As folhas em vários tons de verde dançavam à música do vento. Uma brisa calma soprava, aliviando um pouco o clima consideravelmente quente. O garoto se encontrava embaixo da mesma árvore de sempre – a cerejeira coberta pelas flores cor-de-rosa. Não estava sozinho, porém. Aquele dos olhos negros o acompanhava e, juntos, sentiam a calmaria da nova estação. Disfrutavam das belas flores e folhas; tão vivas.
Os fios loiros e castanhos se misturavam com a grama e seus rostos estavam próximos. Se olhavam atentamente; admiravam-se silenciosamente.
O moreno sorriu, como das outras vezes; queria ver o menor sorrir.
E, certamente, ele sorriu. E suas bochechas rosaram.
Os meses haviam passado, assim como a primavera. Os sorrisos permaneceram.
O loiro sempre gostou de estar ali, mas agora parecia, de algum jeito, diferente. Não estava mais sozinho; isso fazia-o sorrir involuntariamente. Assim como quando o moreno sorria. Gostava tanto dos sorrisos do mais alto. Eram bonitos; eram aconchegantes. Era inesperadamente bom ter companhia.
Queria poder ver esses sorrisos até a primavera retornar.
Deitados na grama, a velha cerejeira bloqueava os raios de sol que queriam alcança-los. Podiam ver o céu, livre de nuvens; celeste. As folhas verdes dançavam entre as árvores, em conjunto com a grama; viva. A natureza alegre os cercava; os acolhia como um manto quente.
Os dois sorriam, como sempre faziam na presença um do outro.
Eles sorriam.
Conversavam, às vezes, é claro. Mas geralmente não.
Gostavam mais de se olhar, isso era fato. Gostavam de rir e ouvir a voz um do outro, mas ainda mais de apenas deitar embaixo da cerejeira e trocar olhares, sentindo a natureza em volta.
Cantavam também, às vezes.
Trocavam muitos olhares.
Os dois carregavam sentimentos; que por palavras, muitas vezes, não conseguiam expressa-los.
Mas, com ajuda das palavras, decidiram algo.
Eles estariam juntos quando as flores da próxima primavera desabrochassem.
Era uma promessa.
O de fios claros mirou o outro, deitado, tão próximo. O cabelo castanho-escuro estava bagunçado, espalhado na grama verde. Ele olhava o céu que jazia acima deles, concentrado. Lindo; o menor pensava. Tão lindo quanto a imensidão azul que adorava observar. Às vezes parecia tão longe quanto ela.
Pássaros eram ouvidos, voando ali perto. O olhar do loiro foi retribuído. Suas mãos, largadas na grama ao lado dos corpos, roçavam-se.
Um toque superficial.
Fracamente, uma brisa passou; o mais alto enlaçou as mãos.
A mão do loiro era quente, como a estação.
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As Quatro Estações | pjm+jjk
Short StoryEles estariam juntos quando as flores da próxima primavera desabrochassem. Era uma promessa.