09 - Perícia

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Caeli Collins

O vento forte começou lá fora, levando com ele uma lata de refrigerante, antes que eu pudesse pensar que uma forte chuva iria começar, os pingos começaram a cair e a cada vez ia ficando mais forte, larguei meu sanduíche integral e pensei logo que a minha mãe iria ficar furiosa por eu ainda não ter chegado.

— Minha mãe vai me matar — disse.

— Bem, não há nada que podemos fazer. O sinal da rede também caiu — disse Ignis terminando de se alimentar.

— E agora? Ela deve estar como louca querendo saber onde estou.

— Calma Caeli, bem, minha avó também deve estar preocupada, mas não temos o que fazer, apenas esperar a chuva passar — disse Ignis.

Depois do que Ignis disse, vi que ele estava certo, esperar a chuva passar era a melhor alternativa por enquanto.

— Bem, então enquanto esperamos vamos adiantando o trabalho.

A chuva continuava forte lá fora, e acabamos decidindo que o nosso trabalho seria sobre a lenda que Amandy tinha falado, continuamos trabalhando nela, enquanto o tempo ia passando, e quando nos demos conta, a chuva tinha passado, e já fazia muito tempo que estávamos lá. O garçom chegou até nós com um olhar de quem já estava querendo ir embora.

— Acho que os pais de vocês já devem estar preocupados, a chuva já passou, e o meu expediente de trabalho também.

— Ah sim, já estamos de saída — falei para ele.

Quando olhei para o celular já estava com rede.

— Pessoal, é melhor a gente ir embora, já tem tudo feito?

— Quase, falta uma parte muito importante da lenda, o sobrenome das famílias — disse Amandy.

— Bem, acho melhor a gente terminar essa parte depois, também preciso ir embora — disse Pietro.

— Sim, concordo, minha avó está sozinha em casa, preciso fazer companhia a ela — disse Ignis.

— Pois então, está decidido, até amanhã ou outro dia, preciso sair agora antes que a minha mãe coloque a cidade inteira para me procurar. — disse me levantando e pegando a minha bolsa.

— Tudo bem, vou procurar em casa por mais coisas sobre a lenda e se consigo descobrir o sobrenome das famílias — disse Amandy.

Peguei o meu celular e mandei uma mensagem para a minha mãe avisando que estava indo para casa, e segui o caminho, enquanto todos os outros também estavam indo para suas casas.

As horas iam se passando, e o vento ficando cada vez mais frio, parecia que iria começar uma nova chuva. Segui o caminho olhando para os galhos das árvores que balançavam a cada nova brisa que passava. Quando virei na esquina da rua o vento começou a ficar diferente, com menos força, mas ficando mais frio a cada passo que eu dava, era um frio diferente, um frio vazio, que chegava a provocar calafrios, as árvores foram ficando mais silenciosas, parecia que até elas estavam sentindo o mesmo que eu. Fui andando e percebendo algumas luzes na estrada, que pareciam ser de um carro, e dois homens conversando, chegando mais perto pude perceber que era o carro da Polícia, com um outro homem que usava uma máscara e uma luva, o que me parecia ser alguém da perícia, talvez um biomédico. O que estariam fazendo ali naquela hora da noite? Bem, poderia ser essa mesma pergunta que o policial iria me fazer se me visse ali, e o que eu menos queria no momento é que um policial ligasse para a minha mãe ou então me levasse para casa, ela com certeza iria ficar louca. Pensando nisso, me escondi atrás da árvore para escutar o que estavam conversando.

The four elementsWhere stories live. Discover now