Capitulo 8

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Embora seja a festa da cidade hoje a noite eu não quero ir muito arrumada, então decido colocar uma calça jeans, tenis e um casaquinho por conta do frio. Ouço meu celular vibrar em cima da mesinha. Vou até ele e vejo uma mensagem de Julie.

- Cadê você?
- Estou cansada de ficar aqui sozinha. :/

- Já estou indo.

Minha mãe me chama la de baixo me esperando. Saio do quarto vendo ela de braços cruzados no final da escada.

- Ficou todo esse tempo se arrumando pra colocar só essa roupa?

- Está ruim? - Pergunto assim que chego perto dela.

- Não está ruim. Mas está simples. - Ela da de ombros.

- Ah Cassandra, deixe a menina vestir o que quiser e vamos logo. - Diz meu pai encostado na porta com uma cara de injuriado.

- Ta bom, ta bom. - Minha mãe revira os olhos fazendo eu sorrir por não me fazer trocar de roupa. - Vamos. E não quero ver você longe de mim, ou você esqueceu que está de castigo?

- Não mãe. - Reviro os olhos. - Não esqueci.

***

Assim que meu pai estaciona o carro vejo varias pessoas naquela festa ao ar livre, varias barracas de brinquedos e comidas. Confesso que nunca fui de ficar em multidões assim e muito menos gostar, mas por algum motivo estava animada para essa festa. Talvez seja porque eu ajudei a prepara-la, ou porque Ben estaria lá. Eu sei que ele namorava, e ainda mais a menina que não gostava de mim. Sei também que minhas chances seria zero de ficar com ele, mas simplesmente era inevitável não pensar nele. Ele com aqueles cabelos castanhos, olhos verdes e pude ver que era tão legal ontem na igreja. So fazia meu peito pular mais ainda.

- Por favor Annie, se comporta. - Minha mãe disse caminhando ao meu lado sussurrando. - E não se perca.

- Mãe, eu não sou mais criança.

- Aé? - Ela me encara. - Não parece as vezes.

- Ah, pelo amor. - Diz meu pai nos olhando. - Da pra vocês pararem pelo menos um minuto?

Faço um biquinho percebendo que foi minha mãe que havia começado. As vezes parece que ela fazia de propósito. Vejo o xerife da cidade se aproximar e comprimentar meus pais enquanto eles sorriam.

- Vou comprar cachorro quente. - Disse quase saindo de perto até minha mãe segurar meu braço.

- O que eu disse sobre você estar de castigo?

- Eu vou comprar cachorro quente não sair por aí com os amigos pra encher a cara. - Solto o braço e saindo rapidamente de perto dela. Sinceramente foi só uma desculpa poque era o que eu mais queria. Sair de perto dela. Respiro fundo como se tivesse tirado um peso das costas, eles me sufocavam tanto que as vezes não conseguia nem respirar.

Assim que chego na barraca de cachorro quente observo a barraca do beijo onde estava Ben e Sophie agarrada igual um carrapato nele. Como Ben aguenta? Ela é tipo minha mãe em mim, não desgruda por nada. Ele olha para mim e dou um riso acenando com a mão e ele retribui. Sophie nos olha e depois vira cabeça de Ben e dando um beijo profundo no menino. Reviro olhos e desvio o olhar pra aquele negocio constrangedor.

- Annie! Finalmente! - Julie se aproxima com pipocas e alguns ursinho de pelúcia na mão e sei que ela estava se referindo pelo fato da minha demora. - Olha o que peguei na maquina.

Ela me da o ursinho de unicórnio me fazendo abrir a boca. Ela realmente sabia que eu amava unicórnios.

- Uau. É lindo!

- Pode ficar pra você. - Ela comeu uma pipoca e depois sorrindo.

- Obrigada Julie. Vou colocar em cima da minha cama. - Encaro o ursinho e depois volto para a barraca do beijo ficando um pouco mais séria vendo Ben e Sophie novamente mas dessa vez sem beijar.

- Está tudo bem?

- Está Julie. - Volto meus olhos para ela rapidamente e sorrindo um pouco sem graça. - Quanto tempo.

- Mais ou menos né Annie. - Ela fez um pausa. - A gente se viu hoje na escola.

- É, mas não estamos se falando direito. - Vejo a menina dar de ombros e depois olhar para a barraca do constrangimento.

- Olha só aqueles dois. - Ela diz. - É tão... tão... tão nojento! Como que o filho do pastor consegui namorar a menina mais vagabunda dessa cidade. Eu não sei como que o pai dele aceita esse namoro sabia? Ja ouvi boatos que Sophie ja foi pra cama com sete caras. - Ela faz uma careta. - Em uma só noite...

- Eu gostaria de saber onde você encontra essas fontes Julie. - Sorrio enquanto ainda seguro o ursinho de pelúcia.

- Minhas fontes são super seguras tá? - Ela parece ter ficado um pouco brava. - Não é só eu que sei disso não. É a escola inteira! Mas sinceramente Annie. Se Ben namora com ela e aceita isso, é porque ele é parecido.

- Não acho. - Faço uma pausa. - Conversei com ele ontem, ele parece ser legal.

- Conversou com o rei da escola?! - Ela parece surpresa. - O que falaram? Falou de mim? O quanto sou incrível?

- Não Julie, não falamos de você. - Balanço a cabeça. - Na verdade, não falamos muito.

- Annie. - Ela pega em meus ombros. - É muito difícil o que vou dizer agora, mas as vezes você é decepcionante. Como que você tem a oportunidade de falar com o rei da escola e nem fala direito com ele? O pior, nem fala de mim! Você deveria sei lá...

Parece que a voz da Julie vai ficando baixa até quase eu não escutar, vejo a multidão passar para um lado e para o outro até ver um pouco atrás de Julie de novo aquela criança de pele parda. Ele fica ali por um tempo me observando até uma pessoa passar em sua frente e depois sumindo totalmente.

- Ai ele estava na frente dela e ela disse "eu adoraria gostosão!". Me chega dar nojo... - Julie me olha estralando os dedos perto do meu rosto me fazendo voltar de novo para a festa. - Escutou o que eu disse?

- Claro que escutei! - Mentira.

- Não parece. - Ela franziu as sobrancelhas. - Está tudo bem mesmo Annie? Você está pálida.

Eu passei por Julie e observando onde o menino estava antes. Fico ali por um tempo parada procurando ele.

- Annie, você está me assustando.

- Julie... - Olho para trás lentamente e vejo a menina parada com o rosto de assustada. - Precisamos conversar.

AnnieWhere stories live. Discover now