07

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Sai da sala de Dumbledore faltando sair chamas pelos ouvidos, pois fumaça com certeza já estava saindo. Aquela velha nojenta me tirava do sério só por ter a capacidade de respirar. Eu estava perdida, Dumbledore deixaria Hogwarts em pouco tempo e eu era mais desorientada que os alunos.

Por que você não volta lá e acaba com ela?

—Por que você não cala a boca? — Perguntei para a voz e dei um soco em minha própria cabeça. — Estava quieto de mais para ser verdade!

Vamos, Zoe. Sabe que tem poder suficiente para acabar com ela!

Agarrei um vaso — que pareceu simplesmente surgir do nada ali — e o atirei contra a parede enquanto soltava um grito de ódio vindo diretamente do fundo de minha alma.

—EU MATO AQUELA VACA!

Mata! Eu quero ver isso!

—Zoe?

—QUE É, MERDA? — Olhei em direção a voz e Fred estava subindo as escadas. Imediatamente me arrependi de ter gritado, mas ele não pareceu se ofender. Fred começou a rir mas logo parou quando viu que eu iria explodir.

—Ei, calma! — Ele correu até mim segurando meu rosto entre suas mãos, mas rapidamente me desvencilhei delas, caminhando para o outro lado do corredor.

—Fica longe, Fred! Não quero te machucar!

De só um soco nele! Só para parar de ser intrometido!

Quer que eu bata até no Fred agora? Pensei me segurando para não gritar.

—Zoe, o que foi?

—Aquela velha, foi ela! — Berrei.

—O que ela fez?

—Ela existe! — Agarrei os fios de minha cabeça e estava prestes a puxa-los com força quando Fred tornou a correr até mim e me abraçar com força.

—Está tudo bem, Zoe. — Ele acariciou meus cabelos enquanto cantarolava algo baixinho em meu ouvido.

O som de seu coração batendo, sua voz resmungando uma cantiga desconhecida para mim e o seu doce cheiro, foram essenciais para que eu voltasse a consciência de que todo aquele acesso de raiva era inútil. Lentamente meu corpo já não estava mais rígido e enfim consegui olha-lo.

—Melhor? — Fred perguntou sorrindo.

—Melhor. — Sorri para ele também.

—Quer me contar o que houve? — Nós nos afastamos, agora Fred apenas segurava minhas mãos.

—Eu estava na sala de Dumbledore, tratando de alguns assuntos... Assuntos que Dumbledore provavelmente não voltará a falar sobre, quando Umbridge apareceu. — Soltei um longo suspiro. — Ela me faz perder a cabeça.

—Eu não queria perguntar, mas está me corroendo por dentro. — Ele sorriu sem graça. Preparei o coração para o que estava por vir.  — Esse seu poder, ele por acaso te faz sentir algo sobre as pessoas? Como se pudesse definir quem merece ter... A cabeça arrancada?

—Nossa! — Não consegui me conter e acabei rindo com a pergunta. — Você quase chegou perto de descobrir do que se trata!

—Sério?

—É! — Havia um sorriso muito orgulhoso em seu rosto. — E sim, esse poder me faz sentir coisas sobre as pessoas. Algumas são mais difíceis de me manter no controle, já com outras eu consigo simplesmente ser eu mesma.

—E o Ministro e Umbridge são uma dessas pessoas que te fazem perder o controle? — Assenti.

—Você é uma das que me fazem sentir que posso ser eu mesma. — Olhei no fundo de seus olhos castanhos e eles pareciam sorrir, muito contentes e satisfeitos. — Obrigada por me deixar ser livre.

EM MEUS SONHOS  • Fred Weasley Onde histórias criam vida. Descubra agora