Capítulo Dois.

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                    NOAH URREA

Por algum motivo que eu não sei, o Josh ficou quieto e aflito do nada. E foi tão abrupto que eu nem consigo imaginar o porquê disso. Fiquei até um pouco triste com a mudança de humor, ele estava tão alegre. E tem tanto tempo que ele não agia tão bem comigo. Eu não queria que o mesmo começasse a me ignorar de novo. Afinal, antes de hoje, já faziam três meses em que a gente não tinha nem uma conversa decente, ou a sós igual a hoje. Tudo se resumia a alguns "bom dia", "boa noite".

Estamos no elevador, indo de encontro aos nossos amigos, que já estão nos esperando no saguão.

Quando eu ia perguntar o que estava acontecendo a porta do elevador se abre e eu vejo a Any, e logo em seguida um Josh correndo para a abraça-lá.

Me seguro para não fazer uma careta, enquanto eles selam suas bocas num leve tocar de lábios.

-Ei, minha pedra.- Escuto o Josh sussurrar e então vejo Sina do meu lado, fazendo assim, eu me perder da conversa alheia a minha frente.

-Não presta a atenção.- Ela diz me puxando para o resto do pessoal.

-Eu sou um péssimo amigo, não sou?

-Deixa de bobeira, Noah.- Diz ela num sussurro.- Você não tem culpa.

Então vejo Heyoon vindo me abraçar.

-De novo a Bela adormecida não levantou?- Diz a mesma, para então olhar além de mim e continuar:- Eles estão pedindo para serem descobertos.

-Eu já falei, mas a Any não me escuta. Ela tá tão certa que as pessoas com eles grudados ou não, sempre vão ficar falando. Que para ela tanto faz.- Fala Sina com preocupação.

-É, mais foi o que eu a disse, antes eles não tinham nada realmente. Logo, ninguém nunca ia achar nada demais, mas agora eles estão juntos.- Diz Sabina aparecendo do lado da Heyoon.

Ela me lança um leve balançar de cabeça, e sorrir de forma tímida, sem mostrar os dentes.

Céus.

Eu aqui reclamando do Josh, mas... Eu estou fazendo a mesma coisa com ela.

Eu sou realmente um babaca.

-Vocês deviam deixar eles em paz.- Eu digo querendo colocar um fim ao assunto.- O nosso trabalho como amigos a gente já fez, agora é com eles. A única coisa que precisamos fazer ainda é dar cobertura. Mas fora isso? Nada mais. Eles já são bem grandinhos para saberem o quão isso é perigoso.

-É, o Noah tem razão. E calem a boca, eles estão vindo.- Diz Heyoon disfarçando.

-Vamos pessoal?- Fala Any já andando em direção as portas.

-Vamos.- Dizemos em coro animados, logo depois.

...

Estamos saindo do Hotel quando eu resolvo perguntar, um tanto quanto sem graça.

-Estamos indo para onde mesmo?- Escuto risadas atrás de mim.- É sério gente. Eu ainda estou com sono, e não estou raciocinando direito. Vocês me acordaram muito cedo.- Falo bocejando no final.

-São 15:00 horas, Noah!- Diz Bailey.

-Já?- Falo assustado.

-Já... E estamos indo ao museu, como foi o combinado ontem.- Sofya fala rindo.

-Vem aqui meu neném esquecido.- Brinca Sina me envolvendo em seus braços.

...

Chegamos ao museu já tem uns minutos e o Josh e a Any não se desgrudam. Que coisa!

Porque eles tinham que começar a namorar?

Quanto mais nos tornavámos amigos, mais e mais eu não queria ser apenas o seu amigo. E o pior, logo quando eu tinha finalmente colocado na minha cabeça que o que eu sentia pelo Beauchamp não era apenas amizade e sim algo mais, e decidi falar o que eu sentia ao mesmo. Ele começou a desabafar comigo sobre a melhor amiga, que o mesmo não queria mais como isso e sim outra coisa. E um mês depois, estavam os dois namorando. Mas mesmo assim, ainda existia aquela faísca em mim que precisava ser solta. Eu ainda queria dizer ao Josh como me sentia. Entretanto, eu não possuía direito algum para pedir algo a mais dele.

Ele estava bem, bem demais para eu o importunar com os meus devaneios tortuosos e errados sobre o mesmo.

                  JOSH BEAUCHAMP

Estamos no museu e eu olho para o Noah, e o mesmo está me encarando. Mas disfarça quando percebe o meu olhar sobre o seu.

Ultimamente nós não temos nos falado como antes, no começo era só por causa do namoro. Eu estava tão empolgado por estar com a Any que confesso que deixei o Noah e os meninos um pouco de lado. Mas então, eu comecei a ter pensamentos um tanto quanto inapropriados envolvendo o Noah. E eu pensei que se eu me afastasse um pouco mais dele, os pensamentos sobre ele sumiriam. Mas não adiantou, eles continuavam a vagar livremente pela minha cabeça e isso estava acabando comigo.

-Amor?- Diz a Any a minha frente.

-Fala, anjo.

-O que tá acontecendo com você e o Noah?- Gelei sobre aquela pergunta.

-Como assim? Não tá acontecendo nada.

-Então por que ele não tá aqui conversando com a gente?- Pergunta a mesma franzindo o cenho.

-Eu não sei. Você sabe que não existe uma corda nos amarrando, não é?- A pergunto, talvez um pouco grosseiro demais.

-Eu sabia! O que você fez?- Ele pergunta cruzando os braços.

-Não aconteceu nada! E como assim o que você fez? E se for ele que tenha feito alguma coisa?- Falo cruzando os braços também.

-Não é de hoje que vocês estão afastados, então alguma coisa aconteceu. E é óbvio que o Noah não fez nada de errado.- Fala ela levantando as mãos.- Ele nunca faz nada de errado, e você sabe disso!

Ela tinha razão, só o que o Noah estava fazendo era tentar se reaproximar de mim. Nada mais, nada menos. Hoje foi a primeira vez em três meses que conversamos sozinhos. Foi a primeira vez em que brincamos como antes. Mas ai, eu me calei de novo.

-Josh? Tá me ouvindo?- Ela diz, mexendo as mãos no meu rosto e eu a encaro confuso.

-Você me ouviu? Vai dar um jeito nisso.

-Mas...- Sou interrompido pela a mesma.

-No hotel, Josh Beauchamp!

                     NOAH URREA

-Vocês já estão de bem de novo?

-Eu não sei! Eu nem sei o porquê de não estarmos de bem antes.- Respondi a Sina, um tanto quanto preocupado.

-Você também não me escuta, né!- Fala revirando os olhos.

-O que quer dizer com isso?

-Você já tinha que ter falado com ele antes. Já fazem três meses, Noah. Três fucking meses! - Grita a última parte, fazendo uma grande parte dos nossos amigos nos encararem.

-Fala baixo, Sina!- Falo encolhendo meus ombros.

-Vai falar com ele agora!- A olho confuso.

-O que?

-Vou contar até três. E quando eu chegar no três, espero que você já tenha ido se encontrar com ele.- Começo a rir e ela me encara sorrindo ironicamente.

-Quer que eu comece a gritar os seus segredos?

-Eu não tenho segredos, minha cara Sina.

Uma parte era verdade. Eu não tinha segredos, pelo menos não que ela saiba. Na verdade, ela sabia de um, mas ela não seria capaz de ousar contar para alguém. Principalmente gritar ele pelo museu.

-Um, do...

-Eu falo com ele, mas no hotel.

-Eu vou cobrar hein!- Diz rindo da minha cara.

-Ok...

What Are We Waiting For?Where stories live. Discover now