Theodore Porter ganhou um diário da avó materna no dia de seu aniversário. De início, era apenas um caderno inútil, mas logo se tornou um companheiro de todas as horas, o único que suportava os dramáticos clichês da vida de Theodore. Afinal, o que p...
N/A: Capa nova (e oficial), combinando com a do spin-off, para comemorar os 500 votos. Obrigado pelo apoio! Pelas ameaças também. Espero que gostem!
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Acabei de me deitar e simplesmente não consigo dormir. Vou sofrer para me levantar amanhã, se não pegar no sono de madrugada? Provavelmente. Vou chegar na escola fazendo cosplay de um urso panda graças às olheiras? Com certeza.
Aliás, não sei o motivo além da briga dos meus pais. Também não sei o que está se passando pela minha cabeça, e por isso resolvi escrever aqui para não atrasar ainda mais os relatos. Sem contar que hoje foi um dia cheio.
Voltei ontem, terça, à noite para ir à escola hoje de manhã, como meu querido Samuel Andrews encarecidamente me implorou 8 vezes por mensagem (isso não é um detalhe importante), porque ele não queria começar a droga da maquete sozinho. E é óbvio que Bella, em toda sua alma clichê, não me deixou negar e convenceu meus pais e os dela a voltarem mais cedo, alegando que "não podíamos perder muitas aulas". Agora sabe-se lá quando irei viajar de novo.
Reli o que escrevi no dia 6, e digamos que estou bastante surpreso com a minha idiotice aos 11 anos. Até uns dias atrás, eu nem me lembrava mais por que odiava Samuel, só reagia com raiva às suas implicâncias, coisa que continua sendo muito natural no meu dia a dia. E, relendo aquela história e minha conclusão final de que nunca o odiei, percebo que estou confuso comigo mesmo.
É estranho. Não dá nem para tentar definir o que exatamente está acontecendo.
Não vou dar explicações agora por uma razão clara: eu conversei com ele sobre o episódio inteiro do hambúrguer e a panela-rainha rindo. Para variar, meus pensamentos estão voando, mas minha raiva por ele e seu eterno prazer em acabar com a minha paciência seguem intactos.
Eu estava de mau humor no café da manhã, porque tudo o que eu queria era acordar meio-dia em Saint Paul e sair pela cidade toda com a Bella para conhecer as lanchonetes e livrarias. Infelizmente, meus pais estavam contagiados com a minha irritação e resolveram começar a brigar por causa de um jogo de xícaras de porcelana. Marjorie parou de cantar uma música da Barbie de tão assustada que ficou com a gritaria repentina deles. E, quando me dei por mim, estávamos nós dois na cozinha, com uma caneca na mão, ouvindo a discussão que acontecia na sala.
"Theo", ela me chamou. "Por que eles estão assim?"
Eu odeio os dias em que meus pais brigam e Marjorie está em casa, porque ela nunca entende as causas e acaba achando que o problema somos nós dois.
"Não é nada importante", falei, me levantando. "Vai para o quarto, faça chá com as bonecas. Eu falo com eles."
