Capítulo 15

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-Ela chama Amy – repetia inúmeras vezes para Guilherme – Ele é o Mario eu tenho certeza – afirmou – Como isso é possível? – andava de um lado para o outro.

-Não sei – parou de digitar no celular e a olhou – só sei que quem estava por trás da autopsia desse homem foi preso meses depois por estar associado ao tráfico de drogas – coçou a barba – Acho que podemos incluir a possibilidade de ele nunca ter morrido.

-Isso eu já sei – disse obvia e grossa ao mesmo tempo – Quero entender o porquê de ele ter forjado a própria morte – parou de andar de um lado para o outro e sentou-se no sofá pensativa – algo não faz sentido.

-Disse que o pai manda um dinheiro para ele. Então, ele sabe que o filho ainda está vivo – sugeriu – Se Mario ou Orion está por trás do desaparecimento de Amy provavelmente o pai de Marina sabe – sério – Já trabalhei com diversos casos assim – gabou-se.

-Eu não acho – discordou dele – acha que não é nada simples assim – respirou fundo – Preciso que volte e interrogue o avô de Amy – ordenou.

-Para que perder tempo com esse velho? – ergueu a sobrancelha – já sabemos que ele ajuda o filho – deu de ombros.

-Eu preciso saber como ele vai se portar diante da sua presença – seria – e preciso estar por perto desse Orion para monitorar ele – disse simples – só faça o que falei.

-Pensei que íamos aproveitar a viagem – bufou levantando-se e pegando sua mala – Mas vi que estava errado – foi até a porta – tome cuidado – alertou – ele pode ser perigoso.

-Pode deixar – assentiu – me mantenha informada – pediu – e faça bem o seu trabalho.

-Sempre faço gostosa – piscou para ela e saiu da casa rumo ao aeroporto mais próximo dali.

Horas mais tarde

-E foi assim que decidi comprar ela – Orion riu contando a história de sua cachorra a Anahí.

-Ela tem muita sorte de ter um dono como você – sorriu bebendo um gole de seu vinho fingindo estar empolgada com a conversa.

-Ela é minha família – sorriu observando a cachorra que dormia tranquilamente no tapete da sala da casa do mesmo – Eu tenho ela e ela me tem.

-O que aconteceu com sua família? – aproveitou a brecha para investiga-lo – Disse ter só ela – fez careta.

-Eu só não tenho família – disse rapidamente – sou como você – sorriu a ela – tu tens apenas teu irmão e eu apenas Amy – encheu sua taça de vinho novamente – Está com fome?

-Acho que sua pizza já está boa – riu sentindo cheiro delicioso vindo da cozinha – Estou louca para conhecer seus dotes culinários.

-Vou lá pegar nossa comida – levantou-se e seguiu rumo a cozinha para preparar o resto que faltava para o jantar.

Anahí abriu a bolsa que estava em seu colo e com rapidez tirou um vidro de sonífero líquido da mesma. Colocou uma boa quantidade no copo de vinho do tal Orion e sabia que era somente esperar para fazer o efeito necessário.

Eles comeram a pizza entre conversas paralelas e cantadas de Orion para cima dela que fingia interesse para aproveitar o máximo naquele ambiente.

-Que tal vermos um filme? – ele terminou de beber o vinho e fez a proposta de uma maneira maliciosa – Depois do filme podemos brincar de médicos? – riu rouco.

Ela sorriu maliciosa e indagou – Eu topo o filme.

Ambos se deitaram no sofá-cama que tinha na sala e começaram a ver o filme escolhido por Orion. Não demorou muito para o mesmo cair em um sono profundo por conta do sonífero que ela tinha o dado. Ela levantou-se com cuidado e olhou para o relógio contatando ser 02:00 AM. Pegou seu celular e foi até o escritório que tinha na casa atrás de alguma pista.

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-Quem é você? – Daniel ergueu a sobrancelha depois de autorizar a entrada de um tal de Guilherme em seu escritório particular – e como me encontrou aqui?

-Prazer senhor Daniel – Guilherme sorriu amarelo – sou doutor Guilherme investigador da polícia federal – observou a feição do homem mudar – estou aqui para lhe fazer algumas perguntas.

-Sobre o que seria? – mudou a feição de uma hora para a outra – em nome de quem está aqui?

-Estou analisando o caso de sua neta Amy – sentou-se na cadeira em frente a mesa dele sem ao menos ser convidado – e como todo investigador tenho perguntas para a família.

-Não falo sobre nada sem a presença de meu advogado – o informou – Não sei qual sua intenção comigo.

-Não fala nem de sua neta? – ergueu a sobrancelha – precisa de um advogado para isso?

-Sou um homem com uma ótima reputação – pegou seu celular – Não falo de assunto nenhum sem a presença dele.

-Tudo bem – desistiu – estou no aguardo de seu advogado – ajeitou-se melhor na cadeira.

-Licencia – Daniel levantou-se e saiu do escritório apressadamente.

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Anahí encontrou na casa de Orion vários papeis relacionados a família Guender, assim como fotos de Amy quando bebê no colo da mãe Mariana. Tinha também documentos com vários nomes falsos assim como passaportes e cartões com diferentes bandeiras em nomes diversos. Ela fotografava tudo e tinha o máximo de cuidado para não deixar rastros e nem digitais. Por fim, encontrou uma lista telefônica com diversos números. Entrou em seu computador e hackeou o mesmo copiando todos os arquivos que davam para um pen drive dela. Voltou a cozinha e pegou a taça de vinho que ele tinha usado e a guardou para manter sua impressão digitar e sua saliva para fazer uma pesquisa detalhada de quem ele realmente era. Após tudo isso sentou-se no sofá e o esperou acordar.

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Guilherme já tinha perdido a paciência. Fazia exatamente uma hora que estava sentado ali esperando a vontade de Daniel em ser interrogado. 

Before you and after you 1ª/2ª TemporadaDonde viven las historias. Descúbrelo ahora