Escolhendo um lado

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— (...) Eu ainda chocado com como essa pele falsa ficou!

     Estavam os dois numa rua da periferia da cidade, a menor levando uma moto, ambos com uma mochila nas costas. Haviam feito uns disfarces de pele falsa que ficaram assustadoramente reais. Eles eram de alta tecnologia, podendo expressar normalmente qualquer expressão (raiva, nojo, alegria, etc). As cicatrizes reproduzidas no disfarce da morena eram sinistras:

— Repassando. Quem é você, qual a sua idade e individualidade?

— Damaho, 25 anos e sem individualidade.

— Estilo de luta?

— Corpo-a-corpo com a ajuda de soco inglês.

— Personalidade?

— Séria, desinteressada e calculista.

Wow ... — soltou, admirada — ... Só falta colocar tudo isso na prática.

— Nós vamos falar com aqueles seus amigos agentes duplos do Stain?

— Sim. E eles são a Himiki e o Dabi!

Ah ... — fechou um pouco a cara — ... O seu ex-namorado, né?

— Qual o problema?

— Nada! — disse, sarcástico — É supernatural namorar um cara com mais de vinte anos tendo menos de dezoito!

— Ele era o único cara que eu conheci de verdade em nove anos! — justificou-se, braba — Além de odiar o Endeavor tanto quanto eu! Agora, cala essa boca que a gente ' quase chegando.

Chegaram num prédio "normal" depois de sete minutos. Deixou a moto consideravelmente distante do estabelecimento. Ficou de frente para a porta e, batendo com o pé fortemente no chão:

— LIBERDAAAAADEEEE!! — gritou, histérica.

     Foi tão de repente que o ruivo perdeu um pouco do sono. Nisso, um moreno alto e cheio de queimaduras muito conhecido pela menor abriu a porta.

— Quem são vocês?

— Yari e Damaho. — respondeu, colocando todo o seu (não muito) talento em teatro para fingir indiferença — Viemos pelos resultados do ... — chegou mais perto para sussurrar — ... "Teste" para o Esquadrão de Ação e Vanguarda.

— Entrem logo, então. — disse, ríspido, adentrando novamente.

Seguiram o mais velho por um longo e escuro corredor. Era frio. Sem vida. Abafado. Chegaram num salão enorme, praticamente só o tamanho e a decoração de diferentes do ambiente anterior. Toga estava lá, junto à outros violões.

— Os novatos? — questionou um com uma máscara de gás pendurada no pescoço.

— O que você acha!? — riu-se, sarcástico — O negócio é o seguinte, dupla sertaneja. — virou-se para os dois, cruzando os braços — Vocês até passaram no teste, mas ... — estalou a língua, buscando as palavras certas — ... Não sei se confio em vocês.

— Então explodir aquele prédio não foi suficiente? — indagou, confuso, mas sério.

— Se "botar" um prédio no chão fizesse qualquer um entrar prô Esquadrão, isso aqui seria um clube.

— Acha que somos traidores, boneco esfarrapado? — soltou a morena, usando o apelido propositalmente — Acha que somos capases?

     A mente do maior deu um estalo, lembrando de que Luisa havia falado algo assim para si — além de dirigir-se com aquele "nome carinhoso". Só tinha um jeito de saber.

A dor tornou-se mel (BNHA - Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora