1 - Livre para ir ou ficar

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Informação: Sasoshi Akasuna (filho da Sakura e do Sasori) tem três anos nesse capítulo.

A meia fina deslizou pelas pernas recém depiladas e se ajustou perfeitamente ao corpo magro e delicado de sua dona. Ela analisou o caimento do vestido no espelho e ajeitou o tecido com cuidado para valorizar o decote ousado que revelava seus seios pequenos e firmes. Os dedos esguius com unhas curtas perfeitamente pintadas passaram uma última vez por seus cabelos para ajeitar a franja que descia pela lateral do rosto, os fios restantes estavam presos em um coque discreto ornamentado com um prendedor florido. Sorriu satisfeita antes de deixar o quarto e seguir para a sala de estar.

Sentou-se no sofá, ensaiando uma pose que desse a melhor visão ao companheiro quando entrasse pela porta. Adorava supreende-lo para observar os olhos dele rolarem preguiçosamente estudando cada detalhe de seu visual.

Sasori não tinha hora pra chegar e ela sabia disso, mas ao passo das horas a impaciência foi tomando conta da mulher que desistiu de esperar ali e foi até a cozinha atrás de algo para calar o estômago que fazia sons nada atraentes. Encontrou apenas biscoitos secos no armário que comeu acompanhados de um chá. Talvez tivesse sido uma má ideia preparar uma surpresa sabendo como as missões dele eram imprevisíveis. Era raro que saísse da vila, porém quando o fazia poderia ficar fora durante semanas. Foi tola ao pensar que o bilhete anunciando seu retorno para aquela noite dava alguma certeza.

Limpou as migalhas da mesa e suspirou já pensando em tomar um banho para ir dormir, porém todo o seu corpo arrepiou ao sentir um beijo suave no ombro esquerdo, enquanto a alcinha fina do vestido descia por seu braço. Segurou o tecido acetinado para que não escorregasse até o chão.

- Pensei que estaria dormindo a essa hora - A voz tranquila lhe falou enquanto as mãos atrevidas envolviam a cintura de Sakura e a puxavam para trás. Ele sabia como fazer uma entrada. - Estava ansioso em voltar para casa.

Não houve resposta, ela apenas girou nos braços dele e o puxou para um beijo cheio de saudade. - Desde o começo dessa estranha relação que havia implícito o desejo do Akasuna em deixar a Vila da Areia, Sakura sabia bem disso e estava disposta ajuda-lo em sua fuga se assim fosse necessário. Não havia nada que garantisse sua volta ao lar. Ele era livre para partir e ela preferia assim. - Sentiu os pés se afastarem do chão e as pernas se encaixarem no quadril do homem que a carregava escada a cima.

Delicadeza não era uma das qualidades de Sasori que a deixou cair sobre a cama jogando seu corpo sobre o dela, distribuindo ainda mais beijos, desmanchando o trabalho cuidadoso que ela tivera para se arrumar. Por sua vez, Sakura puxava apressada as peças de roupa do companheiro, arranhando de leve a pele exposta sempre que um arrepio percorria seu corpo. Um não dava descanso ao outro, as mãos inquietas, as bocas famintas, eles exigiam tudo e davam tudo naquele momento de intimidade.

Ela gemia baixinho o nome do amado, sussurrava frases indecentes e pedia por mais contato, enquanto apreciava a respiração ofegante e o som dos corpos se chocando. Ele não costumava falar durante o sexo, e ela não esperava que o fizesse, então quando as palavras dele tocaram seus ouvidos, o choque foi ainda maior.

- Vamos nos casar. - Não foi um pedido e tão pouco veio acompanhado de explicações. Apenas a informou enquanto observava os belos olhos verdes se arregalando em espanto.

- Por que isso agora? - Ela estava ofegante, ainda perdida na sensação de prazer. Precisava de resposta, mas obedeceu seu corpo que continuava a se mover no rítimo do parceiro.

Sasori tirou algumas mechas de cabelo da testa suada dela, e beijou calmamente uma de suas bochechas antes de mais uma vez encarar sua face. Talvez não fosse capaz de nutrir sentimentos românticos como uma pessoa normal, mas sabia que sentia mais coisas nos momentos que passava com ela do que já havia sentido em todas as batalhas em que esteve. Algo na mulher o atraía mais que a eternidade e, após provar essas sensações, não queria mais voltar ao mundo sem sabor, sem calor, sem tato em que vivia quando era uma marionete.

— A menos que vocês venham comigo, não irei mais partir. Então vamos formalizar isso. — Em parte essas palavras podiam ser sinceras, porém escondiam outras tão verdadeiras e com mais significado que o Akasuna não conseguia dizer, não por orgulho, e sim por não entender que a seu modo, o que sentia também podia ser chamado de amor. — Mesmo que eu saiba que pode se proteger sozinha, estará mais segura quando souberem que é minha mulher. Eles tem medo de mim.

Lágrimas escorreram até os dedos dele, que ficou confuso tentando decifrar o sorriso molhado que se aproximava para mais um beijo. Voltaram a rolar pelos lençóis, deixando que os corpos expressassem mas as coisas que não falariam aquela noite, depois dormiriam abraçados esperando o sol que os despertaria para o café da manhã.

Família Akasuna - MenmaNGWhere stories live. Discover now