Capítulo 4

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Ele estava sentado na sua cadeira de rei, sem paletó, com a blusa dobrada até os cotovelos, e com os braços para trás apoiando sua cabeça me comendo com os olhos. – Porra... Acho que vou gozar! Que homem é esse? Tentei segurar seu olhar, mas fui fraca e desviei. Caminhei até sua mesa sem dizer nada, e parei bem em frente. Fiquei assim por alguns segundos, que me pareceram uma eternidade e nada, só silêncio. Eu não sabia o que fazer. – Por que ele não diz nada? – Perguntei para mim mesma. Ele só pode estar querendo me testar como fez mais cedo. Que idiota! – Quer saber, eu não vou ficar aguentando isso! – Deixei os contratos na sua mesa, e me virei para ir embora. Eu estava chegando à porta, quando sua pergunta me fez parar. - Você é do tipo que gosta de brincar ou de olhar? Virei-me perplexa e perguntei: - Como é que é? - Isso mesmo que você ouviu. - Olha... Sobre ontem, quero pedir desculpas pel... - Desculpas não são o suficiente. – Toma, Maite! Aquilo me deixou completamente desconcertada. – Se queria participar, era só pedir. - O que? Quem você pensa que é? – Não aguentei. Esqueci toda a formalidade entre chefe e colaborador. - Presidente da empresa e seu chefe. – Disse essas palavras com superioridade, levantou-se e veio caminhando na minha direção. Eu não sabia o que fazer, o certo era virar as costas e ir embora. Mas eu não consegui. Ele chegou mais perto e parou a centímetros de mim, e disse sussurrando: - Você gosta de provocar e eu gosto de brincar, posso te mostrar brincadeiras que você nunca viu e nem experimentou. Posso te fazer ir do céu ao inferno em segundos, Maite. Se entrar no meu jogo, só termina quando eu disser que acabou. – Porra... Esse cara estava sendo um babaca, e eu não estava fazendo nada. Pelo contrário, estava ficando molhada no meu ponto frágil. Quem sou eu? Fui criada com meninos, já deveria ter virado a mão na cara dele. - Vá se ferrar! – Ele cerrou a mandíbula, e eu pude ver raiva e desejo nos seus olhos. Com um sorriso de safado, avançou mais um passo. - Adoro mulheres de boca suja! - Problema é seu! – Dei as costas para ele, e caminhei para porta novamente. Foi tudo tão rápido, que quando eu vi estava presa entre o corpo dele e a porta. Tentei empurrá-lo, sem sucesso. Algo dentro de mim estava gritando de desejo. Ele se aproximou e sussurrou nos meus lábios. - Não me desafie, Maite. Você não sabe com quem está brincando. Posso castiga-la até você não aguentar mais. – Disse isso, me segurando pelo cabelo e me forçando a encará-lo. - Que... Que tipo de castigo? – Se a batida de um coração normal éde 60 a 100 por minuto, o meu estava a 200. - Posso lhe dar umas palmadas, e passar horas e horas te fodendo como você nunca foi fodida, você vai gritar implorando por mais, e eu vou lhe dar o que eu quiser e quando eu quiser. Não brinque comigo. - Me solte... – Eu precisava sair dali, aquele homem estava me deixando molhada, e eu não queria dar esse gostinho a ele. Tentei empurrá-lo mais uma vez do jeito que eu podia, mas não consegui. O cara era pesado, com um cheiro maravilhoso e com um corpo delicioso. Ele tirou sua mão do meu cabelo, desceu pelo meu corpo até chegar a minha perna direita, levantou meu vestido até minha bunda, deu um tapa me fazendo ofegare logo em seguida prendeu minha perna na sua cintura. Aquilo estava me deixando apavorada e com um tesão que eu nunca senti na vida. - Pare com isso, alguém pode entrar. Sem me responder nada e de uma única vez, rasgou minha calcinha de renda e enfiou um dedo em mim. Aquilo foi tão... Tão gostoso e inesperado, que me fez arquear as costas. Sem me dar trégua enfiou mais um dedo. Lentamente começou a me foder. – Como ele consegue deixar uma mulher tão louca só com os dedos? – Eu mordi seu peito para não gritar e me movi de acordo com seus movimentos, eu não estava mais conseguindo me segurar e joguei minha cabeça para trás, ele mordeu meu lábio inferior, e disse de um jeito brusco.