Capítulo 2

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ALEXSANDRO

" Eu não amo você, não preciso de um mentiroso do meu lado."

Vi vermelho. Tudo que construí esses anos, minhas esperanças ... sua promessa de me amar pra sempre! Tudo posto em xeque, por não sei o quê. Eu a viro, para me encarar, e vejo o medo nos seus olhos. Olhos estes, que foram a primeira coisa nela pela qual me encantei. A trago pra mim com violência, algo que, pelo seu histórico, eu nunca utilizei com ela. Anos me contendo, exercendo um controle de ferro na besta dentro de mim. Seu amor, seu carinho e sua paixão, me ajudaram muito a acorrentar a necessidade bestial de subjugar, disciplinar e domesticar, esse monumento de mulher. Mostrar à ela que, não importa o quê, ela me pertence!

__ Alexsandro me larga ... Eu preciso sair. Você mentiu pra mim, sobre tudo. Sobre tudo! -- Seus gritos desesperados, me informam que meu passado nos encontrou.

Eu subo uma mão pelas suas costas e nuca, envolvo meus dedos em seus cachos loiros. Empunho com força e puxo pra trás, ela não é uma peça delicada, é forte. 1.73 de curvas, um par de seios grandes que o sutiã bege não consegue deixar broxante. Posso gozar só com essas belezas.

Não sei quando, ou como ela descobriu, mas teve meses pra me contar, questionar. No entanto, preferiu se esconder, se afastar, me rejeitar. Me punir!

Ela pode ir embora, eu a libertarei, mas não hoje. Não até eu mostrar a ela tudo que eu mantive distante. Tudo que eu renunciei pelo amor que ela me prometeu.

(...)

Eu a prendi. Ela se encontrava nua e amarrada, com as mãos nas costas, os pés também presos, por duas das minhas gravatas. Eu a amordacei também. Ela Chorou e soluçou, tremeu de pavor. E eu me plantei ao seu lado, acariciei sua pele e puxei seu corpo trêmulo pra mim. Ela era um pacote generoso de mulher. E foi um inferno chegar até aqui, posso ver as marcas da nossa luta no corpo dela, e no meu também.

Meu pau dá um salto, na boxer, com a visão dela contida e amordaçada assim. Mas, como no início da nossa história, mesmo que minha cabeça de baixo tenha tido inúmeras ideias, seus olhos me pararam. Funcionando como uma consciência que eu só adquiri nos últimos seis anos.
Seu corpo ter aceitado o meu conforto, e sua mente ter relaxado o suficiente pra ela cair no sono, me dão esperança de que, talvez, não esteja tudo perdido.

(...)

Acordei antes dela, graças a Deus! Preparei o desjejum e me preparei, pra encarar aqueles olhos azuis magoados, confusos e raivosos. Os mesmos olhos perdidos, sem vida e desesperados, pelos quais me encantei, muito antes da primeira vez que a encontrei de fato.

Tirar ela daquele galpão fétido, depois de prometer que tudo ficaria bem, foi uma missão. Só isso. Mas, depois de dias cuidando de suas feridas, do corpo abusado e traumatizado. Depois de deitar com ela e a acalmar, a cada vez que as lembranças invadiam sua mente e coração, eu me apeguei. Ela mexeu com emoções que eu nem sabia que existiam dentro de mim. Ela falava pouco, chorava muito. Mas seus olhos conversavam comigo, longas conversas; sobre solidão, medo, confiança. Desejo, e por fim de amor.
Minha família estava em guerra, as únicas duas pessoas que eu amei estavam se destruindo, pela mulher que eu salvei. E que a cada dia eu desejava mais...

Meu tio, Marcello Rossi, depois de 10 anos de casamento, teve um caso de algumas semanas com uma enfermeira francesa. Tudo teria acabado aí, não fosse a mulher ter engravidado. Meu tio soube anos mais tarde sobre a menina, na época eu tinha 17 anos e a garotinha apenas 3. Ele enlouqueceu, queria ficar com a bambina de qualquer forma, mas apesar do caso ele amava tia Sophia de verdade, e não quis causar uma dor tão grande ao seu grande amor.

Me encarregou de entrar em contato com a francesa, e prover as duas de tudo. Não foi difícil, a mulher não ofereceu resistência. Quinze anos depois a bambina ficou sozinha no mundo, e eu mandei um advogado, para colocar-lhe a par da pequena fortuna a qual ela tinha direito.

INTRÍNSECO( Spinoff De Incontrolável) CompletoDonde viven las historias. Descúbrelo ahora