Viane.

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Mamãe chegou duas hora depois e Guto ainda estava na minha casa, o mesmo pareceu nervoso em conhecer minha mãe, mas como se tratava de Guto ele quase sempre estava nervoso.

— Muito prazer, seu nome qual é? – perguntou mamãe a ele.

— Guto, trabalho na lanchonete como a Viane.

Mamãe concordou e saiu com as compras, Guto e eu nós oferecemos para guardar as compras junto com ela e a mesma aceitou.

— A Viviane te contou onde vai ser o aniversário dela? – perguntou mamãe animada.

Olhei para a mesma com reprovação enquanto tirava as verduras da sacola e colocava na geladeira.

— Já, vai ser na Casa dos Sonhos não é? Acho que vai ser a festa do ano. – respondeu ele.

— A Duda já deu seu convite? Quero muito que você vá.

Ele confirmou com a cabeça.

— Não perderia seu aniversário por nada. – respondeu ele, tomando minha atenção.

Quase não notei que mamãe havia saído da cozinha para atender o telefone, só depois que Guto desviou o olhar do meu parecendo envergonhado.

— Como vai na escola? – perguntou ele.

— Tirando a humilhação de ontem, tá tudo de boas, não vejo a hora de ter férias.

Ele riu.

— E você?

— Minhas notas tão boas, acho que se eu me esforçar consigo passar em engenharia, comecei a tirar uns horários de estudos, talvez eu tire alguns dias da semana na lanchonete.

— Vou sentir sua falta lá, mas é um esforço que vai valer a pena, tenho certeza. – respondi.

Guto deu um sorriso cheio de animação para mim, comprimiu os lábios como se estivesse pensando em algo e depois falou, quase sussurrando, falou só para mim como um sopro:

— Tem algo que eu quero te contar.

Senti um calafrio na espinha e eu nem sabia porque, mas eu sempre sentia isso quando ouvia uma frase daquela.

— O que é?

Ele abaixou a cabeça, estava vermelho feito um tomate, podia sentir seu rosto pegar fogo e sem saber o motivo eu me sentia bem, achava tão fofo o seu jeito.

— É que eu...

— Opa! Chegamos na hora certa, comida? – disse Duda entrando, acompanhada de Grazy e Vitória.

Me assustei com a surpresa, mas logo fui abraçar as mesmas.

— Vocês não deveriam estar assistindo aula? – perguntei.

— Faltou energia, então a gente resolveu dá uma passada aqui pra ver como você tá. – respondeu Vitória.

Minha vontade era perguntar sobre Henrique, se ele havia perguntado de mim ou se havia passado a manhã com minha prima, ou perguntar se alguém comentou sobre o dia anterior, mas não quis perguntar de Henrique na frente de Guto.

— O Guto também veio me ver, eu convidei. – falei apontando para o mesmo.

— Eai, Guto? Eu não tinha te visto, legal que você e a Viviane viraram amigos.. sabe as vezes nós mulheres precisamos de amigos homens, pra aprendermos a não confiar nos outros caras. – disse Duda.

Fiz uma careta de reprovação para a mesma que não ligou.

— Você fala como se o Guto fosse um exemplo de más intenções, não consigo imaginar ele matando uma mosca. – disse Grazy.

E nós sorrimos, Guto também sorriu, mas parecia estranhamente sem jeito, eu tive vontade de perguntar o que ele queria tanto me contar, mas eu sabia que não era um bom momento e eu não sabia se teríamos um próximo.

— Você não estuda mais? – perguntou Vitória a ele.

— Estudo.. sim, mas não tô tendo aula essa semana, resolveram reformar a escola antes que ela caí por cima dos alunos.

Nós rimos, mesmo sabendo que aquilo era maldoso.

— Como foi na escola? – perguntei as meninas.

Elas se entreolharam.

— Bem ainda estavam falando do bei.. – Duda olhou para Guto.

— Ele já sabe, eu contei. – respondi para a surpresa das mesmas.

— Bem o pessoal ainda tá falando disso e fazendo piadinha, mas só foram em algumas aulas e o Henrique não disse nada. – completou Duda parecendo chateada.

Senti meu coração apertar.

— Eu achei que ele foi um ridículo, com todo respeito Vitória, mas ele deveria ter defendido ela. – comentou Grazy.

Vitória deu um sorriso sem graça e concordou.

— As vezes meu irmão não é o príncipe que aparenta ser, mas é uma boa pessoa no fundo.

Bem no fundo mesmo. – murmurou Guto me fazendo sorrir.

O que você tem como ele? – murmurei de volta.

Ele pôs a mão no queixo e disse:

Como é mesmo aquele nome... Ah, lembrei é ranço.

Dei uma gargalhada chamando a atenção das meninas, que nós olharam com curiosidade.

— Bem, eu já vou pra casa. – disse Guto.

— Eu te acompanho até o portão. – respondi.

O mesmo me seguiu e logo depois já estávamos na entrada da casa, Guto me olhava como se quisesse dizer algo e eu sabia que ele queria.

— Tchau, e não esquece de me contar o que você ia falar antes das meninas chegarem.

— Não vou esquecer. – disse o mesmo, antes de me abraçar.

Ele passou as pelos meu ombros e eu pelas suas costas, apoie minha cabeça em seu ombro e senti seu rosto colado ao meu, tanto que quando nos afastamos nossos narizes se tocaram.

— Até a tarde.

Dei um beijo de despedida em sua bochecha e fechei o portão, assim que me virei vi Duda, Grazy e Vitória estavam apoiadas na janela da sala nos espiando.

— Vocês não tem vergonha não? – perguntei.

— Não. – responderam em uníssono.

Assim que entrei em casa às três me olhavam com as sobrancelhas arqueadas.

— O que foi?

Ela ficaram caladas por quase um minuto.

— Já que ninguém vai falar, eu falo. – protestou Duda. — A gente pensou que vocês iam se beijar.

Olhei para as mesmas com os olhos arregalados.

— Estão loucas? Depois de ontem, não quer beijar nunca mais nada minha vida.

— Bem, aquilo com Henrique nem foi um beijo de verdade e a distância que você tava do Guto.. aliás a falta de distância não parecia que você não queria beijar mais ninguém. – disse Grazy me jogando uma almofada.

— O Guto e eu somos amigos, parem de ver coisas onde não tem!

Duda suspirou e disse.

— E você para de fechar os olhos para tudo, meu amor.

Revirei os olhos.

— Não é o Guto que me interessa vocês sabem. – respondi tentando parecer convincente.

Até porque era verdade, Guto não me interessava, éramos apenas amigos e eu gostava realmente de Henrique.

Como Arrumar Um Namorado Em 17 DiasWhere stories live. Discover now