Capitulo 22

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Passei pela Marta e lhe dei um sorriso fraco. Chamei o elevador, e entrei. Quando as portas estavam fechando, vi um William puto correndo em minha direção mais já era tarde. Saí do elevador, e fui direto para minha mesa. Passei de nariz em pé sem parar para ver quem estava me olhando ou não. Olhei meus e-mails e respondi um por um, tentando manter toda a minha calma. O que estava sendo impossível. Eu estava puta da vida e sem calcinha mais uma vez. Tentei fazer o que podia, mas eu não estava conseguindo me concentrar. Até que lembrei de uma coisa. Procurei meu celular na bolsa e liguei para Bela. No terceiro toque ela atendeu.
- Oi, vaquinha! - Oi, bandida! - Como você está? - Só depende de você.
Bela ficou muda por um tempo, com certeza avaliando a situação.
- Como assim? - Perguntou preocupada. - Me estressei com William. Preciso extravasar.
- Dei risada.- Certo! - Senti minha amiga ficar com a voz mais tranquila e alegre. - O que vamos aprontar hoje? - Sorri. Bela me conhecia. - Noite da ousadia!
- Eu disse arrancando um grito da minha amiga. Chamávamos de noite da ousadia, aquela que queríamos extravasar além do limite, para esquecer os problemas amorosos.
- Eu não acredito. Há quanto tempo não temos uma noite dessas? - Não me lembro. - Pensei um pouco. - Seis meses? - Deve ser. - Minha amiga ficou muda, e bufou. - Foi logo assim que eu tive aquela briga horrorosa com o filho da puta do Charles. E, dois dias depois terminamos. - Merda. Eu não queria que minha amiga ficasse arrasada, e nem queria que meu relacionamento que mal começou, terminasse da mesma forma. Mas eu precisava sair. - Não quero que fique triste. Se for pra ficar, deixamos para uma próxima. - Claro, que não!
- Gritou. - Aonde vamos nos arrumar? Na sua casa ou na minha? - Quando eu ia responder, Bela me cortou. - Melhor na sua. Se o Bernardo ver nossas roupas, vai nos fazer trocar. Ele está lá em casa.
- Ih... Não! Hoje é nossa noite da ousadia e ninguém nos segura.
- Bernardo é o irmão mais velho de Bela. Ele é lindo assim como a irmã. Mas, é protetor demais. Sempre nos levou para a balada, mas nunca podíamos sair do lado dele. Até hoje é assim. É como se fosse um irmão. A família da Bela era como se fosse aminha. - Vou procurar saber com ele se aquela festa na Lapa vai ser hoje. Quero dançar até dizer chega amiga. Que horas posso ir para o seu apartamento? Olhei para o relógio e vi que já eram cinco horas da tarde. - Às sete e meia. Assim podemos nos arrumar com calma, o que acha? - Perfeito. Até lá! Beijos! - Até. Beijos! Próximo as 18:00, meu celular vibrou com uma mensagem de William .

- Maite . Não poderei ir com você, mas passarei no seu apartamento mais tarde. Precisamos conversar. Esteja em casa.
Você respondeu? Nem eu. Eu ainda estava muito magoada e com raiva pela a forma como ele me tratou e pelas palavras que usou, mesmo depois da nossa rapidinha gostosa. Eu posso ter errado, mas ele errou muito mais. Peguei minhas coisas e fui pra casa. Eu precisava ficar longe dele, pelo menos por enquanto. Não confio em mim mesma, quando ele está por perto.

