CAPÍTULO TRINTA E NOVE

627 86 107
                                    

— Oh, Izza

Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.


— Oh, Izza. Você está linda, filha. Enrique irá gostar de te ver assim.

Pelo reflexo do espelho vejo mamãe sentada na cama, atrás de mim. Ela está examinando meu vestido, seus lábios separados. Mamãe nem tentou esconder o espanto quando me viu usando sandálias de salto.

Sorrio para meu reflexo no espelho e giro a escova de cabelos na mão. Fiz um ótimo trabalho em deixar meu cabelo solto, foi prático e rápido. Depois que coloquei a escova de volta no lugar, passo gloss rosa nos lábios e aliso meu vestido.

Sinto-me leve, como se o vestido fosse feito de penas. O tecido é suave e macio, e a saia é drapeada, terminando abaixo dos meus joelhos (e tem decote em V). E embora eu ache que cor de tangerina não combina muito comigo, esse vestido tornou-se meu novo melhor amigo.

Repito várias vezes na minha cabeça que Enrique Petrovic está lá em baixo na sala me esperando, e não Harry. Eu ainda me permito ter um pouquinho de esperanças em não pensar em Harry nas próximas horas.

Mas, não acredito que consiga.

Agora que estou mais calma lembro do envelope negro que Harry me deu, e que me fez prometer que só o abriria depois que ele tivesse ido embora. O envelope está dentro da última gaveta do meu armário, debaixo das minhas meias. Já me peguei várias vezes pensando no que pode estar escrito lá. Talvez fosse: Adeus, Isabella. Vou desaparecer da sua vida. Não me procure mais. Ou quem sabe, um simples e menos chocante: Adeus, Isabella. Foi bom ter te conhecido.

O fato era que eu estava adiando o inevitável, uma hora ou outra eu ia acabar lendo de qualquer jeito.

— Filha?

Saio dos meus pensamentos quando mamãe estreita os olhos para mim. Viro-me para ela, congelando o meu melhor sorriso nos lábios.

— Vamos descer? — ela perguntou alegre.

Respiro fundo e sigo minha mãe até a porta. Antes de deixar o quarto arrastei meus olhos para a gaveta onde enfiei a carta, e paro de andar.

— Esqueci meu gloss — digo à ela.

A princípio mamãe também parou de andar, a peguei desprevenida já que nunca liguei para maquiagem, muito menos retocar o batom em festas (eu nunca fui a nenhuma outra festa além desse baile de formatura, se bem que fui na festa de Enrique, mas isso não conta já que meus pais não descobriram). E a propósito o gloss é de Kim.

— Te esperamos lá embaixo — mamãe sorriu de maneira afetuosa. — Não se atrase, Izza.

Eu acho que deixar Enrique esperando era o menor dos meus problemas hoje.

Peguei o envelope negro e sentei-me na cama, meus dedos tremiam ao desdobrar a carta e minha respiração ficou presa na garganta quando comecei a ler.

Já se passaram duas horas desde que peguei o papel e a caneta. Estou sentado de frente para a janela do meu quarto, e olhando as linhas em branco desse caderno, tento imaginar  o que devo escrever. Meus pensamentos estão embaralhados, e tudo o que desejo hoje é poder colocar meus sentimentos nessas linhas...

Perseguindo Estrelas Onde as histórias ganham vida. Descobre agora