You sigh, look away

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You sigh, look away

I can see it clear as day

Close your eyes, so afraid

Hide behind that baby face

— Cigarettes Daydream, Cage the elephant











O clima estava frio naquela tarde. A maioria dos dias haviam passado daquela forma: os céus estavam nublados, o sol se escondia por trás das nuvens e dificilmente um feixe de luz era recebido pelas dermes amorenadas — devido ao trabalho pesado exposto a luz solar — dos sobreviventes que tinham restado.

A comunidade de Kyungsoo possuía a força e preparação necessária para sobreviver a uma tempestade sem sentir cócegas, aquilo, claro, fora o resultado de por muitas vezes quase perderem seu lar durante uma peça que os céus lhe pregavam. Como se o fim do mundo não tivesse sido o suficiente.

As barras de ferro que cercavam o lugar de longo do terreno que envolvia uma grande igreja no centro eram envolvidas por camadas e camadas de folhas e plantas que haviam crescido e se agregado do apoio conforme o tempo passava, o concreto que há oito anos permanecia bem cuidado agora era quebrado e falho, flores cresciam no meio deste. Muitas casas permaneciam ao lado da grande igreja onde o chefe do local se alojava, algumas eram usadas como centros médicos e outras escolas pequenas e improvisadas usadas para alfabetizar os que haviam nascido após o apocalipse. Estavam indo bem, por enquanto.

Sehun trabalhava em um dos centros médicos como enfermeiro — era filho de um, e por muitas vezes, enquanto crescia, se pegou em um consultório observando o pai trabalhar — e também ajudava como podia nos centros educacionais. O Oh não possuía uma das pernas, havia a perdido após ser mordido e por isso a comunidade não permitia a sua saída do local. Era perigoso demais.

O garoto alto odiava se sentir como um peso morto e fazia o que estava ao seu alcance para ajudar. Às vezes, auxiliava na plantação atrás da igreja, colhia as maçãs da macieira que permanecia atrás de sua casa e as distribuía para as crianças, também gostava de ordenhar as cabras e colher os ovos das galinhas, mas quase nunca sobrava energia no fim do dia para o fazer, pois já estava cansado demais.

Sehun era altruísta, gostava da sensação de ser independente e não poupava esforços para ajudar. Era amigo de Kyungsoo desde o ensino médio — antes dos zumbis — e este, pelo longo tempo de amizade, já lhe conhecia muito bem.

“O que está acontecendo? Por que as luzes estão piscando?! Porra…”

“Calma, Kyungsoo. Tenho certeza de que é só uma tempestade, preste atenção na aula…”

Naquele dia, Sehun fora para casa junto com o Do, pretendia acalmá-lo e assistir os filmes com este na televisão grande de seu quarto, mas não passou de uma pretensão pois, ao chegar em casa, o mais alto teve que acertar um homem que estava arranhando e tentando puxar sua mãe pelo braço com um pedaço de madeira.

Desde que o fim do mundo havia começado — há oito anos — Kyungsoo não parava de lhe surpreender. O garoto antes tímido, amável e sem autoconfiança agora era um quase chefe de um alojamento com quase duzentas pessoas, tinha a fama de matar quem precisasse para proteger o lugar e era conhecido por sempre ter razão. Era absurdo, e Sehun tentava, inutilmente, trazer seu amigo meigo e risonho de volta.

“Não é só no Irã! Está aqui também, você não viu?! O homem tentou cometer canibalismo com sua mãe! Ela está sangrando, Sehun!”

“Ela está bem! Nosso país não foi infectado pela epidemia! Eu acredito que não…”

Cigarette Daydream [Baeksoo]Onde histórias criam vida. Descubra agora