No horário combinado, minha amiga estava chegando no meu apartamento. Abri a porta e ela pulava como criança. Nos abraçamos e pulamos juntas como duas menininhas que acabam de ganhar a Barbie dos sonhos. Bela, chegou com duas bolsas, o que me fez rir. Eu sempre fui exagerada, mas Bela conseguiame superava. - Amiga, já sabe com que roupa vai? - Perguntou levando suas coisas para o outro quarto que tinha no meu apartamento. Desde quando ganhei o apartamento dos meus pais, Bela fez meu pai arrumar o quarto do jeito que ela queria. Com uma cama, dois criados mudos, um espelho grande e um armário, tudo na cor branca em detalhes vintage. A única coisa colorida, era a cortina que ela comprou com desenhos de flores e borboletas. Sim. Ela é exigente e abusada. - Bela... Eu estava aqui pensando. Esse quarto já está todo pronto como você pediu para o meu pai, porque você é uma abusada... - Ela tirava as coisas das bolsas e me olhava revirando os olhos. - Por que você não vem logo morar aqui?- Vaquinha... Você sabe que eu adoraria, mas ainda estou resolvendo essa questão. Meu pai está tentando comprar meu apartamento, mas eu não deixo porque ainda estou indecisa. Bernardo já saiu de casa, e eu não quero deixa-los sozinhos. Lembro como foi difícil para sua mãe deixar você caminhar sozinha, mas no caso dela, ainda tem a princesa Mari, que ficará com ela por muito tempo. Meu pai disse que vai respeitar o meu espaço, o que eu decidir fazer com o meu dinheiro, seja pra comprar um apartamento ou não, será minha decisão. - Ok. Mas ainda tenho esperanças de você vir morar comigo. - Sorri. Era o que queríamos quando estávamos na faculdade. Depois de jantarmos, e ver televisão. Começamos a preparação do nosso look. Bela vestiu uma bermuda jeans clara boyfriend desbotada, com uma blusa preta de manga curta, escrito "Diva" em rosa pink. Deu um nó na lateral deixando a barriga de fora, e pra fechar... Usou uma bota preta rasteira de cano curto com tachinhas nas laterais. O cabelo Chanel super liso, com uma maquiagem valorizando seus olhos e um batom rosa pink com muitas bijuterias. Minha amiga estava linda... Simplesmente, uma diva como dizia a blusa. Eu optei por um cropped branco de malha colado ao corpo de manga curta, um short saia de cintura alta com a estampa do exército, deixando minha barriga de fora. Uma bota rasteira de cano curto marrom com cadarço e com fivelas nas laterais dando um estilo despojado ao look. Fiz grandes cachos no meu cabelo deixando bem revoltado, com uma maquiagem destacando meus olhos em forma de gatinhoe um batom vermelho escuro. Usei minhas argolas prateadas, pulseiras de couro e um cordão comprido com uma caveirinha. Depois de prontas, nos olhamos no espelho e pulamos com o resultado. Pegamos nossas coisas, ligamos para o Bernardo e partimos para a balada para encontra-lo. Resolvemos ir de táxi, pois queríamos beber e curtir a noite sem preocupações. Descemos do carro e já encontramos o Bernardo e alguns amigos do lado de fora da boate, nos esperando. Bernardo tinha 1,90, alto, forte, olhos castanhos e levava a mulherada à loucura. Estava de calça jeans clara, uma camiseta polo verde e tênis. O cabelo preto como o da Bela estava todo arrepiado. Assim que nos viu, abriu um enorme sorriso e fechou a cara logo em seguida.Bela segurou na minha mão e apertou.
- Merda, Maite ! - Relaxa! Bernardo, precisa entender que crescemos. Sorria. Corremos para ele e o abraçamos ao mesmo tempo, sem dar tempo dele dizer algo. E, cada uma deu um beijo na sua bochecha.
- Não achem que com beijos e com esses sorrisos lindos, vocês vão conseguir evitar uma bronca. Que porra de roupas são essas? Meus amigos estão comendo vocês com olhos e eu não posso fazer nada, só se encostarem em vocês e quiserem perder um dente ou ter um braço quebrado. - Aff... Bê! Para com isso. Nós crescemos, sabia? - Minha amiga falou aborrecida. - Isso mesmo, Bê! Nos deixe curtir a noite, não somos mais aquelas adolescentes magrelas e sem sal. Bernardo olhou para Bela, e depois para mim. Fez isso umas três vezes, até sorrir e dizer: - Ok. Mas, se eu ver qualquer problema, pego as duas e levo para casa. Entendido? Reviramos os olhos e concordamos com a cabeça. Entramos na boate, e logo sentimos a energia do lugar. As pessoas dançavam juntas e separadas ao som da música do "Dennis DJ - Joga O Copo Pro Alto (Vamos Beber - Part. Ronaldinho Gaúcho, João Lucas & Marcelo)".

Em Teus OlhosWhere stories live. Discover now