Mellark

292 18 1
                                    


Peeta POV

As memórias felizes, a tristeza presente em cada borrão e a respiração. Estava perdido, não me localizava em lugar nenhum. Não sem ela. Tudo é suportado quando se ama e Katniss é a principal razão da minha vida. Seu rosto cortado, suas feições exibia tristeza. Uma tristeza profunda. Me magoava, era como se um ferro quente entrasse profundamente queimando a minha pele por dentro. Abri meus olhos e meu pai estava diante de mim. Levantei andando em sua direção, minha felicidade era palpável.

— Pai!! — exclamei animado por vê-lo.

— Filho — respondeu sereno dando um sorriso largo — Sabe onde estamos? — perguntou, o que me confundiu totalmente, como assim onde estamos?

Olhei a minha volta e vi minha própria imagem, deitado em uma cama de hospital, vários médicos em volta. Eles murmuravam algo " Ele não vai resistir. Bisturi."  Meus olhos marejados exibia o choro. Andei desesperado a cama, olhos votados para mim mesmo chocado. Percorri meus olhos sobre onde os médicos se aglomeravam. Minha perna estava sendo retirada, as artérias sendo cortadas e o pouco sangue estava sendo contido.  Meu pai estava parado no fim da sala, olhando a cena.

— O que é isso Pai? Eu...— pausei engolindo seco, segurando as lágrimas que ameaçava cair.

— Não filho— balançou a cabeça negativamente — Você não está morto, não ainda.

— Não ainda? Pai, não quero morrer!! Katniss, meu Deus. Katniss? — cai na real, como ela está? Olhava o monitor cardíaco e o mesmo acelerava.

" Os batimentos cardíacos estão aumentando, não podemos aplicar um calmante. Ele pode morrer!"
Falava o enfermeiro técnico auxiliava aquela máquina.
Olhava o meu pai e corri ao seu encontro desesperado.

— Faz alguma coisa pai!!— gritava e ao mesmo tempo mirava meu corpo pálido  deitado na cama de hospital.

— Não posso interferir filho— disse sereno

— Eu não posso morrer, Katniss precisa de mim — gritei indo em direção ao corpo — Pai?! — as lágrimas já caira

— Filho, vamos dá uma volta —respondeu colocando sua mão sobre meu ombro

Olhei em seu olhos e sabia que podia confiar, com uma última mirada aos médicos a minha volta trabalhando freneticamente. Sai da sala de cirurgia com meu pai. Demos a volta entrando em um corredor. Pessoas iam e voltava a todo instante.

— Filho, sua vida não foi nada fácil em todos esses anos — falou colocando sua mão para trás — Sua mãe colocava toda a sua raiva que tinha de mim em você —  permaneci calado ouvindo tudo o que ele falava — Tudo porque amei a Clara que hoje é a senhora Everdeen que todos conhecemos — sorriu — A repreendia a todo instante, por mais que fosse assim, agressiva com você ela te amava. Escutava tudo o que o mais velho falava atentamente, olhei em volta  e os enfermeiros corriam para lá e para cá, entrando nos quartos e salas de cirurgia. — Filho, ela não teve a chance de dizer " eu te amo" mas naquela última noite antes da tragédia, enquanto ela dormia, sua mãe sussurrava seu nome desesperada, como se ela soubesse o que ia acontecer. — os olhos de meu pai se encheram de lágrimas e em seguida olhou em meus olhos — Foi aí filho — paramos no meio o corredor onde várias pessoas passavam— Foi naquele momento em meio às lágrimas que sua mãe derramava, ela disse. — estava atento a suas palavras e o silêncio permaneceu, ficamos nos olhando um para o outro.

— Ela disse o que Pai? — perguntei curioso

— Ela disse " Eu te amo Peeta, meu Filho." — meus olhos se encheram de água novamente, a felicidade era explícita na minha face.

A que não podia amar - Jogos VorazesWhere stories live. Discover now