Theodore Porter ganhou um diário da avó materna no dia de seu aniversário. De início, era apenas um caderno inútil, mas logo se tornou um companheiro de todas as horas, o único que suportava os dramáticos clichês da vida de Theodore. Afinal, o que p...
N/A: Primeiro de tudo, eu estou muito feliz com o apoio que estou recebendo com o livro. Obrigado! Segundo, eu fiz um roteiro, e a história terá 95 capítulos + Prólogo e Epílogo + 3 extras (que vocês entenderão depois). Quem conseguir acompanhar ganha uma bala. Terceiro, desculpem a demora.
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Nunca pensei que me sentiria mal por Samuel Andrews. Mal como? Empático, por assim dizer, mesmo não fazendo ideia do que aconteceu.
O dia já começou um pouco estranho. Marjorie não estava cantando nenhuma música irritante no café da manhã por causa da rouquidão repentina que surgiu nela. Minha mãe não estava me desejando um ótimo dia de aula nem se preocupando com o fato de eu ir de bicicleta para a escola, porque a saúde da minha irmã era mais importante (isso não foi uma reclamação). O único que continuava igual era meu pai, com o rosto enfiado no jornal, vendo as últimas notícias de seu time de futebol, Dallas Cowboys. Ele provavelmente só vai se lembrar da nossa existência quando a casa explodir.
Chegando na escola, meu armário não levou a eternidade para abrir e nenhum popular da panela-rainha me irritou. Isso deveria ser algo bom, certo? E estava sendo. Primeira aula de história, mesma turma que a Michelle, nem Samuel, nem Kyle e nem Hideki para me atrapalharem. Professor legal que não nos entupiu de trabalhos no terceiro dia de aula. E, ainda assim, eu estava sentindo algo ruim.
"O tio Harry avisou que a Bella não vem", disse Michelle no fim da aula. "Ela passou mal por alergia de novo."
Bella é aquela pessoa que tem alergia ao ar, se brincar. Isso é horrível, ela precisa sempre seguir uma dieta regulada para não ir ao hospital toda semana.
"Que merda", comentei. "Vou mandar mensagem para ela depois. Que aula você tem agora?"
"Espanhol, que eu tenho com o Kyle", ela respondeu, suspirando. Já falei que é uma desgraça ter prima apaixonada por um dos babacas populares?
"Hm", murmurei interessadíssimo. "A minha é química."
Eu adoro química, mas, por ter companhias indesejadas, não é lá a aula que mais gosto. Acho que já deixei claro quem é a companhia indesejada.
Na hora, eu estava irritado com ele, como sempre. Mas, agora, se nos encontrarmos, eu colocaria uma caixa de papelão na cabeça para não precisar olhá-lo.
Enchi a Bella de mensagens enquanto me dirigia ao laboratório. Eu costumo ser paranoico quando se trata da saúde das pessoas, por isso me preocupei com o estado de Samuel noite passada. Ele mal conseguia ficar de pé.
Estava andando rápido e distraído, tacando o foda-se para quem passava ao meu lado. Eu só daria atenção se passasse o Tom Holland, a Zendaya ou algum outro famoso que eu já tenha desejado casar no decorrer da minha vida. Entretanto, todavia, contudo... O destino adora me olhar e falar: "Vou te fazer passar vergonha hoje". E, antes que eu pudesse notar o que estava acontecendo, esbarrei forte em alguém e caí para trás, derrubando meus materiais todos de uma vez, como nas cenas de filmes clichês. Mas não tinha nenhum príncipe encantado para me segurar e me ajudar a pegar os cadernos.
