— Filha, graças ao bom deus você chegou!
A mamãe leoa pode ser percebida metros de distância antes de cruzar o hall de entrada apenas para chegar em mim e me abraçar com muita força, esmagando meus seios contra seu corpo.
Eu reviro os olhos longe de sua visão.
— Está me envergonhando essa demonstração excessiva de carinho que mais se parece com culpa.
— Vamos conversar, garoto — papai atira as chaves no pote de chaves antes de encaminhar Richard para o outro cômodo.
Eu sigo a minha mãe em direção a sala de jantares em silencio, assim como tinha sido praticamente toda a viagem de volta para cá. Papai parecia estar mais rígido com relação ao meu namorado e seu desejo de me arrancar de casa. Parecia pouca coisa, mas a partir de hoje, eu seria outra pessoa.
— Johanna... você está bem, garota? Aquele mequetrefe te forçou a algo?
— Claro, mamãe. Por que a pergunta? Estava com Richard como falei para vocês. E ele não é um mequetrefe!
— Eu não consegui dormir sabendo que você estava fora de casa. O que está tentando provar, além de uma infantilidade mental?
Limpo a garganta. É o momento em que Barbara chega sorridente com sua bandeja de prata com duas xicaras de chá, mamãs pega uma e eu a outra.
— Se chama amadurecimento. Vocês não fizeram muito diferente do que estou fazendo agora, não? Namoraram cedo, transaram cedo, casaram cedo e eu nasci como consequência disso.
— A questão, Johanna, é que a família de ambos; de seu pai e da minha, eram conservadores como nós somos. O meu pai só me entregou para o Miller quando ele me propôs casamento, entende? O que estamos tendo aqui, é uma total inversão de valores. Você está nos desautorizando tomando essa decisão absurda de ir morar com Richard assim do nada sem nos consultar.
— Mamãe, não estou querendo desautorizar vocês, mas não suporto estar mais sobre a responsabilidade de vocês. Não quero obedecer as suas vontades sem poder impor a minha própria opinião.
Ela silencia por um instante. Não pela falta de palavras, mas pelo meu aparente desinteresse em negociar.
O que eles querem desde sempre é me desencorajar e dizer em outras palavras que não sou capaz disso e daquilo. Mas a verdade, era que eu havia me tornado "Johanna Mitchel, a aventureira." e estava disposta a fazer muito mais por mim hoje do que a algumas semanas atrás.
— Você está sendo impulsiva, Johanna...
Então papai e um Richard despreocupado retomam. Claro, Richard nunca ficava nervoso em situações adversas ao que eu conhecia, e só temeu a minha mãe porque eu disse que ela era terrível antes mesmo dele conhece-la.
— Sente-se, Richard.
Ele o faz. Senta-se ao meu lado na nossa mesa.
— Essa decisão que vocês tomaram é impulsiva e irresponsável. Nós como os pais e responsáveis de Johanna devemos nos impor. Por tanto, Johanna... você não vai para a casa desse rapaz.
— Mas pai...
— VOCÊ NÃO VAI, JOHANNA! — papai grita ao dar um soco na mesa. — Vá para o seu quarto.
— Você não pode mandar em mim, velho!
— VAI PARA O SEU QUARTO!
O meu peito queimava pela raiva, mas se não o fizesse, Richard iria me ver como uma criança rebelde. E, pior, eu perderia ainda mais desrespeitando-os do que obedecendo por enquanto. Eu olho para o Richard que está em silencio contemplativo, mas apenas acena com a cabeça antes que eu me levante esturrando e siga a passos pesados em direção ao hall de entrada.
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Minha Indomavel Luxuria (Livro 4) - CONCLUIDO
ChickLitJohanna Mitchel não conhece limites. Filha única de um rico médico ginecologista e uma filantropa, ela desfruta do conforto e do luxo, mas sua vida começa a se transformar do momento em que conhece Arthur Richard - um garoto que sonha em se tornar m...