|É você, sempre foi|

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No começo achei que estava sendo maduro, quando na verdade só estava sendo prudente. Imaginei que estava sendo responsável, mas na verdade estava sendo apenas covarde.

E a fim de aliviar as incertezas dos meus sentimentos provavelmente  feri os dele.

Estou convencido de que nunca antes havia me apaixonado realmente pois o que já senti antes por outras pessoas, até mesmo por Praeprailin, nem se comprara ao que sinto por Gun.

O que eu chamei de ser realista sobre a situação na qual me encontro era apenas uma forma de evitar as coisas em vez de encará-las. O tempo que me dei foi o suficiente para que meus pensamentos se tornasem hesitações.

Mas hoje eu decidi acabar com tudo isso, tinha que ser verdadeiro comigo mesmo antes de ser com eles, e agora sei o que devo fazer.

Chamei Prae em minha casa hoje, eu não planejei lhe contar toda a verdade do que aconteceu entre Gun e eu, apenas quero contar a ela sobre os meus sentimentos por ele e que  decidi deixá-la.

Praeprailin tinha o cartão de acesso para o meu apartamento então não me surpreendo quando ela apenas surge pela portade entrada.

– P' estou tão feliz que você me chamou. — Praeprailin se joga sobre min, seu braços são entrelaçados em meu pescoço e ali ela se aninha. – Você nunca pode me ver e dessa vez foi você quem me chamou, estou tão feliz P'.

A afasto da forma mais sutil que posso.

– Tenho algo importante para dizer a você Prae, foi para isso que te chamei.

Seja dizer a verdade ou terminar com alguém, nenhuma delas são uma tarefa fácil de se fazer. Me movo como se fosse um velho leão enjaulado, o nervosismo cresce em mim e temo estar assustando Praeprailin, já que só consigo olhar para o chão enquanto ando de um lado para o outro.

– P' o que aconteceu? Você parece nervoso.

– Primeiro vamos nos sentar. — A pego pelo braço e a levo até o sofá,  nos sentamos, e por durante alguns segundos apenas respiro tentando me acalmar, na verdade estou com medo,  com medo de fazê-la chorar.

– Prae vamos terminar.

Eu queria ter um plano melhor, talvez até escrito e planejado com calma para saber como dizer a ela que quero terminar, mas temi que se fizesse isso, iria voltar apenas para o ciclo anterior, me calar e deixar as coisas como estavam, então ser direto foi a minha melhor opção.

–  O que?! Porque? P'Off, você está brincando comigo não está? — Praeprailin agarrou meu braço com força, suas unhas afundando em minha pele, não reclamei talvez eu mereça sentir um pouco de dor.

– Não Prae, eu amo outra pessoa agora, na verdade acho que já o amava a um longo tempo e não é certo manter o meu relacionamento com você se já tem outra pessoa em meu coração.

– É o Ai'Gun não é? Você e ele sempre estão juntos, "é só amizade Prae, por favor entenda", eu aceitei tudo o que me pediu, fui uma boa namorada, não lhe causei problemas por causa de meu ciúmes e agora você me troca por ele? Não sou mais tão interessante assim? Cansou de mulher e agora quer um homem?

– Não é apenas isso Prae, você ainda não percebeu que nós já não temos mais a mesma sincronia de antes, em algum ponto nós nos perdemos pelo caminho e vai ser impossível nos encontrarmos de novo.

– As pessoas não precisão estar sincronizadas para serem alma gêmeas. Só precisão ter o mesmo sentimento, certo? — Praeprailin me pergunta esperançosa, suas mãos me seguram ainda com mais força, lágrimas descem por seus olhos e fazem com que eu me sinta horrível.

Inevitável (OffGun)Where stories live. Discover now