three

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São quase quatro da manhã quando Natasha ouve a batida suave em sua porta. Ela congela, olhando para o teto no escuro, seu corpo ainda tremendo de seu terceiro orgasmo da noite, os dedos escorregadios e molhados. Respira fundo e se força a se acalmar, lembra a si mesma que este é um prédio seguro.

Ela limpa a garganta, esperando que a maior parte dos indícios do sexo desapareça.

— Sim?

— Sou eu — a voz suave e insegura mal consegue atravessar a madeira, e Natasha relaxa imediatamente. Ela enxuga os dedos nos calções de dormir, obrigando-se a sentar-se um pouco.

— Entre, babe.

A porta se abre, deixando entrar uma lasca de luz azul do corredor, e a silhueta de Wanda aparece nela. Seu cabelo está despenteado e derramando-se sobre os ombros, seu corpo magro e delicado no que parece ser uma longa camisola de malha.

— Tudo bem? — Natasha se senta prontamente, pronta para pegar a arma debaixo do travesseiro, sair e lutar contra o que está incomodando Wanda, brincando, é claro, com o pequeno detalhe de que Wanda não conseguia lidar com nada por conta própria.

Wanda fecha a porta atrás de si e se dirige para Natasha, os olhos quase brilhando com a insinuação do luar através das cortinas, fazendo-a parecer de outro mundo, como uma assombração. Natasha quer passar as mãos pelos lados das coxas de Wanda, pegar esse vestido e retirá-lo e ver que gosto ela tem a essa hora da noite, quando não consegue dormir, quando está inquieta, carente e dolorosamente macia.

— T-tive outro pesadelo — voz soa grossa, como se ela estivesse chorando, e está tremendo um pouco quando se senta ao lado de Natasha no colchão. Natasha pode sentir seu corpo quente a poucos centímetros de distância, pode ver o brilho liso de marcas de lágrimas em suas bochechas redondas. Ela espera, dando tempo para dizer o que precisa dizer. — Eu só... outro dia, quando você estava acariciando meu cabelo. Foi bom. Eu me senti tão... segura. Como quando eu era menina, entende?

Natasha assente com a cabeça, sua garganta apertada com simpatia, levantando a mão para descansar no braço nu de Wanda.

— Deite-se — diz ela suavemente, guiando Wanda de barriga para baixo na cama. Wanda envolve os braços em volta de um dos travesseiros de Natasha, enfiando metade do rosto nele. Natasha se estende ao lado dela novamente, a cabeça apoiada em sua mão enquanto a outra desce para descansar nas costas de Wanda entre as tiras de seu vestido. Ela pode sentir os delicados entalhes de sua coluna, pode sentir o ritmo constante de seu batimento cardíaco através de suas costelas. Wanda está tensa, levantando o corpo em calafrios silenciosos que dizem a Natasha que ela ainda está chorando.

Natasha usa as unhas para deslizar sobre a pele de Wanda, movendo-se em movimentos suaves e gentis pelas costas, pela pele nua e pela camisa justa, sobre as alças finas e até a nuca.

— Relaxe, malyshka — ela respira enquanto afunda seus dedos nos cabelos selvagens de Wanda, acariciando e desembaraçando-a tão gentilmente quanto pode. Wanda cheira a limpeza, como xampu agradável e uma loção florida, e Natasha se abaixa para descansar no travesseiro ao lado de Wanda, respirando-a enquanto ela mima o cabelo em movimentos lentos e deliberados. É uma das coisas que mais ama sobre as mulheres: seu cheiro. E Wanda cheira melhor do que qualquer uma que Natasha já esteve tão perto.

Ela começa a cantarolar, uma música que lembra vagamente da infância, uma música russa sobre algo triste, ela tem certeza, mas a melodia é suave e calma, e sua voz é baixa, ainda que um pouco arranhada. Ela fecha seus próprios olhos quando Wanda começa a se acomodar no colchão ao seu lado, acalmando-se finalmente, sua respiração saindo e se aprofundando enquanto adormece.

espaço para influenciarWhere stories live. Discover now