CAPÍTULO 2: Morno e monótono?

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Como bem imaginei, cheguei em meu apartamento completamente des-tru-í-da! Puxa, o tal de Jimin — sim, ele me disse enfim o seu nome ao nos despedirmos — realmente me deu uma baita de uma canseira... Além de uma explosão de orgasmos múltiplos incríveis, vale salientar.

Durante os últimos cinco anos de minha vida estive totalmente acostumada a um sexo mais baunilha, mais calmo, mais leve. Não que eu achasse que transar com Seokjin fosse ruim ou, pelas suas palavras, fosse "morno" ou "monótono" — até porque eu não tinha nenhum outro referencial para comparar. Porém, não posso negar que aquela pegada mais bruta e nada carinhosa de Jimin me deixou bem satisfeita — apesar de um tanto dolorida também.

Ao fechar a porta do meu apartamento, retirei os meus saltos que estavam me matando e fiquei, simplesmente, parada encostada na porta, quase sem acreditar na reviravolta que havia ocorrido em minha vida em tão poucas horas. Em um instante, eu tinha um namorado que julgava ser a minha alma gêmea, meu ideal de príncipe perfeito, o amor da minha vida e com quem eu pretendia construir uma família; no outro, eu estava sendo fodida brutalmente pelo primeiro carinha que me deu mole em uma boate qualquer.

Mas não, eu não estava nem um pouco arrependida, afinal, não tem como se arrepender de transar com um homem maravilhoso como aquele tal de Jimin. Talvez meu único arrependimento fosse ter dado, propositalmente, meu número errado para ele quando ele me pediu meu contato para marcarmos "qualquer coisa", "qualquer dia". Mas eu me arrepender daquela noite maravilhosa, na qual eu senti um prazer tão imenso depois de uma decepção tão grande? Jamais!

Eu fiquei ali imóvel com as costas escoradas na porta do meu apartamento ainda por uns bons minutos. Eu sentia meu corpo todo dolorido — desde a minha pele recheada de mordidas e chupões, até a minha intimidade vítima das investidas fortes do asiático gostosinho — e só de lembrar de como aquela dor foi causada, comecei a sorrir sozinha. Às vezes nem eu mesma acreditava no que eu, a "morna", "monótona" e "sem sal" Irene — como bem o traste do Seokjin devia me chamar pelas costas —, havia sido capaz de fazer.

Porém, meu sorriso logo se desfez quando, de repente, quem apareceu — aparentemente vindo da cozinha — foi justamente ele, Seokjin.

— O que faz na minha casa? — perguntei assustada e irritada com sua presença onde ele, definitivamente, não deveria estar. — Eu não te dei permissão para entrar aqui! — falei incisivamente.

— Bom... Na verdade, nem saí — disse calmamente, enquanto bebericava um líquido acastanhado em um dos meus copos de uísque. — Estava te esperando.

— Me esperando? — perguntei confusa, indo em direção ao meu sofá, o encarando seriamente.

— Sim — disse simples, de pé e me encarando.

— Você é maluco, Seokjin? — falei impaciente.

— Acho que sim. — Sorriu amarelo. — Eu fiquei bem maluco mesmo quando vi que você realmente saiu e que... — Hesitou. — E que iria usar o seu passe livre — disse aparentemente envergonhado.

E foi só lembrar-me de sua proposta que senti minha garganta dar um verdadeiro nó. Não que eu tivesse a esquecido um só segundo depois que ela me foi feita, mas ouvir aquelas palavras — principalmente saindo diretamente de sua boca — fazia minha garganta amargar.

Era tudo ainda muito recente, é claro. Em questão de horas, o meu relacionamento perfeito com Seokjin havia ido para o espaço por conta de uma proposta indecente sua que feriu demais o meu coração e, sobretudo, o meu orgulho enquanto mulher. Há poucas horas, eu achava que tinha o melhor namoro do mundo e acreditava não apenas que eu era feliz naquele relacionamento, mas também que eu fazia o meu companheiro muito feliz. Mas não. Vivi cinco anos em um conto de fadas que existia apenas em minha cabeça.

Hall Pass | Bae Joohyun (Irene - Red Velvet) e Kim Seokjin (Jin - BTS)Onde histórias criam vida. Descubra agora