PRÓLOGO

860 53 13
                                    

PRÓLOGO

Sentado à mesa de um Bar, o homem não acreditava no quanto havia se dado bem. A loira que flertava com ele era uma verdadeira deusa. Alta, corpo curvilíneo, lábios carnudos e olhos azuis esverdeados, simplesmente, divina... Ela se apresentara como Barbara, porém ele pouco ligava para o nome dela. O que desejava mesmo era levá-la ao motel mais próximo e se esbaldar naquele corpo magistral. Era o aniversário de sua esposa, mas que se dane! Ele sempre poderia dizer que havia ficado até mais tarde no trabalho. Ela não desconfiaria, afinal, nunca desconfiava de suas saídas fortuitas... A diva loira jogou os cabelos por sobre os ombros e o encarou.

— E então, lindão? Vai me levar a algum lugar mais reservado? — perguntou sendo direta.

Ele olhou mais uma vez para o decote da blusa da mulher, e por fim, fitou-a nos olhos. Ele nada dissera, apenas jogou algumas notas de vinte em cima da mesa, como forma de pagamento ao que ele e a garota haviam consumido. Saíram calmamente, pela porta da frente do estabelecimento, e ele se viu afoito para chegar, o mais rapidamente possível, ao seu carro. Talvez pudesse resolver o problema ali mesmo, no banco de trás do automóvel... Passaram por um beco antes de chegarem à rua onde ele havia estacionado o veículo.

— Calminha, meu querido! — a deusa disse quando ele a encostou na parede de um prédio, bem na entrada do beco. — Tenho uma surpresa para você...

Ele notou quando outra ninfa se aproximou... Esta tinha os cabelos castanhos escuros, pele morena clara, olhos azuis claros, uma verdadeira perdição, uma insanidade para o seu estado de excitação. Contudo, mesmo um pouco embriagado pelo drinks que consumira, sabia que jamais, duas mulheres daquelas, daria bola para um cara como ele.

A outra mulher habilmente se aproximou, e as duas, o encurralaram contra a parede.

— Hum... Até que ele bonitinho, Bárbara. — a morena pontuou.

— E não é? E ele é muito safado também, Brenda — a loira alisou o braço dele.

— E então, querido, onde guardou a grana? — a morena perguntou sedutora.

— Eu... Eu não sei do que você está falando... — tentou se afastar, mas as duas mulheres o impediram.

— Oh! Lindão, não precisa negar, nós vimos quando saiu do Banco — a loira sussurrou próxima ao ouvido dele. — É só dizer onde colocou... Está no bolso do seu casaco?

— Não! — ele até tentou detê-las, no entanto, já era tarde. As duas revistaram-no achando o que procuravam. Ele ficou parado, um tanto quanto em inércia, pasmo, quando as duas moças exibiram os três mil dólares que ele havia sacado do Banco pouco antes de entrar no Bar.

— Obrigada, baby! Agora trate de voltar para casa e não dê mais atenção a loiras fatais em bares pelo caminho. — a loira lhe deu um beijo na bochecha.

Quando ele finalmente saiu do torpor em que se encontrava, ele pensou em reagir e gritar por ajuda, mas as duas pilantras tinham simplesmente desaparecido como fumaça.

Há duas quadras dali, as irmãs comemoravam por mais um trambique bem sucedido.

— Não ficou com pena do cara dessa vez, Rachel? — Luciana inquiriu a irmã.

— Não! Ele mereceu... Casado e com dois filhos pequenos, porém não parou um segundo de olhar para os meus peitos. — reclamou.

— É isso aí, maninha! Coração mole não vai nos levar a lugar algum.

— Eu sei, Lu... Mas você reconhece que não poderemos passar o resto de nossas vidas, aplicando esses golpes, não é? — Rachel devassou, encarando a irmã com um olhar aflito.

— Eu sei sim, mana. E é por isso que teremos que voltar para o Brasil... — Luciana revelou séria.

— Para o Brasil? Por quê? — a loira indagou ressabiada.

— Por que é lá que está a nossa grande chance, Rachel. Um golpe final... A nossa aposentadoria dessa vida de pilantras...

PiLantRas (degustação)Publicado em ebook/AmazonWhere stories live. Discover now