Eu sozinha

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Atenção. Esse texto foi escrito durante uma de minhas crises. Pode ser um gatilho a pessoas sensíveis a temas como ansiedade e depressão, também possui menção a suicídio. Se esta abordagem lhe faz mal, não prossiga.

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"Me deixa no meu canto. Eu não quero fazer nada. Mais uma crise me encontra, sobe o último andar. Minha cabeça dói, tudo desce amargo. Duas crises ou mais, elas fervem a beira mar. Eu não tenho gosto ou sabor, nada desce a garganta. O peito rasga num nó, eu só quero vomitar.

Se eu enfiar a mão por dentro, se eu gozar mais lento, será que eu consigo fazer eu me amar?

Me deixa no meu canto. Eu não quero fazer nada. Mais uma crise na conta, subindo o último andar. Minha cabeça arde, oito notas pro fim. Será que um dia eu consigo gostar de morar em mim?

Bem que a mente disse. Mãe também falou. Tu vai morrer sozinha, por que nem você te quer.

O céu do teto partiu em dois, tanto aquilo que veio depois. Elixir sem gosto rasgando lento, seis partos ágeis sem lamento. Lágrimas borram as telas, a ansiedade veio me beijar.

Oh droga, nem sequer um aviso.

Será que um dia vai ter riso na cara que não seja comprado? Vou ter amigo pra me chamar pra jantar? Sonho não frustrado ecoando em cartas, boca bonita que saiba me amar?

Tem não, moça.

Então me deixa no meu canto. Eu não quero fazer nada. A última crise me encontrou, bem na hora do jantar. Minha cabeça dói, vou comprar um remédio. Será que um dia engulo o último ou eu me mato por tédio?"



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⏰ Última actualización: Mar 01, 2019 ⏰

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