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De repente estávamos perto de lareiras. Era comum o som de rompimento no ar, efeito de quem acaba de aparatar. Tonks e eu nos juntamos a multidão de bruxos que caminhavam para a mesma direção. Não tive tempo de reparar no enorme salão no qual estávamos, mas posso dizer que era muito maior do que eu me lembrava.

—Por aqui, Zoe. — Tonks e eu nos direcionamos para um local onde havia várias grades douradas e logo surgiram elevadores. Entramos no que havia mais espaço. — A levarei até a sala do Ministro, Dumbledore já deve estar lá.

—E se não estiver? — Perguntei, de repente me sentindo extremamente nervosa.

—Bom, então não diga nada que acha que não deve.

Me perdi em alguns devaneios e só voltei a realidade quando estávamos caminhando novamente. Tonks caminhava à minha frente com passos apressados. Ela parou de repente diante de uma porta de madeira.

—Esta não é a sala oficial dele, mas ele notificou que era para você vir até aqui. — Tonks informou, então forçou um sorriso para mim. — Eu irei até o quartel general, mas logo voltarei aqui para encontra-la. Boa sorte, Zoe.

—Obrigada, Tonks.

Ela saiu logo em seguida me deixando completamente sozinha naquele corredor. Meu coração pulava fortemente sob as costelas, tive de respirar fundo diversas vezes até tomar coragem para sair do lugar. Qual é, Zoe. pensei Você é poderosa, por que está com medo de um velho?

Levei a mão trêmula à maçaneta e a girei. Empurrei a porta e encontrei os olhos de Cornélio Fudge me encararam e um sorriso estranho surgiu em seus lábios.

—Entre! Entre! — Fechei a porta atrás de mim e lentamente caminhei até a sua mesa, rezando para Dumbledore chegar logo. — Já faz tempo, não é?

—É, sim. — Forcei um sorriso tentando não demonstrar que estava nervosa.

—Quantos anos tinha na época. — Ele perguntou apertando minha mão e tornando a se sentar.

—Treze, quase quatorze. — Me sentei diante dele.

Realmente, já fazia um bom tempo. Eu era uma garota magrela de cabelos bagunçados, estava sempre desorganizada e correndo, me lembro também de manter distância da maioria. Cornélio Fudge não havia mudado muito, estava velho e careca, com um aspecto estabanado.

—Então, o que quer comigo?  — Perguntei sem delongas, não me sentindo tão nevosa agora.

—Por que quer chegar logo ao assunto? — Ele deu uma risadinha.

—Porque é para isso que vim.

—Tem mais o que fazer? — Ele entrelaçou os dedos diante do rosto e me observou atentamente. — Não encontramos sua localização. Por que está em Londres?

—Isto é assunto meu e de Dumbledore, apenas. — Respondi olhando em seus olhos. — Se o assunto que quer tratar comigo é sobre o que vim fazer em Londres, preciso dizer que vai conseguir absolutamente nada.

—Acho melhor falar de uma forma mais educada comigo, Zoe...

—Senhorita Cooper. — O corrigi.

—Como? — O vi franzir a testa.

—Não somos íntimos, Ministro. — Me escorei na cadeira. — Já que é para ser educados, pode me chamar pelo meu sobrenome.

Cornélio deu uma longa gargalhada rouca. 

—Não precisa ser tão dura, Senhorita Cooper. — Ele me observou por alguns segundos. — Temos tempo...

EM MEUS SONHOS  • Fred Weasley Onde histórias criam vida. Descubra agora