De volta para casa

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O caminho foi tranquilo, nada de chuva, nada de surpresas, só tranquilo.
Cheguei em casa ainda era cedo, por incrível que pareça eu não estava nem um pouco cansada, organizei todas as minhas coisas, passei esses dias fora e parece que a casa se bagunçou sozinha, Credo.
Desfiz as malas, tomei aquele banho com direito a lavagem de cabelo e barba do papai estava mais que bem, ao término do banho fui para o meu closet achar alguma roupa confortável, escolhi um pijama de vaquinhas, sim eu tenho pijamas de bichinhos, qual é! Quem nunca teve um?

Depois de pronta, peguei a carta que havia deixado no criado mudo, a carta que havia ganhado da pequena Lolo, para minha surpresa era a mesma carta que ela tinha feito mais cedo, a carta sobre algo que você gosta muito. então era eu a bonequinha maior...

No fundo eu sempre soube, mas nada soa mais bonito que que a sinceridade de uma criança.
Peguei a carta e guardei na minha gaveta de coisas importantes e fui descansar, não que eu estivesse cansada, mas eu queria relembrar de cada detalhe desse final de semana cheio de emoções até porque a rotina de trabalho começa logo cedo amanhã.

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-Sim... Certo... Tudo bem, não vejo problema disso, só irei informar aos meus funcionários, até quarta.

Meu dia mal começou e já fui recebida com uma bronca, tinha planejado a reforma da cafeteria para o mês que vem, mas o destino decidiu caçoar com a minha cara.
Já na empresa, enviei um e-mail para os funcionários avisando que semana que vem o café iria parar para as reformas que iriam ocorrer no mês seguinte.
Depois de tudo enviado, fui para minha sala resolver algumas contas e quanto iria precisar para suprir essas novas despesas, não muito, graças a minha organização financeira, separei tudo em prioridades e deixei organizado em pastas, estava tão focada que acabei não percebendo meu celular tocar, quando me dei conta já estava na segunda chamada perdida, era da Normani, guardei o que faltava dos papéis e decidi retornar.

Ligação on

-Oi Mani desculpa não ter atendido logo, estava focada nos papéis

-Oi Mila...
Sua voz estava num tom diferente, estava num tom de preocupação

-Como vai ? Aconteceu algo?
Nessa hora eu me levantei onde estava sentada, algo me dizia que algo muito sério tinha acontecido

-Sim... Aconteceu...

-meu diz o que houve!

-Acharam a Selena.
Meu coração apertou, não sei o porquê

-Como assim ? Onde ela está Prenderam ela ?

-Mila, a Selena estava pelas ruas, parece que a mãe dela morreu de overdose, ela que estava sustentando a casa, era a única coisa que ela tinha, agora ela está presa, e ....
Sua voz começou a falhar

-Ei! Calma, eu não esperava por isso, ela deve ter passado por muita coisa.
Estava começando a ficar muito aflita com aquela situação, eu fui tão ríspida com ela, deveria ao menos ter a deixado falar

-Ela vai ser julgada quando ?

-Amanhã as 11:00.

-Te encontro as 9:00 no orfanato, vamos resolver isso.

Toda aquela novidade havia me impactado muito, eu fui tão rude com a Selena, não deixei ao menos ela explicar a situação.

Desliguei a ligação e fui ajudar a Tay no atendimento.
Nossa cafeteria é bem familiar, nos Cabellos temos um grande papel, além de termos nossas funções ajudamos a servir, não gostamos de receber muitos funcionários, normalmente aceitamos familiares ou amigos próximos, com objetivo de manter o ambiente harmônico e cheio de amor.
Pode parecer clichê, talvez até seja, mas estar trabalhando com minha família é maravilhoso, as vezes discutimos, brigamos, mas nos unimos e entramos em consenso e nos resolvemos.
Recebemos bastantes pedidos no período da manhã, porém a tarde foi bem calmo a movimentação na cafeteria, por conta dessa movimentação mais fraca fechemos mais cedo, meia folga para todos.
Voltei para casa por volta das 6:40 da noite, aproveitei que ainda era cedo e decidi fazer algumas pesquisas sobre a família de Selena, mas fica difícil encontrar já que só sabia o primeiro e o segundo nome da mesma, consegui descobrir o nome da família, descobri que o pai dela está encarcerado a 4 anos por agressão a mãe e a filha, descobri que sua mãe cometeu alguns delitos pequenos, só um que me deixou espantada, a senhora Mandy Cornett fez um aborto caseiro e esse aborto a tornou estéril e agora ela está morta, não há indícios de outros familiares, ela estava sozinha.

