11 - Griffim & Rennes

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Ignis Griffim

— Vó? Onde está? Trouxe amigos! — falo ao abrir a porta e notar que a sala está vazia.

— Estou aqui, querido — ouço sua voz vindo da cozinha e logo ela surge na porta enxugando as mãos num avental branco bordado por ela mesma. — Oi, crianças! Ignis, por que não me avisou que traria convidados? Eu teria feito uns biscoitos para vocês. Vamos, entrem! — convida ela fazendo gestos para que meus amigos entrem.

— Foi meio que de última hora, nós estamos fazendo um trabalho e queríamos que a senhora nos ajudasse — aviso.

— Venham, crianças. Vamos conversar na cozinha! Como está seu pai, Pietro? Ajeitando muitos carros? — questiona puxando assunto com os meus colegas e nós a seguimos até a mesa onde ela coloca uma jarra de suco e uma fatia de bolo para cada em um prato.

— Sim, nesses dias chuvosos sempre aparece alguém para trocar o pneu — responde timidamente.

— Quanto tempo não a via, Caeli... Está uma moça tão bonita! — Caeli apenas sorri em resposta. — E você, menina? Sua mãe anda muito ocupada? Deve dar um trabalhão ser médica — pergunta a Amandy que apenas confirma e bebe um pouco do seu suco.

— Vó, vamos logo ao que interessa! — conto a ela tudo que descobrimos sobre a lenda e questiono qual a verdadeira história e se realmente nossa família está envolvida nisso e a mesma começa a falar:

— Óh, meus queridos... Essa é uma longa história... Tudo começou quando eu era bem criancinha, meu tio, irmão do papai, namorou muitos anos com uma moça da família Rennes, eles estavam até pensando em se casar e queriam abrir um negócio para se manter, foi quando surgiu a oportunidade de comprar um terreno próximo à estação de esqui e abrir um hotel para os turistas.

— Aquele que foi vendido quando eu nasci? — questiono.

— Isso mesmo, me deixe continuar... Bem, a moça não queria se envolver nos negócios pois não saberia administrar e meu tio acabou tendo como sócio o cunhado, um homem ambicioso que sempre sonhou ter o hotel só pra ele, todos sabiam que suas intenções não eram as melhores, mas o meu tio sempre se negou a acreditar. Após alguns anos, a jovem pediu o divórcio e se dispôs a convencer seu irmão de vender sua parte do hotel e deixar tudo para o ex-marido, mas ele enlouqueceu com a possibilidade de se ver pobre novamente e se negou a vender, chegou a sabotar a própria empresa.

— Sério? O que ele fez? — pergunta Caeli totalmente interessada no assunto.

— Não me recordo, querida. Eu era bem pequena, mas acho que ele roubava o dinheiro que entrava e coisas do tipo, lembro que os dois viviam em guerra por causa desse hotel até que o jovem Rennes deu uma crise quando a irmã conseguiu provas de que ele tinha problemas mentais e por isso a empresa deveria ficar sob o comando do seu ex-marido e acabou se matando na casa do meu tio após uma discussão.

— Problemas mentais? Era de se esperar depois de uma atitude dessas... Resmunga Caeli.

— Pois é, foi uma surpresa pra todos. Antes de se matar, o homem gritou por horas desejando que o mal ficasse em nossa família e que fossemos amaldiçoados, a partir desse dia o hotel ficou em crise, nós acreditávamos que teria sido por causa da sabotagem que o Rennes fez, mas depois só aconteceram coisas ruins, meu tio ficou muito doente e faleceu, a essa altura eu já estava casada e sua mãe já era bem crescida, algum tempo depois ela ficou grávida e por isso foi embora, tivemos medo de que isso fosse realmente uma maldição e afetasse você, mas agora você está aqui e graças a Deus isso virou só uma lenda.

— Nossa, é uma história e tanto, não? — diz Amandy, surpresa.

— E como, minha filha... Querem outro pedaço de bolo? — pergunta minha vó levantando da mesa.

— Estou cheio, o bolo estava delicioso — responde Pietro e todos concordam.

— Acho que já temos tudo que precisávamos, não? — questiono e dirijo meu olhar para Amandy aguardando sua resposta.

— Sim, acho que sim. Só precisamos combinar como vai ser a apresentação e falar com o Jackson, já que ele não pode vir por causa do trabalho — responde ela.

— Justo, amanhã conversamos com ele — diz Pietro.

— Bom, eu preciso ir antes que a minha mãe mande a polícia me procurar — diz Caeli.

— Quer carona? Também estou indo — fala Pietro.

— Quero sim, vamos então?

— Vamos, e você, Amandy? Vai ficar? Quer ir com a gente?

— Não, obrigada. Eu vou caminhando mesmo... — diz timidamente.

— Tem certeza? Está tarde, você devia ir com eles — digo.

— Ele tem razão, é perigoso, vem com a gente — insiste Caeli.

— Tudo bem, eu aceito.

Levo Pietro e as meninas até a porta onde nos despedimos e vejo o carro se afastar, volto a sala onde minha vó está e sento ao lado dela no sofá.

— Vó, você tem fotos do seu tio? — questiono curioso para saber mais sobre a minha família.

— Eu acho que tenho algumas em uma caixa lá no quarto, quer me ajudar a procurar? — convida.

— Claro, vamos lá.

Nós dois subimos para o quarto e começamos a remexer em pequenas caixas coloridas cheias de enfeites que minha vó guardava bem no fundo do guarda-roupa, nelas haviam livros de receitas, bordados, até mesmo caça-palavras e coisas do tipo, até que achamos uma com 3 álbuns, um com fotos da infância dela, outro com fotos da mamãe e outro com fotos da família em geral, foi neste último que achamos o que procurávamos, vi várias fotos dos meus bisavós, todas em preto e branco com aquele tom amarelado de coisa antiga, algumas de primas que moram distantes, fotos do tio Richard e até mesmo uma do casamento da minha mãe, ela estava linda com um vestido branco toda sorridente com um buquê de flores azuis, vi mais algumas fotos de uns parentes até que achei uma foto do hotel que ficava na antiga estação de esqui, em frente ao hotel estavam o tio da vovó e um rapaz.

— Veja, querido. Este é o meu tio, ele se chamava Conner Griffim e esse era o Rennes, eles estavam inaugurando o hotel nesse dia.

— Pareciam bem amigos — observo.

— Sim, mas só pareciam mesmo, esse homem foi um maldito traidor! — notei a raiva em seu tom de voz e um lampejo de tristeza em seu olhar ao ver aquela foto, por isso tomei o álbum de suas mãos e guardei de volta em seu lugar.

Logo me veio a fome e nós fomos jantar, em seguida subi para o meu quarto e fiquei deitado relembrando todas aquelas fotos. Não demorou muito para que o sono e o cansaço tomassem conta do meu corpo... 


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