Minha Indomavel Luxuria (Livro 4) - CONCLUIDO

Capitulo 11

Richard me escolta até a porta da sala quando terminamos o nosso lanche e a maioria de nós já está pronto para retornar a aula. Mas, então, assim que ele parte, eu noto a aproximação de Selene em trajes rebuscados e batom forte, apressada e conferindo seu relógio múltiplas vezes.

— Ei, tudo bem? São 13h15, perdeu o despertador?

— Não — ela me beija no rosto várias vezes, suada, com a pele quente. — Fui para uma reunião de admissão no Eleutério... Eu passei na entrevista!

Imediatamente viramos duas garotas gritando como líderes de torcida diante da porta da sala, comemorando e atrapalhando os alunos. Nós encostamos na parede adjacente e eu somente desejo congratula-la pelo seu feito, esfregando na cara dessas idiotas o bom uso que vai fazer do seu curso.

— Estou muito feliz por você e também orgulhosa, porque mesmo sendo pobre, soube mostrar sua inteligência e simpatia para eles.

— Eu disse que fazer faculdade trazia coisas boas. Vou estagiar lá e continuar os módulos por aqui. Mas... isso significa menos tempo para curtirmos como antes. Acabaram os passeios ao shopping, Jo.

— O que importa é que você está feliz, minha amiga — beijo-lhe a bochecha carinhosamente. — Me espera no fim do dia? Vamos ao pub comemorar sua ascensão, eu pago.

Ela apenas balança a cabeça com aquele meio sorriso lindo dela e parte seguindo pelo corredor a sua sala de enfermagem.

Adentro a sala e procuro por Vince Vaughn. Ele está cercado por três garotas bem trajadas, que diferente de nós, usavam terninhos femininos cor cereja — esses deveriam ser os universitários de carreira que tanto ouvi falar por Dakota. Eram alunos que começaram muito cedo e praticamente mandavam na escola por seu alto poder monetário.

Logo que me vê, ele acena e eu me aproximo já com o meu caderno de anotações em mãos e olho atravessado para as garotas que apenas se levantam e partem para os seus lugares.

— Obrigado pelo compromisso, Johanna. Como posso pagar?

— Sempre pensa em fazer negócios com qualquer pessoa que fala com você?

— Mal costume. Assente-se, por favor. Temos cinco minutos.

— Não precisa pagar em dinheiro, ok? Eu funciono a base de favores, então quando precisar, vou cobrar pedindo um favor.

— Tem meu compromisso.

— Ok, esse é o conteúdo mais relevante da aula; formação constitucional. Ao que parece, ela é a base da administração de uma nação. É sobre ela que todos os cidadãos são regimentados dentro de uma sociedade organizada.

— Isso inclui a nós? Responsáveis por alimentar boa parte dessa economia? — ele é observador, mas não me olha enquanto isso, apenas presta atenção no que está acontecendo mais à frente e anota tudo no próprio caderno.

— Sim. Querendo ou não, ainda fazemos parte dessa mesma sociedade que nos permite viver entre esses pés rapados. Entretanto, as leis regulamentam o bem estar da sociedade dando poder para alguns e tirando de outros.

— Relevante. Bem, quais são os principais direitos civis?

— Você deseja aprender ou ter as respostas de mão beijada? — sorrio, um pouco divertida pelo seu modo de questionar que parece mais a tentativa descarada de uma cola.

— Indiferente — ele se vira na minha direção e me olha. — Já percebeu que as coisas mais importantes são sempre as mais obvias e de menor relevância?