#7 - Uma nova paixão

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O shopping ficou fechado por um dia. Os jornais falavam que ocorriam investigações por um suposto vazamento de gás, mas que ninguém estava ferido. As meninas foram levadas ao hospital e orientadas a não falar daquilo com ninguém. A livraria pagou uma indenização e fez assinar um termo proibindo de relatassem aquilo tudo à mídia. Quando o shopping reabriu, não parecia que um terremoto o tinha destruído.

- Como eles conseguiram reconstruir tudo em dois dias? O shopping inteiro em dois dias? Isso é muito estranho. E aquilo que a Gaby ouviu? O que era mesmo? – Perguntou Nina.

- "Tolinha, não existe terremoto no Brasil". Mas meninas, eu já falei, não vi quem falou. Estava muito tonta e não enxergava nada. E vocês já tinham desmaiado. Como está sua cintura, Lilla? Quantos pontos levou?

- Só cinco pontos. Incomoda um pouco, falta alguns dias para tirá-los. O pior é não poder falar com ninguém e não ter resposta de como vinte funcionários que trabalhavam aquela noite, só três sobreviveu a um terremoto que não existe aqui. Lembro de passar o vidro e depois acordar no hospital. Falaram que me cortei na porta...

- Ah, está – interrompeu Nina – e o coelhinho da páscoa que abriu o registro de gás né?

- Pois é, eu gostaria que ao menos meus pais acreditassem em como me cortei. Mudando de assunto, Gaby, você é louca ou o quê? Vai continuar a trabalhar naquele inferno? Com todo mundo fazendo perguntas de como sumiram várias pessoas e tendo a visão da Luana morta na papelaria.

- Vou sim, quero ficar perto para poder procurar alguma pista do ocorrido. E também, o Justin está lá né. Não deu tempo de falar a vocês, mas é o novo vendedor do jurídico. Ele é loiro, tem olhos claros, muito alto e magro, formado em direito, tão nerdizinho. – Gaby falava como uma adolescente que encontra seu astro de rock favorito andando na rua. Ela suspirou e continuou – Não posso perder a chance. Vai que ele gosta de mim né?

- Gaby, você tem certeza que ele é homem? Eu e a Lilla passamos lá e, bem... Ele para com a bunda empinada. E outra, ele parece que só te vê como amiga.

- Ele não é gay! Ele é delicado, muito sensível. Só isso.

- Eu não confio nele – Começou Lilla – o cara não tem facebook. Que adulto hoje não tem Facebook? O que ele esconde que não pode aparecer na rede social? E ele me lembra a Fabíola. Aquela lerdeza mental sabe? – Lilla arregalou os olhos e fez barulhos estranhos com a boca. Nina chorava de rir.

***

Elas seguiram a tarde lembrando aquela névoa vermelha e a luz azul. Na semana seguinte, Gaby foi ao zoológico com Justin. Só os dois. Voltou e correu para encontrar as amigas, mais animada que o normal.

- Meninas, vocês não vão acreditar! O Justin me pediu em namoro! – Gaby não se aguentava de alegria. Lilla e Nina se entreolharam aflitas. – Falem algo, por favor! Eu devo dizer sim a ele, né? Gente, eu estava pensando, eu terei que beijá-lo? – Ela fez uma careta.

- Bom, - respondeu Nina – é meio óbvio que terá que beijá-lo, mas você ainda não respondeu? – Gaby fez que não com a cabeça – então fala que sim. Mas nem se alegra muito ta? Homem é um bicho estranho, e esse é mais.

- Está bom, falarei com ele depois do trabalho. Aaaiii, estou tãããão feliz! Vocês não fazem ideia! Meu primeiro namorado!

- Nós fazemos ideia sim. Só não se esqueça que esse ano tem mil e uma coisas para você fazer e uma delas é o vestibular – Lilla começou a dar uma de responsável – e se você começar a se distanciar de nós por causa de um garoto, você sabe bem o que podemos fazer né? Então lembre-se bem antes de deixar de nos encontrar por causa do Bieber que você chama de namoradinho.

Névoa VermelhaDonde viven las historias. Descúbrelo ahora