- Não grite! - Eu... eu vou... Eu não vou aguentar! - Ele parou me deixando perdida. Tirou seus dois dedos de dentro de mim e chupou fechando os olhos, e após sentir meu gosto se afastou sorrindo. - Se recomponha e volte ao trabalho, senhorita Perroni! - Está falando sério? Você acha que eu sou o que? – Falei com um fio de voz, me segurando para não chorar. Ele não respondeu. Virou e caminhou em direção a uma porta que parecia ser o banheiro e me deixou sozinha. Eu ainda estava com o coração acelerado, quando senti meus lábios doloridos e um leve gosto de sangue.- Filho da puta! Ajeitei-me, respirei fundo tentando absorver o que tinha acontecido e sai de sua sala com um sorriso de atriz, fiz sinal de paz e amor para Marta que deu uma gargalhada e entrei no elevador. Eu queria chorar de raiva, queria dar na cara dele. Como eu permiti isso eu não sei, mas não vai se repetir. Quem ele pensa que é? Só porque é o poderoso chefão, pode fazer o que quiser? Não, comigo não. Se tem uma coisa que eu aprendi na vida, foi nunca perder o meu valor. – Mas... Espera! Está faltando algo. – Passei a mão pelo corpo, e descobri o que era. – Minha calcinha... Porra, cadê minha calcinha? – Repassei os momentos que tive com aquele cretino, e lembrei que ele tinha rasgado. Fiquei tão nervosa, que nem me dei ao trabalho de procurar. – Eu não acredito! O que eu vou fazer?Bem, pense Maite... Pense. – Eu não conseguiria sair agora para comprar outra, e não voltaria lá para pegar. Na verdade não teria nada, ele rasgou. Minha única opção é dar uma de louca e trabalhar sem. Se ele quer guerra, ele terá. Foda-se que ele é meu chefe. Vou dar o melhor de mim nessa empresa, mas se ele brincar comigo, eu vou brincar com ele. Retornei para minha mesa, e me fechei no meu mundo. Não queria ficar pensando no que tinha acontecido. O trabalho seria a melhor maneira de me fazer esquecer. Até quando eu não sei. A manhã passou tão rápido, que só percebi que era hora do almoço, quando a Luciana veio me chamar. - Maite, estamos indo almoçar. Vamos?- Eu gostaria muito, mas não vou conseguir. Ainda faltam cinco slides pra eu terminar a apresentação que a Susan me pediu. - Poxa! Quer que traga algo para você? - Não, obrigada! Assim que eu terminar, corro na lanchonete e como um sanduíche. - Certo. Não deixe de comer. - Pode deixar! Voltei a me dedicar com força total na apresentação. As 13:20, acabei e fiquei orgulhosa do que fiz. Enviei para o e-mail da Susan, esperando uma boa resposta de volta. Quinze minutos depois, meu telefone tocou e era Susan me pedindo para ir à sala dela. Levantei-me e fui.- Oi, Susan! - Oi, Maite. Acabei de ver sua apresentação. - Ficou boa ou você quer que altere alguma coisa? - Ficou excelente e eu quero que você apresente na reunião. Perdi a cor e fiquei parada sem saber o que dizer. - Calma, Maite! Você consegue. – Disse sorrindo. - Susan... Eu não sei se estou pronta. - Sim... Você está. No horário agendado para reunião, eu estava entrando novamente no andar do Sr. William  com a Susan. Entramos na sala, e os executivos presentes se levantaram e nos cumprimentaram. Senti-me sufocada, pois todos não paravam de me olhar até