Selena vivia em uma batalha interna consigo mesma e uma guerra externa com aquela família, se é que podemos chamar assim.

Quanto mais eu sabia, mais me sentia culpada.
A culpa dela agora estar nessa situação ainda pior era minha culpa, eu deveria ter conversado com ela, mas minha impulsividade falou mais rápido, eu não podia deixar ela machucar mais alguém.
Mas eu não sabia que ela estava mais que machucada, como saber, como concertar algo tão grande?

Essas perguntas rondavam minha mente, me atormentando, não me deixando dormir, e provavelmente eu não iria conseguir, peguei meu telefone e disquei o número da Taylor, precisava dela nesse momento, precisava desabafar e chorar nos braços da pessoa que mais me entende.
Liguei algumas vezes mas nada de atender, provavelmente estava dormindo, já era tarde, então tive que correr para a minha opção número dois, liguei para Sofía.

Ligação on

-Alô...

-Espero que seja uma emergência!
Falou com toda ignorância que ela conseguiu roubar da humanidade.

-Sofi...
Falei com a voz embargada

-Okay, já estou indo.
Com um tempo eu e Sofía começamos a nos adaptar uma com a outra, brigamos sempre isso é um fato mas antes brigava-mos muito, coisas de jovens, hoje em dia mesmo sendo uma cavala ela me conhece, sabe quando estou mal, quando preciso de um abraço.

Em menos de 30 minutos ela chegou em minha casa, estava com aquela cara de quem comeu e não gostou, com algumas sacolas na mão e como sempre impaciente.

-Olá Cami...
Falou corrigindo aquela cara feia para uma mais protetora

-Oi Sofi...

-trouxe hambúrgueres...

Ficamos conversando, sobre coisas legais, mas ela sabia que não era sobre isso que eu havia a chamado, então ela segurou o meu rosto e perguntou o porquê de eu ter a acordado no meio da noite, chegando logo no ponto.
Contei para ela toda a história do orfanato, do que a Selena havia feito, e do que eu e a Normani fizemos, ela permaneceu com aquela cara imparcial.
Ela puxou isso do papai, ela sabe controlar suas emoções e suas expressões, totalmente diferente de mim e da mamãe, somos totalmente emocionais.

-Camila, as pessoas erram, você não tinha como saber a história dela.
Disse focando na TV fazendo carinho na minha cabeça.

-Mas eu acabei piorando tudo, e amanhã ela vai ser julgada e eu não sei o que fazer...
Às vezes Sofi aparenta ser a mais velha com algumas ações, alguns poucos momentos nossos.

-Retire as queixas, simples, porém ela vai voltar para aquela vida miserável em que ela estava vivendo.
Sabemos que ela agora não tem emprego, como vai sustentar a casa, os gastos...

-Não tem saída, toda escolha que eu tomar vai afeta-la negativamente.
Meus olhos se encheram de lagrimas

-Pensei bem Camila! Você sempre foi a mais criativa e a mais inteligente da família, você sabe o que fazer maninha...
Nessa hora foi como tivesse acendido uma lâmpada em minha mente

-Eu tive uma idéia!

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Oi meus amores, gostaria de agradecer a todos vocês por estarem lendo essa minha fanfic, eu tive essa idéia depois que assisti um filme fofo.
Espero que estejam gostando, qualquer coisa podem falar, principalmente em relação a erros.

Obrigada a todos vocês
Beijinho no coração e não esqueçam de votar.

Aahhhhh e desculpe por esse cap ter ficado curtinho, ando correndo contra o tempo pra escrever para vocês!

De repente MãeDonde viven las historias. Descúbrelo ahora