Soluços

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Isabella

Gabriel continua parado a minha frente mas já não olha mais em meus olhos, sua atenção é completamente voltada para a mancha avermelhada em seu colarinho, a minha no entanto, varia de seus olhos para ela, procurando respostas silenciosas que obviamente não encontro e nem sei se quero encontrar. Gabriel finalmente levanta seu olhar a situação não deve ter demorado nem dois minutos mas para mim no é como se tudo estivesse em câmera lenta, é quando ele finalmente se pronuncia.

- Isabella.... Eu vou te explicar! Não é nada disso eu juro!- Ele diz enquanto tenta sem sucesso passar a mão em meu rosto.

   Na verdade é que eu sempre pensei que a traição de Rodrigo fosse a pior dor emocional que já tinha tido ou teria, o que eu percebo agora ter sido uma grande mentira, na verdade eu naquela ocasião não senti dois décimos do que estou sentindo agora, eu não consego sequer explicar. Eu sempre achei que se houvesse uma traição eu gritaria, bateria e faria um verdadeiro escândalo mas no momento a minha vontade é só a de sentar e me encolher pois a dor é quase física, eu realmente amo o Gabriel e ele é o responsável por isso! Deus sabe como eu não o queria. Braços me rodeiam e só então percebo que estou chorando um choro silencioso as lágrimas quentes assim como eu, escorrem sem fazer barulho.
- Isa... Por favor não chore! eu posso explicar. - Trato de me desvencilhar de seu toque e só então me pronuncio.
- Eu vou dormir aqui está noite!- Digo firme para que não reste dúvidas e nem espaço para que ele fale mesmo assim ele continua.
- Eu não te trai eu juro! - Diz firme mas nada que me convença. Lhe dou as costas e caminhando até o banheiro digo simplesmente.
- Isso não importa agora Gabriel! Não esqueça de fechar a porta assim que sair do quarto. Tento com muito esforço não demonstrar o quão afetada estou, Chego ao banheiro  fechando a porta atrás de mim e me encostando na mesma, ligo o chuveiro e só então deixo que as lágrimas e os soluços tomem conta de mim, eu nunca fui do tipo de pessoa que se vitimiza ou coisa do tipo, eu tinha uma barreira de proteção para que ninguém chegasse perto o suficiente pra causar um dano de que eu só tinha ouvido falar, e que eu na minha "ignorância emocional" não entendia! julgava que as pessoas se deixavam abater por muito pouco, lembro de uma vez em que Amanda levou um "Fora" do menino que ela gostava desde a quinta série, naquela época eu pensei exatamente a mesma coisa sobre ela, no momento em que me encontro posso entender a dimensão da dor a que ela se referia o que acaba por me arrancar mais soluços e lágrimas.

Capítulo curto eu sei! Mas estou planejando uma maratona para recompensar vocês, o que acham? Comentem e votem para que eu saiba.
Beijos.

Casamento forçadoWhere stories live. Discover now