que a Susan fez as devidas apresentações em inglês. - Prezados... Está é Maite Perroni . Ela faz parte da minha equipe e será responsável pela apresentação. Todos que estavam presentes me responderam com um aceno de cabeça e sorrisos, exceto uma ruiva que me analisava, com um olhar de poucos amigos. – Quem é essa mulher? E por que me olha assim? – Sentei no lugar que Susan me indicou. Segurei meu pulso esquerdo, e comecei a controlar as batidas do meu coração por minuto. Eu sempre fazia isso antes de uma apresentação na faculdade. Dez minutos depois, o Sr. William  entrou na sala de reunião,e com ele toda sua sensualidade e poder. – Quente... Muito quente! – Fechei meus olhos por um instante, viajando por cenas proibidas para menores de 18 anos. Quando os abri, ele estava me encarando. – Porra! – Desviei o olhar, e me fiz de maluca. Susan se levantou e deu início a reunião, e durante esse tempo, eu o peguei olhando para mim várias vezes. Susan terminou, e me chamou para dar continuidade. Ele me olhou e deu um sorriso quase imperceptível. Levantei com as pernas trêmulas, lembrando do meu pai me dizendo: Não importa se o desafio é pequeno ou grande, encare de frente. Foram com essas palavras, que iniciei minha apresentação linda e bela. Levei cerca de quarenta minutos, apresentando gráficos, custos, vantagens e desvantagens do tipo de publicidade que nossos investidores queriam para investir no Brasil. Respondi a todas as perguntas que foram feitas, dando uma pausa para o Sr. William  responder algumas dúvidas. Quando a apresentação chegou ao fim, um homem nos seus 36 anos, loiro, com um sorriso encantador e muito bonito por sinal, estendeu a mão para meu chefe. – Negócio fechado, William ! Parabéns pelas excelentes funcionárias que tem. – Olhou para mim e piscou. A ruiva que me analisou, olhou para o Sr. William  e perguntou quando ela poderia trazer os contratos para as devidas assinaturas. Observei suas características e a reconheci. Ela era a mulher que estava sendo fodida na mesa dele ontem. – Que sacanagem! – Fiquei tão distraída que eu não percebi o loiro que havia acabado de falar com o meu chefe, se aproximar de mim. - Maite ... Certo?- Ah... Sim! – Pegou minha mão e deu um beijo. - Eu sou Fernando Hunter, diretor executivo da Technology of World. - Prazer em conhecê-lo, Sr. Hunter. - Não, por favor! Me chame de Fernando. Gostaria de convidá-la para tomar um café. Um barulho fez com que todos olhassem para a mesma direção. O Sr. William  tinha acabado de quebrar um lápis ao meio, e estava com a mandíbula cerrada. Parecia que queria matar alguém. Susan perguntou se estava tudo bem, ele balançou a cabeça dizendo que sim, e respondeu dizendo que a empresa precisava de lápis mais fortes.Levantou-se, e pediu que todos o acompanhassem ao café. Pela forma como me olhou, entendi que não estava convidada. - Vamos, Maite ! – Fernando me convidou mais uma vez. - Eu adoraria, mas preciso voltar ao trabalho. Podemos deixar para uma próxima oportunidade. - Eu vou cobrar. – Me deu um sorriso encantador e uma piscadinha. Que graça! Peguei minhas coisas e fui tomar um copo d’água, antes de retornar ao trabalho. Eu precisava, minha garganta estava seca de tanto falar. Estava saboreando a água, quando aquela voz rouca e com raiva falou ao meu lado. - Gosta de trabalhar sem calcinha, Maite ? - Como? – Quase engasguei com a água. - Você está muito... Muito encrencada! – Abri a boca para responder, mas ele foi mais rápido e se afastou de mim. Deixando-me sozinha mais uma vez. - Cretino!

Em Teus OlhosWhere stories live. Discover now