32. Broken Home

126 14 5
                                    

OLIVIA ⫸ 

Eu respirava ofegante. Joey. Que era Jojo na época em que meu irmão era vivo. Seu melhor amigo. Ele frequentava muito a minha casa. Mas era completamente diferente. Ele tinha os cabelos curtos, meio loiros, sorriso branco, se vestia de uma forma muito estilosa. Eu até achava ele bonitinho.

Hoje ele estava com os cabelos enegrecidos, compridos e oleosos, que caíam um pouco em seu rosto. Sua barba por fazer tomava conta de seu rosto. Ele vestia uma calça e um casaco de moletom. Seus dentes eram escuros e meio quebrados. Seus olhos tinham muitas rugas ao redor, e a moldura se completava com olheiras profundas.

Ele passou anos desnorteado desde que meu irmão morreu. Resolveu investigar minha vida. Duas semanas atrás, encontrou com Lauren e a convenceu de usar heroína.

Ele esperava que ela me convencesse do mesmo.

Ele queria que eu me drogasse e tivesse uma overdose, exatamente como meu irmão.

- Por que? - Perguntei mais uma vez.

- Vá se foder. Se você perguntar isso mais uma vez eu vou enfiar essa faca no seu olho - ele falou, irritado.

- Eu amava meu irmão mais do que tudo no mundo, Joey. Por que eu iria chegar perto do que matou ele?

- Você não amava seu irmão. Você queria que ele morresse.

- O que? Claro que não! Eu sofro até hoje com a morte de Arthur - senti lágrimas saírem pelos meus olhos novamente.

Joey apenas me encarou. Eu comecei a soluçar.

Não aguento mais chorar.

- Eu preciso ir ao banheiro, Joey.

- Faz aí.

- Não, por favor. Preciso mesmo. Pode me levar a um banheiro? - Implorei.

- Se você tentar qualquer idiotice, além de matar você, eu mato seu namoradinho.

Assenti. Eu não podia arriscar que ele fizesse algo com Michael.

Ele sacou a arma e passou um braço ao redor dos meus ombros. Abriu a porta e me guiou por um longo corredor de concreto. O sol estava alto no céu.

Olhei de relance para os lados e vi várias salas. Eu estava em alguma fábrica antiga. A luz daquele outro quarto funcionava através de um gato da energia da rua. Aparentemente não havia mais ninguém na fábrica. Aos poucos identifiquei como sendo um lugar onde muitos fotógrafos iam anos atrás para fazer material. Mas faz muito tempo que não vejo nenhuma foto sendo produzida nesse lugar. Provavelmente porque Joey expulsou todo mundo.

Ou matou todo mundo mesmo.

Ele me empurrou pra dentro de um banheiro e me ameaçou novamente. Prometi que não faria nada idiota.

Até porque eu vou fazer uma coisa que passei horas pensando, e estava longe de ser idiota.

Quer dizer, eu acho que não é idiota. Mas pode ser que seja. Mas ele nunca vai descobrir, então já está valendo. Fui correndo para o vaso sanitário. Me abaixei e fiz xixi sem sentar. Eu realmente precisava - estava segurando há muitas, muitas horas. Eu havia feito naquela primeira sala onde acordei, na pia.

Quando fui subir a calça do pijama, tirei a minha calcinha.

Isso tinha que funcionar.

Segundo meus cálculos mentais, Esse banheiro ficava na lateral da construção. A janela não daria para a entrada principal, o que seria perfeito. Caso a polícia investigasse esse local, encontrariam a minha calcinha. Joey não veria ela gratuitamente por não estar na entrada principal.

ChuveiroOnde histórias criam vida. Descubra agora