Nunca aconteceu.

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— Holly — meu nome nunca tinha soado tão bem na boca de alguém como tinha acabado de sair da boca de Derian. Me apoiei em seus ombros criando uma pequena distância entre nós, mesmo que ainda permanecesse em seu colo.
— O que... por que está fazendo isso? – tentei soar o mais firme possível.
— Eu não sei — pareceu confuso, mas suas mãos continuavam a massagear minha pele. — Apenas...— seus dedos se prenderam na curva do meu quadril me ajeitando em cima de seu colo, como se estivesse me encaixando sobre sua pelve. Meu. Deus.
Engoli em seco, Derian estava só de cueca e meu short era bastante fino, não era difícil sentir sobre o que estava sentada.
— Derian, precisa me soltar, agora — minhas palavras tiveram o efeito contrário, seus braços me rodearam me puxando ainda mais para si. Com o queixo sob meus seios, Derian roçou o nariz pela minha clavícula.
— Gostou de estar naquele quarto tanto quanto eu — disse. O ar quente que saia de sua boca me causou cócegas.
Mexi as pernas para ter algum sucesso em me soltar, o movimento fez com que acidentalmente me esfregasse nele. Derian pareceu perder o ar.
— Aquilo foi um desafio — recordei. O qual insistentemente eu tentava apagar.
Suas mãos agarraram cada lado do meu rosto enquanto seus olhos se focavam nos meus, mesmo que vez ou outra desviassem para os meus seios. Era a primeira vez que o olhava desse ângulo, de cima, era quase como se pela primeira vez tivesse poder sobre algo.
— Não foi só um desafio — as palavras preencheram minha cabeça levando ao chão todas as minhas certezas e defesas. Não foi só um desafio.
As minhas mãos que permaneciam espalmadas sobre seus ombros, seguiram a curva do seu pescoço até o seu rosto. Derian era irritante, perverso, metido a besta e se envolvia com mulheres diferentes na mesma frequência que uma pessoa normal bebe água. Ainda assim, me curvei segurando seu rosto para beijá-lo.
Mal encostei em seus lábios e eles já se entreabriram para mim, sua boca era ainda mais suave do que eu me lembrava e nem mesmo o gosto da comida recente em nossas bocas o fazia ser menos delicioso. Derian acariciou minha nuca fechando o punho em meu cabelo enquanto sua outra mão descia pelo meu corpo, pousando pretensiosamente na curva do meu traseiro.
Minha boca parecia cada vez mais sedenta pela de Derian e era perturbador como elas se encaixavam tão bem. Sem medo, deslizei as unhas sobre seus braços, com força. Ele gemeu contra minha boca, considerei que o mundo pudesse acabar ali mesmo, com todo meu corpo pegando fogo, e eu não me importaria.
Ele puxou uma das alças de minha regata, beijando meu ombro fervorosamente. Uma tontura, como uma letargia, se apossava dos meus sentidos conforme seus lábios iam até meu decote. Assim que a blusa foi puxada estrategicamente para baixo revelando um de meus seios, Derian me encarou uma única vez, com seu olhar animalesco, antes de abocanhar meu mamilo com o seio em mãos. Mordi o lábio agarrando seu cabelo ao sentir sua língua sob minha pele, úmida e quente.
Meu corpo todo fervia e até mesmo a pele de Derian contra a minha estava quente, a pressão do volume abaixo de mim indicava que ele estava tão enlouquecido quanto eu.
Não contive os gemidos que seus dentes provocaram ao mordiscar meu seio diversas vezes.
— Pela primeira vez, vejo um ponto positivo em dormimos no mesmo quarto — Derian falou arrastando os lábios de volta ao meu pescoço.
Quando menos esperei ele se levantou abruptamente, ainda com as mãos em minhas coxas me mantendo presa a ele, começou a caminhar de forma desajeitada até o quarto.
— Mas e os pratos e a comida? — observei a bagunça no chão da sala se afastar a cada passo que entrávamos no quarto. Derian bateu a porta sem se importar indo até a beliche.
— Dane-se tudo — disse ao me beijar e se interromper apenas para me colocar na cama de baixo, se curvando cuidadosamente ao subir me cobrindo com seu corpo. Minhas pernas o rodearam quase que imediatamente, o calor que seu corpo emanava me fazia desejar tirar qualquer peça de roupa que me cobrisse, e não demorou muito para que minha blusa estivesse jogada no chão.
