Taehyung

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Duas horas e vinte minutos. Esse era o tempo em que eu estava sentado em frente a uma grande tela de pintura esperando alguma inspiração, um sentimento, algo.

Como é chamado um pintor que não pinta?

Era frustrante.

BOOM. Uma inspiração. Uma, duas, três horas. Eu finalmente tinha feito um quadro.

Eu havia pintado casais andando, com auras brilhantes, e um ser no meio deles, este tal ser parecia ser um imã de escuridão.

Eu passei o dia todo apenas para me pintar de um modo solitário ao redor de meus amigos, todos comprometidos.

Preciso de uma inspiração melhor.

Preciso de algo alegre e chamativo igual as pétalas de um girassol.

E foi em busca dessa inspiração que eu sai na rua. A pé. Sozinho.

Na rua mais casais, felizes, sorrindo, com roupas iguais. Eu já não sabia mais se tinha feito a escolha certa.

Passando por uma praça publica havia um senhor vendendo buquês de flores de cerejeira. Comprei.

Em casa eu ja fazia outro quadro.

Eram quase 9pm quando o Jungkook apareceu em meu apartamento junto com sua namorada.

- Taehyungie! Estávamos dando uma volta e eu pensei em passar aqui.. MEU DEUS! tu pintou quadro novo? - deixou a namorada na porta e foi olhar os quadros.

- olá Taehyung, tudo bem? - Yoon era bastante simpática, ficava bem com o pirralho do grupo.

- olá Yoon, tudo sim, quer algo pra tomar? - eu sempre muito educado tive que dar atenção para a coitada que foi largada pelo namorado.

- não não! obrigada! seus quadros são lindos, da onde tira inspiração? - Ah Yoon, se tu soubesse como essa pergunta é difícil responder.

- tiro inspiração de tudo ao meu redor sabe? - não quis explicar muita coisa, ela podia ser simpática, mas ainda não me convenceu totalmente de que merece minha confiança.

- Yoon, esse cara - ele aponta pra mim - é um gênio, mas não vou falar muito que ele é narcisista. Vamos pra casa que já esta ficando tarde, ta bem? - Jungkook foi, do mesmo jeito que chegou, sem me dizer uma palavra que faça sentido.

E lá estava eu na escuridão sozinho novamente.

Na manhã seguinte, perto do meio dia, eu estava indo me encontrar com os meninos novamente.

No caminho do local de encontro - que era uma loja de ternos, sim, iriamos ser padrinhos do casamento do Jin e do Nam - eu passo por um jardim público meio escondido, apenas por curiosidade, sabendo que iria me atrasar para o encontro, entro no jardim, depois de um tempo andando acho um campo de rosas de sharon. Nunca tinha visto flores tão lindas.

Lá, no meio de todas as outras flores, ela era a mais bonita, com os cabelos longos flutuando enquanto o vento iluminava seu rosto.

Eu não sei o por que, mas sai do campo, mas não sem antes olhar para a garota novamente.

Fiz uma recordação mental para que eu a pintasse quando chegasse em casa.

Finalmente eu havia chego na loja, Jin me encarava com cara de morte, a minha morte.

- onde tu pensa que estava? todos já experimentaram os ternos menos tu! - e começou a me atacar, eu sabia que isso ia acontecer, apenas peguei meu terno previamente resignado e fui provar.

Ficou bom no corpo, e depois de mostrar pra Jin, que ficou igualmente satisfeito, voltei pra casa.

Não que eu não estivesse no clima para a baderna que iria vir a seguir, eu queria era pintar de modo mais detalhado o possível, aquela, que em meio a tantas flores, conseguiu se destacar, de modo que parecesse que, no meio de um quarto vazio e escuro, ela fosse o abajur que melhorava o astral.

Eu precisava de uma inspiração.

Eu acabava de achá-la, não seria capaz de deixar passar.

Em casa eu ja tinha a tela em minha frente, um, dois, três traços na tela. Eu havia decidido fazer uma pintura a óleo.

Quanto mais eu pensava nela, no jeito em que estava agachada para conseguir cuidar e observar melhor as flores, no jeito em que seus cabelos longos - tingidos de um verde desbotado - voavam ao incessante vento, o jeito como eu havia me apaixonado por aquela garota até então desconhecida.

Tudo isso fez com que eu, em menos de duas horas, tivesse uma pintura dela em minha frente.

Eu sorria.

Sorria por que tinha achado a inspiração que me faltava.

Sorria pois queria encontrá-la novamente.

Sorria pois estava gostando da sensação de inquietude que me dominava.

Sorria pois havia pintado a flor mais bela do jardim.

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Os capítulos estão ficando bem curtinhos, mas estão fofos.

obrigada pela leitura e por favor compartilhe! Vai me ajudar bastante a não desistir desta fanfic.

Um beijo e um queijo, até o próximo cap!

FLOWERS?∥K̶T̶H̶Onde histórias criam vida. Descubra agora