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Melanie

Eu nem me reconheço no estado deplorável em que estou, eu sinto dores no corpo, e principalmente nos braços acorrentados. Eu tenho certeza que estão em carne viva, se eu não morrer de sede, eu acho que vou morrer de infecção. E para piorar, eu tive que fazer xixi em mim mesma.

Eu pensei que eu seria forte, que eu aguentaria ser torturada e tudo mais, mas eu só quero que isso acabe. Eu poderia implorar por uma morte rápida, mas eu não quero envergonhar minha mãe nem em meu último momento, ela sempre disse que mulheres fortes não imploram. Mas eu sou forte?

Nesse momento, eu me sinto com uma sombra de mim mesma.

Eu estou há um tempo observando a parede. O cinza é escuro, mas o me pergunto o que as manchas marrons são? Infiltração? Dificilmente. Sangue? Provavelmente.

O meu sangue também está decorando esse cômodo, pelo chão e em meu vestido florido. É o meu favorito, ou era, não devemos nos apegar a coisas materiais certo? Eu aprendi essa lição.

Eu ouço passos. Me encolho e me preparo para o que está por vir. Essa tortura mental está me matando aos poucos.

Escuto a porta destravando.

Dante entra novamente.

- Está com vontade de confessar agora?

Dou uma risada amarga. E me recuso a olhar para ele, continuo observando a parede.

- Você realmente está fascinado por mim, não consegue ficar sem vir me ver - sussurro - Vá ficar de luto por seu irmão, e me deixe ter o meu.

- Ah - ele diz - Você está bancando a viúva de luto agora?

Não respondo.

Mas olho para ele, que está com as roupas escuras de sempre. Mas dessa vez, ele segura uma garrafa.

Água?

Lambo meus lábios secos, eu estou com tanta sede.

Ele percebe meu interesse pela garrafa. E sorri.

- Você quer?

Não respondo oralmente, mas aceno com a cabeça.

- Confesse.

- Silas está morto, por que quer tanto uma confissão? O que isso mudaria?

Ele não responde.

Abre a garrafa e derrama o conteudo transparente no chão. Na minha frente.

Olho para ele com raiva.


Cuspo nele. Não é muito, pois minha boca está seca, mas é o suficiente.

Ele me bate, eu estou tão adormecida, que a dor não é mais dor, apenas uma sensação estranha.

Sinto o gosto de sangue em minha boca.

Merda, ele cortou meu lábio.

- Você é uma vadia italiana - ele ri e limpa o rosto.

O encaro com nojo e ódio.

Mulher no Poder (Em Revisão)Where stories live. Discover now