoso.

Me viro irritada, fervendo de ódio, por ele não reagir, levar tudo pro lado sexual.

__ Tão gostoso que você não prova há quase um ano. Oh, você já foi muito bom aqui, nesse quarto. O melhor que eu já tive! Mas, reconheça, nossa paixão acabou. E não vai ser um papel que vai nos segurar juntos. Estou indo, Alexsandro. Agora você pode considerar? Ou vai fazer outra piadinha sexual, de atividades que não temos mais.

__ Por que não temos, se eu ando duro por você 24/7? Assuma seu papel, no desastre que virou nossa vida, aqui nesse quarto! Seja mulher ao menos pra admitir que a sua paixão acabou! E, atividades? Sexo bom, duro e suado! Uma foda satisfatória! Foi isso que te ensinei a apreciar.
O caralho que eu tenho que entrar de mansinho na nossa cama e transar com você de costas, sem poder beijar sua boca, porque você quer fingir que não está acordada!

__ Bem, daqui onde eu tô, você o fez. E na maioria das vezes nem se deu ao trabalho de me esperar, tão egoísta quanto seu ato no banheiro, agora a pouco.

__ E por que eu deveria te dar algo? Se eu estava praticamente roubando sexo de você? Por que te satisfazer, se você não queria nada. Quantas vezes eu vim pra você nesse ano? Quantas vezes eu me rendI e te procurei? Quantas vezes você me disse "NÃO"? Antes desse tempo infernal, quantas vezes eu saí de dentro de você sem que você gozasse, no mínimo, duas vezes? Diga a verdade! Para de ser uma puta fingida e admita que vem me empurrando pra fazer o que você tá fazendo agora, sumir da sua vida! Ou pior, pra que eu fosse buscar, tudo que você sabe que eu preciso, em outro lugar. Seja sincera. Se é pra ir me diga a verdade!

__ Qual verdade Sandro? Você fala tanto em verdade! Você sabe o que é isso? -- dou as costas pra ele e começo a me despir da camisola.

Ouço sua respiração forte, pressinto, antes de sentir, seu toque na minha cintura. Ele cola o corpo inteiro no meu, por trás. A sensação é inebriante, como nunca deixou de ser. Mesmo nesses últimos tempos. Sinto seus lábios no meu cabelo, meu ouvido, no meu pescoço...

__ Eu preciso de você, amore mio! Fica comigo, -- Já amei tanto ouvir essa frase, esse sotaque...
__ Eu não amo você. Eu não preciso de um mentiroso do meu lado.

Suas mãos se cravam como garras na minha cintura, e a força com a qual me vira, me assusta ao âmago. Os olhos castanhos fuzilando de ódio, finalmente o siciliano, que só vi em ação no dia que o conheci, dá as caras. E pela primeira vez desde o nosso primeiro encontro, há seis anos, eu sinto o medo me paralisar.

INTRÍNSECO( Spinoff De Incontrolável) CompletoWhere stories live. Discover now