Capítulo 15: Meu trabalho

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Logo após dispensar Kiere e Zelgle, Arlen se dirigiu até o andar superior do prédio da guilda, andando pelo largo corredor de madeira, ao lado do parapeito.
Foi até uma porta de madeira que ficava à esquerda, quase no fim do corredor.
Não bateu, apenas abriu a porta em silêncio, e entrou, da mesma maneira silenciosa.
Dentro da sala, uma mulher que aparentava ter perto dos trinta anos de idade, com longos cabelos vermelhos dava um discurso para um grupo de cinco pessoas.

-Agora que vocês foram aceitos, devem priorizar a vida de seus colegas nas missões.
Lembrem-se: nós só temos uma vida, ser um aventureiro é saber realizar nosso trabalho sem pôr essa vida em risco.

Enquanto palestrava, vislumbrou Arlen por cima do ombro de uma das pessoas.
Seu olhar mudou rapidamente, sabia que se Arlen veio pessoalmente lhe dizer algo, era importante com certeza.

-Então é isso.
Bem-vindos ao nosso clã, espero um bom trabalho por parte de vocês.

Terminou a mulher, com pressa para terminar o que estava fazendo de uma vez.
Dispensou as cinco pessoas.
Foi até uma escrivaninha um pouco atrás de onde estava, e sentou-se na cadeira.

-Sua presença é rara por aqui.
O que no mundo fez você vir me ver?

Disse a mulher sentada enquanto mexia em uma gaveta cheia de papéis, e logo após retirou um pergaminho amarrado com uma fita vermelha.

-Está ocupada?

Perguntou a meio elfa, dando um passo à frente.

-Sempre.
O Linel fez novamente o favor de me deixar cuidando do recrutamento e da papelada.

-Entendo, então voltarei mais tarde.

Respondeu Arlen friamente, dando a volta para ir embora.

-Não será necessário.
Se você venho até aqui, é por que realmente tem algo importante à dizer não é? Além disso, ficar trancada aqui o dia inteiro sem ninguém para conversar é um saco.

O tom de voz da mulher era sério e frio, apesar de parecer estar tentando ser descontraída. Arlen voltou a se virar para a mulher.

-Você sabe aqueles dois aventureiros novatos que estão causando a maior comoção por ai?

Arlen era sempre tão objetiva que não deixava espaço algum para tentativas falhas de descontração.

-Se eu me lembro bem, é uma meio humana e um rapaz alto com um machado, certo?

-Sim, eles mesmo.

A mulher deu uma olhadinha para Arlen por cima do pergaminho que estava lendo.

-Eu vi eles durante o teste de admissão... o que há com eles?

-Você não acha eles estranho, no sentido de que são incomuns?

-Meio redundante... o que quer dizer?

Perguntou, e apesar de não estar prestando total atenção em Arlen, estava realmente curiosa.

-Uma meio humana, o que já é algo raro dentro da guilda, por eles serem extremamente recriminados, e um cara que apareceu do nada, e conseguiu dez pontos no teste duas vezes, e uma delas no teste mágico...

Rozaria postou-se na cadeira ao ouvir tais palavras, inclinando a cabeça para trás.

-Bem, você está certa.
Eles realmente não são normais, eu sei disso, mas... do pouco que conheço você, Arlen, sei que não venho aqui para fofocar...

-Obviamente não.
Eu vim aqui para lher dizer, que acho que seria uma ótima aquisição para o nosso clã tê-los como recrutas.

Rozaria parou de se mexer por um momento, divagando sobre o que ouviu.

O Arauto dos Mortos (revisão em breve)Onde histórias criam vida. Descubra agora