— Derian...— falei entre sussurros e gemidos. Suas mãos e sua boca pareciam estar em todos os lugares. — O que estamos fazendo?
— Achei que fosse óbvio — respondeu. E começou a fazer uma trilha de beijos pela minha barriga, descendo cada vez mais. Seus dedos se prenderam no cós do meu short.
Aquilo estava mesmo acontecendo. Nunca havia chegado a pouco mais do que brincadeiras com um cara, o que se resumia a uns beijos com uma mão na bunda vez ou outra, mas ali, praticamente despida, estava quase indo para a terceira base com Derian. O puxei pelos cabelos até meu rosto.
— Não podemos continuar com isso — falei.
Seus olhos me sondaram em busca de compreensão.
— Qual o problema? — quis saber, se apoiando em um dos braços ao lado do meu rosto enquanto sua outra mão preguiçosamente alisava a curva do meu seio.
— Temos que parar — repeti.
— Por que? Pensei que estivesse gostando... — seus dedos beliscaram delicadamente meu mamilo. Era difícil me manter firme quando ele sabia exatamente o que estava fazendo.
— Estou... é que... não podemos — encarei sua mão subir pela minha pele até o meu pescoço. Com o dedo, Derian acariciou meu lábio inferior.
— Se é o que você quer, eu paro, mas você tem certeza? — sua voz tinha um apelo sexual absurdo. Acho que primeiro teria que dar uma boa razão para mim mesma.
Quando sua mão voltou para o cós do short, ainda mais determinada. Reuni toda a coragem dentro de mim.
— Derian, eu sou virgem. Não podemos — minhas palavras caíram sobre ele como um banho de água fria. Suas mãos se afastaram de mim como se eu fosse tóxica e ele praticamente pulou para fora da cama. Cruzei os braços para me sentir menos exposta ao me sentar.
— Por Deus, Holly, por que não me disse isso antes? — o tom de indignação na sua voz começou a me irritar.
— Digamos que não há razões para falar sobre coisas pessoais com você, ainda assim, mesmo que houvesse, claramente não estava possibilitada de dizer algo com sua boca na minha.
— Foi você quem me beijou — jogou na minha cara. Ótimo, agora eu tinha que lidar com a crise de um Derian com um volume bastante constrangedor em sua cueca enquanto escondia meus seios.
— Não me lembro da parte que me rejeitou. Ah, é porque essa parte não existe — cuspi as palavras. Ele começou a andar de um lado para o outro.
— Bom, como eu poderia rejeitá-la, olhe para você — apontou, parando e realmente olhando para mim. Deveria parecer patética ao estar encolhida e tão exposta depois de tudo. Ele se aproximou do beliche, mas não de mim, ergueu a mão até a cama de cima e me entregou uma de suas camisas. — Vista — ordenou e eu obedeci encarando chão.
— Não entendo porque esta surtando — confessei um pouco magoada. — Sempre que pode esta transando com garotas como se fosse nada.
— Eu faço sexo casual com garotas que já fizeram sexo casual. Ou ao menos sexo — disse rispidamente.
— Bem, você não me perguntou — tentei culpá-lo, não que alguém realmente tivesse culpa de algo.
Ele voltou para o meio do quarto, inquieto. De costas, sua bunda era terrivelmente adorável. Maldição.
— Como poderia prever que você era virgem? Separou uma lingerie para sair com um surfistinha idiota. Franzi o cenho a menção de Elliot.
— Não o chame assim — o repreendi. Derian soltou uma risada amarga.
— Não haja como se ligasse para ele quando há poucos minutos estava quase transando comigo.
Era demais, a noção do tamanho do erro que eu havia cometido me abateu. Me levantei passando por ele indo até minha cama no chão.
— Derian, eu o desafio a não comentar mais sobre o que aconteceu essa noite — falei. – Porque para mim ela nunca aconteceu.
Seu rosto era uma máscara fria e repleta de magoa.
— Como quiser, não é como se tivesse sido grande coisa — riu. – Apesar de que, acho que é o mais longe que chegou com alguém.
E ele estava malditamente certo. Derian saiu do quarto me deixando sozinha e pela primeira vez eu senti vontade de chorar pelas suas maldades.
Mas as palavras de mais cedo ainda permaneciam presentes.
Não foi só um desafio.

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