Capítulo 3: O pulo do gato

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"Eu preciso aproveitar essa brecha, enquanto esses malditos matam esse cara eu preciso..."

-Aaaaahh...

Podia escutar gritos, mas não queria saber, só precisava correr. A garota estava deixando o local enquanto o estranho estava sendo atacado pelos guardas. Mas uma decisão fez suas pernas congelarem: ela ohou para trás, só para ver aquela cena...
Havia sangue por todo lado, enquanto o enorme homem se preparava para golpear uma segunda vez, assim que o machado acertou o corpo dos inimigos, eles ruíram, dando para ouvir o som dos ossos sendo triturados.

"O-q-q-que é isso?"

Quando ela percebeu, dois guardas estavam correndo na sua direção, desesperados. O único que sobrou foi o homem que a colocou naquela situação humilhante. Deixando o sentimento de terror de lado, e entorpecida pela raiva, ela foi até o mercador de escravos, desferindo mais golpes que podia contar, xingando o homem das palavras mais torpes que pôde pensar. Até que no final, o matou com sua outra adaga.

—Ei, obrigado, mesmo que sua intenção claramente não era de me ajudar...

—De nada, eu acho...

—Aliás, o que é você? Ou quem...

Perguntou a garota ofegante, com as mãos apoiadas nos joelhos.

—Eu sou... meu nome é Zelgle, e você é?

Antes de responder, ele parou um pouco, pensando na respostas, como se tivesse esquecido l próprio nome.

—Me chamo Kiere.

—Prazer em conhecê-la, Ki-

—Corte as formalidades, você acabou de matar cinco guardas sem nenhuma dificuldade, além disso, todos os seus ferimentos se curaram completamente, o que é você?

—Eu?

"Os escravos!"

Antes que pudesse responder, ela saiu correndo em uma velocidade incrível.

—Se você não se importar, poderia vir comigo? Preciso de ajuda.

—Certo...

Enquanto ele tentava acompanhar a garota, correndo de forma desengonçada, acabou lembrando do que tinha acabado de fazer.

"Desde quando matar pessoas se tornou algo tão leviano pra mim?
Será que junto as minhas emoções, perdi minha humanidade também?
Isso é... estranho..."

Assim que chegaram no lugar onde as carroças estavam, maioria dos escravos já haviam deixado o local, os outros que ainda estavam presos, pediam por aiuda, mas ninguém ousava os ajudar, sabiam que mexer com um vendedor de escravos era como cometer suicídio, e os outros escravos só se preocuparam em fugir.
Até que Kiere viu a criança de antes, ainda presa, não tinha conseguido abrir o cadiado antes, mas não podia tentar agora, pois vários soldados estavam rondando o local, protegendo a "mercadoria".

—Por que precisava de minha ajuda?

—Não consegue ver todas essas pessoas?

—Sim, são escravos, não?

—Isso mesmo, me ajude a libertá-los.

—Por quê?

—Ahm? O que quer dizer?

—Eles foram capturados, não deveria simplesmente deixá-los, estará causando confusão pra si mesma.

—Está me dizendo que eu deveria deixar as pessoas morrerem só porque não é problema meu?

Ela estava perdendo a calma, o tom de sua voz havia mudado.

—Hm... está bem...

—Olha, eu não conheço você, nem você me conhece, então não tem que fazer isso, porém, você realmente consegue deixar isso assim? Não pensa no que poderá acontecer com essas pessoas?

O Arauto dos Mortos (revisão em breve)Where stories live. Discover now