Capítulo 7- Ciúmes

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"Seja a razão pela qual as pessoas ainda acreditem na bondade e na generosidade humana."

***

17 de Junho de 2013

Helena

Só quando saí do carro do Matthew e coloquei os pés na minha casa, consegui respirar fundo.

Eu vim a todo momento controlando minha respiração ao lado dele.

Durante todo o caminho, Matthew não parava de me olhar. Ele parecia perdido em pensamentos, mas mesmo assim, continuava me olhando. Como se estivesse conferindo se eu ainda estava ali.

O olhar dele sobre mim me desestabilizava.
Eu não conseguia me sentir bem ao lado dele.

Talvez Matthew não percebesse o poder do seu olhar. Mas era muito intenso.
Esta intensidade toda me deixava nervosa.
Eu não sabia o que ele estava pensando.. Ou que planejava fazer..
Na verdade, eu nem deveria ter entrado em seu carro. Eu não o conhecia. Isso foi um risco muito grande.

Botei a mão na cabeça.
Como fui me esquecer disso?

"Não entre no carro de estranhos." -Minha consciência alertou.

Mas eu entrei. Eu desobedeci uma regra!

O que estava acontecendo comigo?

Começei a entrar em pânico.
Minha mãe vai me matar se descobrir.

Arragalei os olhos.
Se descobrir ..
Agora eu estava começando a esconder as coisas dela..

Começei a dar voltas pela sala de estar.
Meu Deus. Eu estava tão ferrada..
Não me reconheço mais.

Mas.. pensando bem.. Não.. eu não fiz isso.
Afinal, Matthew não é um estranho, certo?

Estudamos na mesma faculdade, ele veio aqui em casa, conheceu minha família, vamos fazer um trabalho juntos.. Então, isso não faz dele um estranho, certo?

"O que você sabe sobre ele Helena? Você o conhece o sufiente para entrar em seu carro?" -Minha consciência alertou.

Droga! Ela tem razão.
Voltei a dar voltas pela sala de estar, quando alguém apareceu, me assustando.

-Filha? Chegou cedo. -Ela disse sorrindo, mas parou ao ver meu estado. -Helena, tudo bem? -Perguntou preocupada.

Engoli em seco assentindo.
-Sim. Tudo.. está perfeitamente bem mamãe. Super bem. Não há nada de errado. Jamais. -Falei me enrolando.

Calma Helena. Se concentra.

Mamãe me fitou com uma expressão desconfiada.
-Mesmo? Você parece estar nervosa. -Ela disse se aproximando da janela.

Não.. a janela não.
Se ela chegar mais perto, vai ver a caminhonete de Matthew e ai sim que minha vida estará definitivamente acabada.

-Não. É ..eu estou bem. Mamãe.. porque a senhora não sai de perto dessa janela e vem me ajudar a arrumar umas coisas? -Sugeri com um sorriso amarelo.

Mamãe sorriu.
-O que tem na janela que eu não posso ver? -Ela disse se aproximando ainda mais.

Janela? Que janela? Alguém falou em janela?

-Mamãe.. -Eu estava quase implorando para que ela se afastasse, mas foi tarde demais. Ela já estava na janela e agora fitava a rua.

Minha vida acabou.

Começei a chorar.
-Mamãe me perdoe. Eu não quis fazer isso. Me desculpe.. por favor. Eu me esqueci. Não queria ter entrado no carro dele.. eu juro que estou arrependida. Se quiser pode confiscar meu celular e meu notebook. Eu vou pagar pelos meus erros. Mas me perdoe mãe. Por favor.. -Implorei desesperada quando notei o olhar confuso da minha mãe sobre mim.

Para Sempre VocêWhere stories live. Discover now