Capítulo 19

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                  • Elizabeth narrando •

...Um mês depois...

- Você tem certeza disso, Cheryl? - questionei nervosa, sentindo o coração palpitar com a notícia que ela havia me dado.

Cheryl estava paralisada em minha frente com um pequeno palitinho nas mãos, seu rosto sardento se encontrava cheio de lágrimas em um misto de espanto.

- Eu estou grávida... grávida, Eliza. - murmurou entre alguns soluços. - Tem dois traços nesse teste, e isso significa positivo. Nesse momento existe um bebê dentro de mim. - Ela parecia estar em choque, mas feliz.

- Deixa eu ver esse teste. - falei, pegando o pequeno palitinho de suas mãos.

É, haviam dois traçinhos. Cheryl está grávida.

- Como que eu vou cuidar de uma criança, sendo que nem sei cuidar de mim mesma? - ela murmurou aflita, afinal, ter um filho exige uma grande responsabilidade. - E o que o Shawn vai pensar sobre isso?

- Ele te ama, e vai amar esse bebê da mesma maneira. - respondi. - As coisas nem sempre sempre são planejadas, e não precisam ser, mas agora você vai respirar fundo e colocar a cabeça no lugar pra pensar direito.

Cheryl se sentou no sofá e fechou os olhos, com a intenção de entender o que estava acontecendo nesse momento. Eu sabia de todos os seus medos, e engravidar era o principal deles desde que éramos adolescentes. E sim, ela estava morrendo de medo.

- E se eu não for o suficiente pra ele? - questionou, alisando a própria barriga com delicadeza. - Meu Deus. Eu vou ser mãe.

- É, você vai ser mãe e eu vou ser tia. - comemorei, arrancando um riso descontraído dela. - Eu posso marcar um exame de sangue para confirmar a gravidez, porque esses testes nem sempre são confiáveis. E você precisa conversar com o Shawn sobre tudo isso.

- Ainda não consigo acreditar que tem alguma coisa dentro de mim... - Cheryl estava tentando encontrar alguma mudança em seu corpo, mas sua barriga ainda era pequena para ser notada. - Eu comprei vários testes há algumas semanas, escondi em uma gaveta e só tive coragem de fazer hoje. Fiquei com muito medo do resultado.

- O que você está sentindo agora? - perguntei.

- Pode ser bobeira falar isso, mas eu me sinto estranhamente completa. - ela riu. - Em algum momento da minha vida eu pensei que nunca encontraria alguém tão especial como o Shawn, alguém que pudesse aceitar todos os meus defeitos... Mas, agora vamos ter um filho. Isso não é louco?

- Sim, é louco. - respondi divertida. - Mas o importante é você estar feliz, e se você está, eu também estou. - continuei.

- Lembra que nós combinamos que nossos filhos teriam nomes com a mesma inicial? Nós deveríamos ter dez anos naquela época, mas eu ainda me lembro.

- Madelyn e Mariah, não é? - indaguei pensativa.

- Eram exatamente esses nomes. - Cheryl respondeu melancólica, com lágrimas nos olhos de novo. - Desculpa, eu fiquei emocionada.

- E se forem meninos? - perguntei curiosa. - Ninguém pode escolher o sexo do bebê.

- Louis e Liam.

- Eu gosto desses nomes... - comentei, animada. - São lindos.

(...)

Nós duas passamos a tarde inteira conversando sobre seu bebê, e ela estava tão feliz que eu poderia perceber os seus olhinhos brilhando. O motorista de Shawn veio buscá-la há algumas horas, e desde então estou sozinha no meu apartamento esperando por Harry, que prometeu jantar comigo essa noite.

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