You can drive all night

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You can drive all night

Looking for the answers in the pouring rain

You wanna find peace of mind

Looking for the answer

.3.

Os pensamentos de Baekhyun estavam claros, como um dia ensolarado em que as nuvens branquinhas não eram páreas para a luz forte do sol. Talvez devesse ter aproveitado mais aqueles dias, pois, agora, mal se lembrava de como eram os anos em que podia brincar do lado de fora, correr com seu irmão, receber cartinhas de amor das meninas e se questionar sobre o que realmente sentia. Não chegou a ter muitas namoradas, e também não fora preciso muito antes de que ele percebesse que gostava de garotos, mas era bom, sentia uma ansiedade gostosa no coração a receber uma das cartinhas.

Em relação à sua sexualidade, realmente havia tentado mudar aquilo, pois caso contrário, a vida que já não era fácil seria ainda mais dura consigo, seu pai era um senhor complicado, todavia Baekhyun sabia que estava adiando o inevitável, não era como se pudesse escolher seus sentimentos. Era só uma questão de tempo antes que desistisse de tentar, tentar e tentar. O garoto se sentia culpado por ficar aliviado ao saber que nunca teria de se assumir para seu progenitor, que jazia morto.

Ji-a, sua primeira namorada no ensino médio, possuía cabelos negros longos e um sorriso que deixava o Byun todo caidinho de amores. Agora, caso a mesma estivesse viva em algum canto do mundo, provavelmente teria os cabelos curtos ou raspados. A beleza era perigosa, e os fios poderiam ser usados contra a mesma. Se perguntava se ela ainda sabia como era sorrir daquele jeito.

Ye-eun fora a segunda. Ela era mais meiga e menos extrovertida que Ji-a, mas não menos divertida. Seus dentes eram tortos na frente e usava aparelho, sua estatura alta e magra a fazia desajeitada e de vez em quando a mesma reclamava da baixa autoestima, mas logo estava gritando aos quatro ventos o quão lindo seu rosto e corpo eram. Baekhyun gostava daquilo, a positividade da garota era contagiosa, e ele precisava de um pouco de felicidade que fosse, talvez fora por isso que disse “sim” quando a mesma lhe pediu em namoro. Infelizmente, suas relações foram cortadas quando o Byun descobriu ser gay. Três meses depois, o apocalipse zumbi começou, e o garoto nunca mais a viu, pois os corredores da escola que antigamente frequentava haviam sido bombardeados pelo governo, assim como parte da cidade. Achava que ela havia fugido com a família para outro país, por ter parentes no Japão, mas não teria como saber.

— Você está mais distraído que o normal hoje. — Baekhyun pulou no lugar e puxou as mãos do balde que usava para retirar o leite da cabra. Durante os três meses que passou ali, ainda não havia se acostumado com a maneira repentina com a qual Kyungsoo surgia. — Achei que iria ajudar o Sehun.

— Ele disse que preferia ficar sozinho. — Deu de ombros e se levantou.

Era mentira. Sehun havia dito que era bem-vindo ao consultório, mas Baekhyun simplesmente não conseguiu passar mais de meia hora lá dentro, não de novo. Nas primeiras semanas, após os sintomas da infecção melhorarem e o capitão finalmente lhe deixar sair daquela casa empoeirada, o chefe do lugar o informou sobre as regras e disse que, assim como todos os outros, o Byun teria que trabalhar no local e auxiliar como podia. No entanto, como ainda não possuía a total confiança dos membros da comunidade, fora obrigado a ocupar os postos mais baixos e “seguros”. Longe das armas, longe da comida. Apenas limpou as ruas e seguiu os líderes de esquadrão pela comunidade. Também tinha oferecido algumas informações sobre a gangue a Kyungsoo, mas não pronunciou nenhuma palavra aos outros sobre aquele tópico, ainda era sensível a tal coisa e não achava que os residentes iriam receber bem a notícia de que dividiam seu lar com um possível traidor.

Cigarette Daydream [Baeksoo]Where stories live. Discover now